MADRUGADA DOS MORTOS (Dawn of The Dead)

 

Com Sarah Polley, Ving Rhames, Jake Weber, Mekhi Phifer, Ty Burrell, Michael Kelly, Kevin Zegers, Michael Barry

 

Diretor

Duração

Produção

Zack Snyder

109 minutos

2004, EUA

Gênero(s)

Distribuidora

Data de Lançamento

Terror

Universal

29/10/2004

SOM & IMAGEM
FILME
EXTRAS & MENUS
GERAL
Áudio
Legendas
Vídeo
Região

Inglês (DD 5.1), Português (DD 5.1)
Inglês, Português

Sinopse

A enfermeira Ana (Sarah Poley), após uma noite tranqüila com o marido, desperta no dia seguinte e descobre que uma horda de mortos-vivos, que se alimentam de outros seres humanos, está tomando conta da cidade. Na sua fuga desesperada ela se une a um pequeno grupo de sobreviventes, incluindo o policial Kenneth (Ving Rhames), o vendedor de equipamentos eletrônicos Michael (Jake Webber), Andre (Mehki Phifer) e sua mulher grávida. Eles se refugiam num shopping center abandonado, cercados pelo exército crescente de zumbis. O único contato dos sobreviventes com o mundo exterior são os noticiários da TV e Andy, o dono de uma loja de armas próxima que, também sitiado, se comunica com eles através de cartazes e se diverte praticando tiro ao alvo nos zumbis.

Comentários

Filmes de temática semelhante como Resident Evil (2002, de Paul W. S. Anderson) e Extermínio (2002, de Danny Boyle) prepararam o terreno para Madrugada dos Mortos, refilmagem do filme cult de George Romero Zombie - O Despertar dos Mortos (1978). Sem dúvida, este é o melhor exemplar desta safra recente e que, surpreendentemente, nada fica a dever ao original. A surpresa se justifica por esta ser a estréia na direção de Zack Snyder que, em um dinâmico prólogo no qual Ana é jogada no pesadelo em que se transformou a cidade, garante ao espectador que ele irá assistir a um filme acima da média. E a promessa é cumprida já nos excelentes créditos iniciais que se seguem, onde, através de uma colagem de imagens ao som de Johnny Cash, o público tem conhecimento de que o mundo está sendo tomado pelos mortos-vivos.

A alegoria à sociedade de consumo continua lá - os consumidores, para não serem devorados, encastelam-se em um shopping, o templo do consumo - mas Snyder faz algumas alterações importantes no conceito estabelecido por Romero. Os zumbis não são mais as criaturas lerdas dos outros filmes, mas sim velozes e letais como em Extermínio. Também, diferentemente dos filmes de Romero, eles não atacam animais, e somente vira zumbi quem é por eles mordido, o que dá a idéia de que se trata de uma infecção viral, como no filme de Danny Boyle e em Resident Evil. O filme é eficazmente sério, e nos poucos momentos em que sorrimos, é por causa de um humor amargo e irônico.

Os efeitos digitais e de maquiagem são excelentes, utilizados nos momentos certos. Nesta Versão do Diretor temos quase 10 minutos de cenas adicionais, algumas acrescentando mais sangue e violência ao filme, mas graças a cortes rápidos e precisos, elas nunca parecem gratuitas ou exageradas. O elenco cumpre bem sua missão, principalmente Sarah Polley e Ving Rhames - o papel do policial durão caiu como uma luva para a eterna carranca do ator. Adicionalmente os fãs reconhecerão, em pequenas pontas, Tom Savini (que criou as maquiagens de Zombie - O Despertar dos Mortos, e dirigiu a ótima refilmagem de A Noite dos Mortos-Vivos de 1990) e Ken Foree (que atuou no filme original).

Extras

O filme pode ser assistido com uma breve introdução (com legendas em português) do diretor Zack Snyder, que nos fala sobre esta versão estendida, e com comentário de áudio do diretor e do produtor Eric Newman (sem legendas). Para mim o mais interessante são as referências de Snyder ao Dawn of The Dead original (homenagens e pontas de atores), além do fato do filme ter sido filmado em ordem cronológica - o que é incomum. Segue-se um interessante material suplementar especialmente criado para o DVD, todo legendado em português, que certamente agradará aos fãs dos filmes do gênero:

A Fita Perdida - vídeo de 15 minutos que teria sido gravado pelo dono da loja de armas, Andy, como se fosse um diário. Conforme passam os dias (o que vemos pela data registrada pela câmera de Andy), com seu estoque de alimentos esgotado, ele vai ficando cada vez mais magro e desesperado;

Boletim Especial - Na linha do extra anterior, que trata os fatos como verídicos, este vídeo de 20 minutos é um telejornal apresentado pelo já falecido Richard Biggs (o Dr. Franklin da série de TV Babylon 5) que traz novidades sobre o alastramento da praga, comunicados da Casa Branca e do Centro de Prevenção e Controle de Doenças. Interessante, mas acaba ficando comprido demais;

Cenas dos Mortos-Vivos - 11 cenas eliminadas ou estendidas, num total de 12 minutos de duração, que podem ser assistidas com comentários de Snyder e Newman;

Dores de Cabeça de Rachar: Anatomia das Cabeças Rachadas - featurette de cinco minutos, no qual o técnico em efeitos de maquiagem David Leroy Anderson mostra como as cabeças dos zumbis foram detonadas de forma realista;

O Ataque dos Mortos-Vivos - "perfil" de cinco zumbis do filme, mostrando como foram contratados os dublês que os interpretaram, e detalhes das maquiagens e suas mortes;

Despertando os Mortos - uma visão geral do processo que permitiu a transformação de centenas de extras em mortos-vivos. Ele nos dá estratégicas informações sobre a existência de três classes de zumbis: os recém infectados, os completamente infectados e os já em decomposição.

Encerrando os extras, estranhamente não temos um trailer de Madrugada dos Mortos, mas sim de Todo Mundo Quase Morto (Shaun of The Dead), elogiada sátira britânica aos filmes de zumbis, lançada no Brasil diretamente em DVD.

Críticas ao DVD

O DVD simples vem acondicionado em nossa conhecida embalagem Amaray contendo, como já mencionado, a Versão do Diretor estendida, incluindo cenas que melhor definem os personagens e, entre outras "amenidades", mais detalhes de cabeças de zumbi explodindo (na Região 1 também foi lançada separadamente a versão exibida nos cinemas). O filme é apresentado em widescreen anamórfico 2.35:1, e nota-se claramente, em várias tomadas, que foi utilizada superexposição à luz, o que diminui a intensidade das cores. Mas trata-se de uma decisão criativa do diretor, para dar ao filme um clima único e aumentar a tensão. Em outros momentos nota-se certa granulação, mas isto claramente também é deliberado, para tornar a imagem mais crua. As duas faixas de áudio disponíveis (inglês e português) são Dolby Digital 5.1, e proporcionam o inestimável prazer de ouvir gritos de pessoas e zumbis com extrema clareza e qualidade. Música e efeitos sonoros são bem mixados e balanceados, e nos momentos mais calmos ou de silêncio o som ambiental é perfeito. Os efeitos surround são envolventes, e o canal de graves é literalmente explosivo - se duvida, assista/ouça a cena do tanque de gás propano. Estão disponíveis legendas em português e inglês.

Resenha publicada em 16/11/2004
Por Jorge Saldanha

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