Com
Liv Ullman, Ingrid Thulin, Harriet Andersson, Kari
Sylwan, Erland Josephson
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106 minutos
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SOM & IMAGEM |
FILME |
EXTRAS & MENUS |
GERAL |
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Áudio
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Legendas
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Vídeo
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Região
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Inglês (DD 5.1) e Português (DD 2.0)
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Inglês, Português e
Espanhol
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Sinopse |
Um
dos filmes mais perturbadores do mestre Ingmar Bergman,
Gritos & Sussurros é apresentado, pela
primeira vez no Brasil, em versão restaurada
e remasterizada no formato widescreen, que resgata
em todo seu esplendor a belíssima fotografia
do genial Sven Nykvist, premiada com o Oscar da categoria.
Numa casa de campo, Agnes recebe, à beira
da morte, os cuidados de suas duas irmãs e
de uma dedicada empregada da família. Neste
ambiente claustrofóbico, acompanhamos as imaginações,
lembranças e frustrações destas
quatro mulheres. Indicado a 5 Oscar, incluindo Melhor
Filme e Direção, Gritos & Sussurros é obra-prima
de uma riqueza infinita, obrigatória na coleção
de todo cinéfilo. |
Comentários
Sobre o Filme |
Poucas
vezes o cinema logrou atingir a interioridade humana
no nível de Gritos e sussurros (1972),
filme do sueco Ingmar Bergman que o espectador sempre
revê com renovada paixão. Tudo funciona
com perfeição na narrativa de Bergman
para dar ao assistente algumas imagens da alma; o grupo
de atores característicos do cineasta (sua mulher
da época, Liv Ullmann, e duas ex-, Harriet Anderson,
a ciumenta de Noites de circo, 1953,
e Ingrid Thulin, o pólo malvado e carnal de O
silêncio, 1962), o fotógrafo
habitual do realizador (Sven Nykvist), os temas inevitáveis
(o casamento em crise, a dor, a morte, os analfabetos
emocionais), tudo contribui para que o conjunto chegue
a um paroxismo estético que nos enleva. Quem
leu o brilhante texto-roteiro que Bergman escreveu,
sente sua agudeza psicológica desde a primeira
página; na tela, diante de sua câmara,
Bergman dispõe os elementos visuais com rara
eficácia; num jogo dialético, a cor vermelha
das paredes, das cortinas e dos estofados dos móveis
vão propor sentimentos plásticos em que
o contraste com as vestes brancas e depois pretas das
personagens estabelecem quadros de grande força
espiritual.
O
início do filme é feito de silêncios
e pequenos ruídos, como o tique-taque do relógio
de parede e o vento lá fora. A imagem inicial é exterior à casa:
uma fotografia suave e luminosa da natureza. Estes
exteriores tranqüilos, semelhando o paraíso,
diferem dos interiores pesados, sombrios, infernais
(a parede vermelha, metáfora da alma, arde
como o inferno). A imagem final, sobre a qual uma
voz-off (Anna, a empregada, apanhou o caderno para
o ler) diz o diário de Agnes, já morta,
depois de desesperadora agonia, vai mostrar outra
visão do paraíso: a cena outonal, feliz,
as três irmãs estão num balanço,
num jardim, num dia de sol filtrado pela vegetação,
e Anna as embalança, uma pós-vida,
um pós-inferno, o clima de outono com sua
coloração amarelada remete a um filme
posterior de Bergman, Sonata de outono (1978).
Entre dois paraísos Bergman filma o inferno
(de dor e caretas) que está dentro de nós.
O
cineasta tem o dom de provocar um jogo contrastante
de personagens, como ocorria em Persona (1968).
A frágil Maria, a rude Karin, a sofredora
Agnes e a afeiçoada empregada Anna compõem
o entrevero de dialética de personagens em
que se compraz o narrador do filme; e Bergman vale-se
de sua intimidade com os atores de seu filme para
conferir profundidade àquilo que poderia ser
um estereótipo psicológico.
Talvez Gritos
e sussurros seja o mais perfeito monumento
estético erigido por Ingmar Bergman para
mostrar como funcionam, à sua ótica,
as queimações da alma. Esta queimações
são especialmente reveladas em alguns primeiros
planos do rosto amargo e perverso de Karin/Ingrid
Thulin, o qual aparece envolto abstratamente num
fundo negro. (por Eron Fagundes) |
Extras
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Filmografia Ilustrada: todos os filmes
do diretor Bergman, com fotos de cada um.
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Biografias: de Ingmar Bergman (17 páginas
com textos e filmografia completa), Liv Ullman
(11 páginas, com filmografia selecionada),
Ingrid Thulin (11 páginas, com filmografia
selecionada) e Harriet Andersson (9 páginas,
com filmografia selecionada) |
Críticas
ao DVD
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Um
dos melhores filmes de Bergman, diferente para quem
não está acostumado com o gênero.
A imagem desta edição está ótima,
mantendo o formato original do cinema, em widescreen.
O áudio está bom, dentro dos limites
do aceitável para este tipo de filme.
Os
menus são simples, sem qualquer movimento.
Os extras, embora muito bem escritos (sim, só há textos),
são muito poucos para termos aqui uma chamada "edição
de colecionador". Na versão americana
(da Criterion), há uma entrevista com Bergman
e seu colaborador Erland Josephson e uma dublagem
em inglês.
No
geral, mais um excelente filme com boa qualidade
técnica que até consegue superar a
ausência de extras. Um DVD com um filme excelente,
não espere os padrões Hollywoodianos,
mas uma aula de cinema. |
Menus
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Resenha
publicada em 10/12/2003 |
Por
Eron Fagundes e Edinho Pasquale
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Seu
comentário
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