LADRÃO DE CASACA (To Catch a Thief)

 

Com: Gary Grant, Grace Kelly, John Williams, Jessie Royce Landis

 

Diretor

Duração

Produção

Alfred Hitchcock

106 minutos

1954, EUA

Gênero(s)

Distribuidora

Data de Lançamento

Suspense

Paramount

26/02/2003

Cotação:

Sinopse

Gary Grant vive John Robie, um ex-ladrão de jóias, conhecido como "O Gato", neste misterioso clássico do suspense de Alfred Hitchcock. Robie e suspeito de uma nova onde de roubo de jóias nos luxuosos hotéis da Riviera Francesa e precisa agir para não ser acusado. Ao conhecer a mimada herdeira Frances (Grace Kelly), ele vê uma chance de jogar uma isca para o misterioso ladrão, com as fabulosas jóias da mãe dela (Jessie Royce Landis). O tiro sai pela culatra, mas Frances, que acredita que ele seja culpado, prova seu amor ajudando-o a fugir. Em um arrepiante climax, o verdadeiro criminoso é revelado. O filme obteve três indicacoes da Academia, vencendo o Oscar (R) de "Melhor Fotografia".

Comentários Sobre o Filme

NOTA: As frases abaixo sobre Ladrão de casaca (To catch a thief; 1955), de Alfred Hitchcock, foram colhidas de um texto escrito em maio de 1980, quando este “fuçador de filmes” contava com vinte e quatro anos. Nunca mais revi o filme, cuja única visão se deu naquele distante ciclo Hitchcock do cinema Bristol de Porto Alegre, mesma ocasião em que pude conhecer o antológico Intriga internacional (1959).

Ladrão de casaca é um exemplo que sublinha adequadamente as características básicas da filmografia de Alfred Hitchcock e sua capacidade de fazer render uma historieta de pouca significação. As imagens iniciais, saltitantes, definem a situação básica do filme: o grito histérico duma mulher reclama que lhe furtaram as jóias; e é na trilha deste ladrão de alta classe que o cineasta moverá suas câmaras.

Todo enquadramento manipulado por Hitchcock não esconde um esmerado esforço plástico, principalmente nos planos gerais (abundantes) e nas vertiginosas panorâmicas paisagísticas; destarte, o desenvolvimento rítmico de Ladrão de casaca exerce sobre o espectador um tipo raro de aproximação cinematográfica, a do fascínio magnético pela pintura de câmara, pela harmonia estilística e até pela aparente tranqüilidade com que o cineasta adapta ao seu universo um roteiro despretensioso.

De fato, o roteiro não apresenta maior relevo: as aventuras banais de um homem bem-apessoado que se vê envolvido no caso dum roubo de jóias; os caracteres exteriores são medíocres e o clímax poderia levar a um mórbido melodrama. Mas Hitchcock tem estilo e um universo pessoal: orquestra com mestria o romantismo e a sensualidade de sua história.

No universo particular do “velho bruxo inglês” há alguns dados de identificação: seus homens compõem um tipo compenetrado e circunspecto (tanto o Cary Grant deste filme quanto o Sean Connery de Marnie assim se revelam, irônicos, fleumáticos, trágicos e divertidos a um tempo) e suas mulheres têm uma aparência fria para se revelarem tenuemente cálidas nos pequenos gestos (a Grace Kelly deste Ladrão de casaca e a Tippi Hedren q ue contracena com Sean Connery em Marnie).

Ladrão de casaca inclui-se entre aquelas obras de Hitchcock que, antes de se afirmarem como conteúdo ficcional, se prestam para um exuberante exercício de estilo cinematográfico. (por Eron Fagundes)

Algumas curiosidades: o filme foi realizado (uma bela produção de imagens vencedora do Oscar(R)) na Riviera francesa, quando Grace Kelly conheceu seu futuro marido, o Príncipe Ranier (de Mônaco) e, num acaso do destino, uma das estradas que aparecem no filme foi onde ocorreu o acidente em que Grace sofreu o seu acidente de automóvel, fatal. Para quem sabe que o diretor sempre aparecia em todos os seus filmes, fazendo uma pontinha em alguma cena, neste ele está sentado ao lado de Cary Grant num ônibus. (Edinho Pasquale)

Áudio
Legendas
Vídeo
Região

Inglês (DD 1.0 mono)
Inglês, Português e Espanhol


Extras

- Roteiro e Elenco: documentário de 9 minutos ("Writing and Casting"), uma deliciosa fonte de informações sobre a elaboração do roteiro, seus problemas de "censura moral" da época, mesclando depoimentos e imagens de arquivo, algumas muito apropriadas e interessantes. Traz também algumas curiosidades (como a de que Hitchcock gostava de sempre trabalhar com a mesma equipe, ou, pelo mesno, com pessoas com quem já trabalhara antes, pois ele queria que a equipe fosse "uma família"), enfim, muito legal de se assistir.

- Making Of: um documentário para nenhum cinéfilo botar defeito: tem as curiosidades de bastidores, a seleção das locações, a ótima fotografia utilizando o sistema "VistaVision", detalhes sobre os figurinos, enfim, deliciosas informações com cerca de 17 minutos.

- Alfred Hitchcook - Uma Avaliação: mais um filme dizendo algumas curiosidades e particularidades do diretor, dando ênfase ao seu bom-humor, algo que para muitos pode ser surpreendente, com históricas cenas de família. Mais uma vez imperdível.

- Edith Head e os Figurinos da Paramount: uma mini-biografia de uma das mais queridas e competentes figurinistas de Hollywood, ganhadora de 8 Oscar (R), com cenas raras (principalmente a do teste de figurinos de Audrey Hepburn para o filme "A Princesa e o Plebeu"). Uma bela homenagem. Aprox 13 minutos.

- Galeria de Fotos: fotos de bastidores mostradas em uma seqüência de 7 minutos.

- Trailer do Cinema (Não Legendado) (Edinho Pasquale)

Críticas ao DVD

Como DVD, quase irrepreensível. Um ótimo filme, com um Hitchcock diferente (uma fita bem humorada, mas sem perder o suspense), Grace Kelly no auge da sua beleza, ótima qualidade de imagem, peca por ter o áudio em mono, merecia aqui uma remasterização. Há uma falha imperdoável: a falta de legendas no trailer...

Os extras são uma verdadeira delícia para quem gosta de Hitchcock e, consequentemente, do bom e velho cinema. Os menus são bons, não são cansativos. Nada posso comentar sobre a embalagem, pois a distribuidora nos forneceu o "DVD de serviço", que não a contém.

Um grande DVD, item de colecionador, mesmo não sendo este o "maior filme" de Hitchcock. Mas com certeza me convenço cada vez mais que mesmo os "piores" (não é o caso) do diretor são infinitamente melhores que muitas das produções atuais. (Edinho Pasquale)

(Este DVD foi gentilmente cedido pela Paramount)

Menus
Resenha publicada em 17/06/2003
Por Eron Fagundes e Edinho Pasquale   

 



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