JORNADA NAS ESTRELAS: ENTERPRISE 1ª TEMP (ST Enterprise Season 1)

 

Com Scott Bakula, Jolene Blalock, Connor Trinneer, Dominic Keating, John Billingsley, A.T. Montgomery, Linda Park

 

Diretor

Duração

Produção

Vários

1148 minutos

2001/2002, EUA

Gênero(s)

Distribuidora

Data de Lançamento

Ficção

Paramount

17/06/2005

SOM & IMAGEM
FILME
EXTRAS & MENUS
GERAL
Áudio
Legendas
Vídeo
Região

Inglês (DD 5.1)
Inglês, Português

Sinopse

O ano é 2151, quase noventa anos após o contato inicial da humanidade com a raça dos Vulcanos. A primeira nave da Frota Estelar capaz de atingir a velocidade de dobra 5 é lançada, e finalmente a Terra poderá explorar o espaço profundo. Antes de iniciar sua missão de exploração, a Enterprise deverá levar um alienígena Klingon, único sobrevivente de uma nave que caiu na Terra, para o seu mundo natal. Contrários ao lançamento da Enterprise NX-01, sob o comando do Capitão Jonathan Archer (Scott Bakula), os Vulcanos relutantemente cedem, porém designam a Subcomandante T’Pol (Jolene Blalock) como Oficial de Ciências da nave. O que Archer não sabe é que os Sulibans, alienígenas geneticamente alterados que seguem as ordens de um misterioso visitante do futuro e que abateram a nave Klingon, tentarão a todo custo raptar seu passageiro.

Comentários

Jornada nas Estrelas: Enterprise, ainda exibida no Brasil pelo canal pago AXN mas recentemente cancelada nos EUA, surgiu com a intenção de injetar sangue novo na popular franquia da Paramount, porém tomando o caminho inverso daquele que seria o esperado. Com a ação ambientada no século XXII, antes portanto das aventuras clássicas de Kirk, Spock e McCoy, a série daria ênfase às explorações de um capitão no comando de uma nave com poder de fogo limitado e tecnologia antiquada. Seria uma Jornada nas Estrelas retrô, mais realista, já que se passaria em um período de tempo menos distante no futuro do que as demais produções da franquia. As diferenças com as outras séries, aliás, iniciam já na abertura, onde é utilizada uma canção no lugar dos majestosos temas orquestrais habituais. Até mesmo a marca Star Trek estava ausente do título da série em suas duas primeiras temporadas, o que demonstrava a intenção de atrair também aqueles que não eram fãs da criação de Gene Roddenberry. Mas a proposta de inovação foi tímida, tendo predominado episódios que pareciam uma mistura da Série Clássica com A Nova Geração, utilizando elementos presentes em todas as séries da franquia: teletransporte, naves com dispositivos de camuflagem, torpedos fotônicos, viagens no tempo (muitas), etc. Além disso, ao invés de destacar aspectos relevantes para a cronologia futura do universo de Jornada nas Estrelas, foi introduzida uma tal Guerra Fria Temporal e novos vilões, os Sulibans. Adicionalmente, muitos episódios com tramas “descartáveis” ou que contrariavam cânones estabelecidos nas outras séries começaram a dar a impressão de que uma grande oportunidade estava sendo perdida: a de efetivamente mostrar as bases da fundação da Federação dos Planetas Unidos, ou os fatos que levariam à guerra Terra/Romulus. No lugar disso, a dupla de produtores/roteiristas Rick Berman/Brennon Braga preferiu mostrar entre outras coisas Borgs e Ferengis, para o horror dos fãs mais radicais. Em seu terceiro ano a série deu uma guinada: após um ataque à Terra por parte de uma raça alienígena desconhecida, os Xindis, a Enterprise é enviada a uma zona do espaço chamada Expansão Délfica, a fim de impedir que os Xindis terminem de construir a arma que poderia destruir de vez nosso planeta – como se vê, um evento de grandes proporções mas que nunca fora mencionado na história de Jornada nas Estrelas.

Com ênfase nos combates espaciais e efeitos visuais, os produtores fizeram uma temporada mais voltada à ação e que, no final das contas, acabou sendo melhor que as duas que a precederam. Mesmo assim, os índices de audiência declinantes, e boatos sobre o cancelamento da série mostravam que era hora de novas mudanças. Entrou em cena Manny Coto, da finada série de TV Odissey 5: após ter escrito vários roteiros da terceira temporada, ele recebeu de Berman e Braga carta branca para conduzir a série no seu quarto ano (que estréia no AXN em setembro). E ele já começou dando um jeito de acabar com a Guerra Fria Temporal e os Sulibans, e a partir daí criou mini-arcos de episódios relacionados, finalmente, a eventos de importância na cronologia de Jornada nas Estrelas. Infelizmente este esforço chegou tarde demais. Com a saturação do público pela franquia, que já levara o filme Nêmesis a naufragar nas bilheterias em 2002, os índices de audiência da quarta temporada não se recuperaram a ponto de salvar a série do cancelamento.

Extras

Para começar, mais uma vez parabéns à Paramount por legendar em português todos os extras. Cada disco traz, junto dos episódios, suas respectivas cenas eliminadas (que não possuem finalização de áudio e efeitos), em formato wide anamórfico. O episódio piloto, "Broken Bow", possui uma faixa de comentário de áudio com Berman e Braga. Os habituais comentários de texto de Michael e Denise Okuda surgem nos episódios "Broken Bow", "O Incidente Andoriano" e "Vox Sola". Mas o principal do material bônus ficou para o sétimo disco, que contém vários featurettes relativos à produção da primeira temporada da série, elenco e a franquia Jornada nas Estrelas. Estes extras são todos em fullscreen ou letterbox, com áudio em inglês Dolby 2.0. São eles:

- Criando Enterprise – Segmento de 12 minutos que, após uma introdução na qual o ator Scott Bakula (Jonathan Archer) apresenta a tripulação / elenco da Enterprise, é dedicado ao processo de criação e à concepção visual da série;

- Oh Capitão! Meu Capitão! Um perfil de Scott Bakula – Um perfil de 10 minutos do ator Scott Bakula, infelizmente um tanto omisso quanto aos seus trabalhos anteriores. A outra série de ficção científica que ele protagonizou, a cult Quantum Leap (Contra Tempos no Brasil), é citada brevemente;

- Impressões do Elenco: Primeira Temporada – Segmento de 12 minutos no qual os integrantes do elenco principal comentam a primeira temporada, enquanto são exibidos os melhores momentos dos seus personagens;

- Dentro da Nave Auxiliar Um – Segmento de 8 minutos específico sobre a produção do episódio de baixo orçamento "Shuttlepod One", que se passa praticamente todo no interior de uma nave auxiliar, com ênfase nos diálogos dos personagens Reed e Tucker;

- Viagem no Tempo em Jornada nas Estrelas: Guerras Frias Temporais e Além – Neste featurette de 8 minutos, Brannon Braga fala sobre a origem da Guerra Fria Temporal introduzida na série, e são listados os principais episódios de Jornada nas Estrelas que apresentam viagens no tempo;

- Segredos de Enterprise – Curto segmento de 2 minutos que revela, com cenas de bastidores, como o reator de dobra e o replicador de alimentos da nave funcionam de modo low tech;

- Almirante Forrest no Centro do Palco – Featurette de 5 minutos com Vaughn Armstrong, que além do Almirante Forrest em Enterprise, interpretou vários outros papéis na franquia;

- Erros de Gravação – Uma seleção bem engraçada de nove minutos de erros de gravação (e outras brincadeiras do elenco), os melhores cortesia de Jolene Blalock (T’Pol). Graças a ela, a palavra “caca” nunca mais será a mesma;

- Celebrando Jornada nas Estrelas - Segmento que mostra as convenções de Jornada nas Estrelas e a devoção (exagerada) de alguns fãs. Se você ainda não viu os dois documentários Trekker – Vida de Fã, esta é uma boa amostra.

Encerrando os extras, temos três Easter Eggs nos menus do sétimo disco, sobre alguns episódios da primeira temporada, e dois trailers - um da nova atração do Star Trek Experience em Las Vegas, Borg Invasion, e outro da Série Clássica em DVD.

Críticas ao DVD

Se no exterior Jornada nas Estrelas já saturou, aqui no Brasil ainda há todo um mercado a ser explorado. Na TV paga a franquia ainda possui episódios inéditos, e as séries recém estão começando a sair em DVD. Menos de um mês após lançar a primeira temporada da Série Clássica, a Paramount lançou esta primeira temporada de Enterprise no Brasil, e mais: pretende lançar todas as temporadas de ambas as séries por aqui até o final de 2005 (as segundas temporadas chegam já no próximo dia 16 de agosto). Apesar de muitos preferirem ter em DVD A Nova Geração ou Deep Space Nine, a estratégia de lançamento da distribuidora parece acertada: começou os lançamentos no Brasil com a Série Clássica, de longe a mais conhecida aqui, e com a mais recente, um produto que utiliza tecnologia de ponta em sua produção, o que poderá atrair novos espectadores. No entanto, resta saber se uma série nunca exibida na nossa TV aberta, e que inclusive é contestada até por parte dos fãs de Jornada nas Estrelas, venderá bem por aqui.

De qualquer modo, além de contar com efeitos especiais em CGI de padrão cinematográfico, Enterprise é uma série perfeita para ser vista em DVD: ela foi totalmente gravada em vídeo de alta definição e com som digital multicanal. O box nacional possui uma embalagem diferente da original da Região 1 (onde, a exemplo dos demais boxes de Jornada nas Estrelas lançados por lá, e do próprio box da primeira temporada da Série Clássica lançado aqui, os discos estão dentro de uma embalagem plástica especial), mas ainda assim de ótima qualidade. Os discos estão em suportes plásticos que se abrem como as folhas de um livro, envoltos em uma luva de cartolina. Seus sete DVDs contém os 26 episódios de 44 minutos da primeira temporada, e extras em boa quantidade.

Mantendo a tradição dos lançamentos de Jornada nas Estrelas, os menus animados são um show à parte. Ao carregar o disco, vemos uma cena em CGI da Enterprise NX-01 deixando a doca espacial, após o que entra o menu de seleção de conteúdo com o mesmo estilo de gráficos da ponte de comando. Como seria de esperar, por ter sido a série rodada em formato digital de alta resolução, a qualidade da imagem é excelente, com vídeo em formato wide anamórfico 1.78:1. Quanto ao som, temos somente o áudio original em inglês Dolby Digital 5.1, uma vez que a série, até agora, somente foi exibida no Brasil pela TV paga e com legendas, e a Paramount infelizmente não encomendou uma dublagem em português especial para os DVDs. As legendas disponíveis são português e inglês.

O box inclui um encarte de 12 páginas, contendo a relação de episódios e os textos “A História até o Momento” (posicionando os eventos da série na História) e “Moldando o Futuro” (sobre a origem da Primeira Diretriz da Frota Estelar).

Menus
Resenha publicada em 05/07/2005
Por Jorge Saldanha

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