Com Bruce Willis, Monica Belluci, Cole Hauser, Johnny Messner, Fionnula Flanagan, Malick Bowens, Rodney Charles

O leal comandante veterano da marinha A.K. Waters (Bruce Willis) é enviado para uma região da África completamente devastada pela guerra em uma missão super arriscada para resgatar a Dra. Lena Hendricks (Monica Belucci), uma cidadã americana que administra uma Missão. Quando a atraente doutora se recusa a deixar para trás os refugiados de quem toma conta, o comandante Waters tem que decidir se vai continuar seguindo suas ordens ou sua consciência. Juntos, eles iniciam uma perigosa jornada pelo interior da floresta e são perseguidos por um grupo guerrilheiro cujo único objetivo é assassinar todos os refugiados e o grupo de soldados liderado por L.K. Waters.

É inegável a coincidência com fatos reais ao assistir este filme: coincidentemente o vi poucos dias depois da liberação de duas voluntárias italianas seqüestradas no Iraque. Casos diferentes, é claro, mas é impressionante como vivemos num mundo “meio maluco”. Descartados todos os ufanismos americanos do filme, é uma boa fita de ação, com alguns bons momentos de emoção (que, nesse aspecto – e apenas neste – lembra Platoon): como ser frio e calculista para acatar regras vindas de um superior, distante, que não está vivenciando a situação.

O diretor Antoine Fuqua (o mesmo de Dia de Treinamento e do recente Rei Arthur) é bastante competente, sabe bem dosar as cenas de ação e drama, são muito bem dirigidas, sem grandes apelações ou efeitos baratos. Claro que há os dissabores de uma guerra, com cenas chocantes, porém não são gratuitas, nos envolvem exatamente para entrarmos no clima. Bruce Willis está á vontade no papel, afinal não deixa de praticamente ser sua especialidade exercer o papel de mocinho em guerra, seja urbana ou, como no caso, no meio da África. Aliás, o filme foi escrito para ser uma continuação da série Duro de Matar. Mônica Belluci, bela como sempre, está bem razoável como a médica, o elenco de apoio é competente (todos os que fazem parte da tropa de elite da marinha S.E.A.L. fizeram um treinamento real por duas semanas para serem mais realistas), mas os “nativos” são quem merecem destaque.

O tema controverso (até que ponto os EUA tem o direito de invadir países em nome de uma suposta paz) é ao menos tratado de forma digna, honesta. É um bom filme, merece ser visto por quem gosta de ação com grau de dramaticidade, repito, sem apelações. Talvez seja um pouco previsível (há um fato que provoca uma certa reviravolta, mais no final do filme), mas um competente entretenimento.

- Comentários do Diretor: são interessantes, contém até alguns pontos de vista políticos.

- Observações dos Roteiristas: complementam os comentários anteriores.

- Fatos Africanos: curiosos dados apresentados durante o filme, sobre a geografia, política e até armas utilizadas. Esta opção inibe as legendas do filme, assista ao filme em Português com esta opção, fica interessante.

- Jornada para a Segurança: Fazendo Lágrimas do Sol: eficiente making of, não foge muito do convencional: cenas de bastidores, depoimentos, “como foi bom trabalhar com fulano”, locações, direção de arte, o “treinamento” dos atores. Com 15 minutos.

- Vozes da África: depoimentos de 8 pessoas de vários países do continente falando sobre as suas experiências durante as guerras. É um extra bem interessante, pois dificilmente olhamos para a África e seus problemas, assim como outros países fazem conosco...

- Cenas Excluídas: em um total de oito, algumas bem interessantes.

- Mapa Interativo da África: na verdade, são localidades apenas da Nigéria. São dez pontos de cidades do país, em cada um deles há um texto sobre fatos históricos ali ocorridos, além de um texto sobre o próprio país.

- Trailers: de “Lágrimas do Sol”, “Tratamento de Choque”, “Bad Boys II”, “Falcão Negro em Perigo”, “As Panteras Detonando”, “Divisão de Homicídios”, “Radio”, “SWAT – Comando Especial”. O único extra que não tem legendas.

Por alguns momentos quase não acreditei: um DVD da Columbia praticamente perfeito em termos técnicos! A imagem em widescreen, os áudios em Português e Inglês em 5.1 canais (tá, falta uma versão em DTS), menus animados, extras bem bacanas e TODOS legendados (ou melhor, quase... faltaram legendas nos trailers). Só faltou ser um excelente filme. Não dá pra entender. Por que não fazer isto com todos os produtos? E olhe que há muitos filmes mais importantes que este que mereceriam tal tratamento. De qualquer modo, há luz no fim do túnel!