UM HOMEM CHAMADO HERÓI
(A MAN CALLED HERO/ ZHONG HUA YING XIONG)
Com: Ekin Cheng Yee-Kin (Hero Hua), Shu Qi (Mu), Kristy Yeung Kung-Yu (Jade), Yuen Biao (Boss), Deon Lam Dik-On (Shadow), ..... Direção: Wai Keung Lau (Andrew Lau). Gênero: Fantasia. Duração: 105 minutos. Produção: 1998, Hong Kong Distribuidora: CHINA VIDEO Legendas: Português e inglês. Áudio: Cantonês e Mandarim (Dolby Digital 5.1), Português e inglês (Dolby Digital Stereo). Vídeo: Widescreen (2:35.1) e tela cheia. Região 0.
Sinopse

Taí um título perfeito: "herói" é, literalmente, o nome do personagem principal, Hero Hua (Ekin Cheng). A história se passa na China do início do século (1914, mais precisamente), no dia em que Hero é aceito como discípulo do Mestre Pride (Anthony Wong, sublime como sempre). Mas quando ele chega em casa para contar as novidades, descobre que sua família inteira foi massacrada. O pai de Hero, jornalista, tinha escrito uma matéria que enfureceu os traficantes de ópio, daí a "queima de arquivo". Hero decide fazer justiça pelas próprias mãos e corta a cabeça do chefão da... ahn... "boca de fumo".

Esse ato faz de Hero um homem marcado na China. Ele então foge para os Estados Unidos, deixando para trás seu irmão boiola Sheng (Jerry Lamb) e a esposa Jade (Kristy Yeung), que está grávida.

Corta para 1930, quando o jovem filho de Hero, Sword (Nicholas Tse), chega aos EUA acompanhado de Sheng á procura de seu pai. A partir daí você tem que prestar MUITA atenção, pois a história é contada em vários flashbacks - o que não seria nenhuma problema, não fosse o fato dos personagens não envelhecerem um só dia durante o período de 16 anos (o único que demonstra sinais do tempo é Hero, que ganha um tom grisalho em sua cabeleira armada). Para piorar as coisas, a narrativa é costurada pelo personagem Sheng, que chega aos 40 anos com aparência de um garoto de dezoito!

Bem... continuando: enquanto Sword procura o pai, a história do homem chamado Hero é narrada por nada menos que TRÊS personagens diferentes. O monge Luohan (Ken Lo) narra a primeira parte da saga, que começa quando ele e Hero aportam em Nova York e são logo "convocados" para trabalho escravo numa mina. Hero se mete em encrencas mais uma vez, acusado de matar dois capatazes sádicos, e tem de se esconder de novo.

A segunda parte é contada por Sheng e começa do ponto em que ele e a cunhada Jade, grávida de Sword, foram a NY 16 anos antes, também para procurar Hero. E encontram, mas a felicidade do trio não dura muito. Cinco ninjas japoneses chegam a Nova Yorque para eliminar os dois últimos discípulos do Mestre Pride - Hero e o enigmático Shadow (um lutador sem braços, que se move como um raio e passa o filme inteiro com o rosto coberto por uma máscara).

Esse segmento é um dos que mais vai agradar a molecada, pois os ninjas se vestem como o Kato de "Besouro Verde" e têm poderes elementais (um se transforma em bolas de fogo, outro comanda terra e pedras, e por aí vai). Só que um dos ninjas é a bela Mu (Shu Qi, desta vez num papel sério e sombrio - uma mudança mais que bem-vinda para aqueles que já estavam com o saco cheio do estilo maluquete que ela criou em seus filmes anteriores). Mu se apaixona por Hero, que é fiel a Jade; daí o líder dos ninjas, que ama Mu mas não é amado por ela, tem um ataque de ciúmes e faz uma coisa que muda radicalmente o destino de Hero.

Complicado? Vocês ainda não viram nada. Graças à previsão de um vidente, nosso herói ainda descobre que sua vida é regida pela Estrela da Morte. Todas as pessoas que ele ama estariam destinadas a um fim triste, e ele é condenado a ficar sozinho e sem filhos pelo resto da vida. Para pontuar a urucubaca, o céu fecha e nuvens negras aparecem no momento em que ele recebe as más notícias. Ó vida, ó azar...

Por fim, Sword e Sheng encontram Shadow, que conta mais uma parte da história. Sword e o pai finalmente se encontram (não é um momento caloroso). Para coroar o espetáculo, Hero é obrigado a enfrentar mais um oponente, o espadachim cego Invincible (Francis Ng), numa luta dentro, em cima e em volta da Estátua da Liberdade!

Comentário

Sim: a trama, também baseada num gibi de Ma Wing Ping (o mesmo de "Os Cavaleiros da Tempestade"), é complicada pra dedéu, requer atenção para ser compreendida (mas não é tão difícil como alguns críticos americanos dizem), e deixa várias pontas soltas que talvez sejam concluídas numa parte 2 - especialmente uma subtrama sobre a irmã gêmea de Sword (sim, Jade teve gêmeos; não mencionei isso na sinopse para não embolar ainda mais o meio de campo!).

Como em "Os Cavaleiros da Tempestade", os efeitos especiais são o destaque. Embora as lutas não sejam tantas, primam pelo espetáculo. O grande destaque é o duelo entre Mestre Pride e Invincible (os dois comandam torrentes de água); já a cena em que Invincible "varre" uma multidão de chineses com sua espada (coisa típica de um desenho animado do Asterix) foi descaramente copiada na abertura do primeiro "O Senhor dos Anéis"! O documentário revela ainda outros usos bem mais sutis - e invisíveis - da computação gráfica, que deixo para quem assistir descobrir.

Por fim, uma excelente surpresa é a presença do veterano Yuen Biao, um dos maiores parceiros de Jackie Chan e Sammo Hung, como o chefe da colônia chinesa. Biao anda meio afastado do cinema, preferindo jogar golfe no Canadá, e é sempre bom vê-lo de volta às telas.

Informações Especiais - Extras

Documentário com o making of e entrevistas, trailer, biografias.

Críticas ao DVD

A imagem, embora nítida, não é perfeita. Por causa da alta taxa de compressão (o DVD traz as versões wide e full do filme num só lado!), a pixelização é evidente em várias cenas, especialmente as mais agitadas. E sabe-se lá por que cargas d´água, o áudio em português e inglês só está disponível na medonha versão "cheiascreen"!

Por  Sergio Martorelli   


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