Com Daniel Radcliffe, Rupert Grint, Emma Watson, Gary Oldman, David Thewlis, Michael Gambon, Emma Thompson

Agora com treze anos, Harry Potter (Daniel Radcliffe) escapa da casa dos seus tios malvados. A caminho de Hogwarts ele se reencontra com seus amigos Ron e Hermione (Rupert Grint e Emma Watson), e descobre que Sirius Black (Gary Oldman), tido como aliado de Voldemort (o poderoso bruxo que matou seus pais), fugiu da prisão de Azkaban e está em sua perseguição. No trem que os está levando à escola de bruxarias, eles têm seu primeiro encontro com os sinistros Dementadores, os guardas da prisão de Azkaban que estão à caça de Black. Na escola eles conhecem novos professores, sendo um deles o amigável professor Lupin (David Thewlis). Dumbledore (Michael Gambon, substituindo o falecido Richard Harris) anuncia que os Dementadores permanecerão em Hogwarts, já que Black fora avistado nas redondezas.

Este terceiro capítulo da série baseada nos livros da britânica J. K. Rowling possui um tom mais sombrio, tanto que o diretor Alfonso Cuarón procurou dar um tom mais ameaçador até mesmo aos cenários já conhecidos dos filmes anteriores. Desta vez a garotada está mais crescida, e sua interpretação, mais aprimorada. Mesmo os efeitos digitais, utilizados para dar vida a criaturas fantásticas como o lobisomem, os Dementadores e o bicuço, uma criatura meio cavalo, meio águia (que inclusive, se você prestar atenção, faz cocô como um bom eqüino) são superiores. Além disso, com personagens interessantes (apesar de haver alguns, como a professora vivida por Emma Thompson, meramente decorativos), elenco afiado, a melhor trilha sonora recente de John Williams e a direção segura de Cuarón, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban pode ser facilmente considerado como o melhor filme da série, até agora.

No disco 1 temos os trailers dos três filmes de Harry Potter, e lista de elenco e equipe de produção. Já o material extra principal (dublado ou legendado em português), distribuído em cinco áreas do disco 2, segue a linha dos DVDs anteriores, ou seja, algumas informações sobre a produção (efeitos visuais, entrevistas, cenas eliminadas, trailers) e, principalmente, tours interativos por cenários do filme e jogos que interessarão principalmente às crianças. Para os mais crescidos e adultos, fazem falta documentários mais aprofundados, que provavelmente virão em futuras edições especiais destes filmes. Por enquanto, os extras disponíveis de Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban são:

A Bola de Cristal de Trelawney: cinco cenas inéditas;

Criando a Visão (Rowling e os Cineastas): rasgação de seda entre a autora, Cuarón e membros da equipe;

Vá para a Cabeça Encolhida: apesar das tolas intervenções da tal cabeça encolhida, estas sete entrevistas conduzidas por Johnny Vaughan com o elenco principal e membros da equipe são o melhor extra do disco;

A Mágica Que Você Pode ter Perdido: jogo de memória, no qual você assiste a cenas do filme e deve responder perguntas sobre elas;

Tours na Sala de Aula do Professor Lupin e pela Dedosdemel: exploração de dois cenários do filme;

Peguem o Perebas / A Busca Inesperada com Sir Cadogan: se você acha que jogar com o controle remoto do reprodutor de DVD é divertido, experimente estes joguinhos;

Treino do Coral: clipe musical, onde ao som da canção "Double Trouble" vemos cenas do filme;

Conjurando uma Cena: são os bastidores da criação de maquiagens e criaturas;

Trato das Criaturas Mágicas: treinadores falam sobre como foi lidar com os animais reais utilizados nas filmagens.

E, completando os extras, uma prévia do jogo da Electronic Arts e links para DVD-Rom. Detalhe: nos extras, todas as cenas do filme são apresentadas em letterbox, o que nos dá uma boa idéia das perdas de imagem ocasionadas pela sua adaptação ao formato standard / fullscreen.

A exemplo dos títulos anteriores da série, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban chega ao Brasil em DVD duplo, e novamente vítima do estigma de "filme de criança", que já vitimou aqui os outros dois filmes e produções como Homem-Aranha e Peter Pan - somente com o formato de tela fullscreen. Como ele foi rodado originalmente na proporção 2.40:1, é fácil de se imaginar a perda de imagem resultante. Para piorar, esta transferência 1.33:1 consegue deixar o filme mais escuro do que já é, e artefatos digitais eventualmente fazem-se presentes. Até mesmo o áudio Dolby Digital 5.1 (em inglês, português e espanhol) desta vez não impressiona. Apesar da clareza dos diálogos e da boa ambientação sonora, surpreendentemente os efeitos surround são tímidos, levando-se em consideração o tipo de filme e a tecnologia empregada na sua produção. As legendas também estão disponíveis em português, inglês e espanhol. Os menus animados, como sempre, são excelentes.