![]() |
MATADOR
|
![]() |
Sinopse | |
Um dos melhores filmes do consagrado diretor espanhol Pedro Almodóvar. Traz Antonio Banderas no papel de Angel, um jovem conturbado que resolve ser aprendiz de toureiro para se livrar do excesso de repressão e religiosidade a que é submetido pela família. Para se auto-firmar e provar a sua masculinidade, tenta estuprar a amante de seu mestre e assume a autoria de crimes que não cometeu. Ao mesmo tempo, Diego, o professor de tauromaquia, começa a alimentar uma mórbida paixão por Maria, advogada de Angel. Nesta trama, Almodóvar dosa com maestria cenas de suspense, comédia, amor e drama, e retrata como ninguém todo o calor e emoção exacerbados dos espanhóis. |
|
Comentário | |
O realizador espanhol Pedro Almodóvar era praticamente desconhecido do espectador brasileiro quando, em novembro de 1987, seu filme Matador (1986) iluminou a tela do Ponto de Cinema/SESC, na avenida Alberto Bins, uma das salas alternativas com que contava a cidade de Porto Alegre naquele final de década. O elenco que se tornaria habitual na filmografia do diretor -Antonio Banderas, Assumpta Serna (aliás, esta vista anteriormente numa realização de outro espanhol, Carlos Saura, Mamãe faz cem anos, 1979), Nacho Martinez, Eva Cobo, Carmen Maura-viria a ser bastante acompanhado quando o cinema de Almodovar passou a interessar os distribuidores comerciais. Uma namorada da época, cheia de pudores quando se tratava da imagem cinematográfica mas nem tanto assim ao abrir-se à intimidade, considerou como de mau gosto a simbologia básica de Matador: no início do filme cenas duma tourada alternam-se com seqüências sexuais enquanto um mestre deita cátedra sobre a tauromaquia; seria o jogo amoroso e afetivo tão violento e mortal quanto a briga com touros? Minha namorada detestou o sangue derramado por Almodovar, questionava-se se o bicha do Almodovar tinha a mulher por touro, embora eu me esforçasse, entre as paredes do quarto, por provar que o cineasta estava certo ao mostrar que os impulsos do sexo e da morte são os mesmos e estão escondidos dentro de cada indivíduo, mesmo naqueles aparentemente normais. A seqüência final dos amantes que se devoram até a morte é uma peça de antologia do cinema de Almodovar, comparável, em força erótica e pulsão vital, ao destino do casal em O império dos sentidos (1976), do japonês Nagisa Oshima. A atração do aprendiz de toureiro, Angel, vivido por Banderas, pela mulher de seu mestre é edipiana, e a cena do frustrado estupro revela seus desajustes sexuais: ele ejacula nas pernas da moça, sem penetrá-la. O desejo de Diego, o mestre, por Maria, a advogada de Angel, é outro dos abismos internos do filme, que vai dar naquela seqüência tragicamente vermelha que dá cabo da narrativa. Cheio de um erotismo novo e perverso (mais explícito e contemporâneo que em Luis Buñuel), Matador permanece como uma das obras mais bem sucedidas de Almodovar. (por ERON DUARTE FAGUNDES) |
|
Informações Especiais - Extras | |
Filmografia, biografia, curiosidades (tudo em notas) e trailer. |
|
Críticas ao DVD | |
Este DVD é daqueles que saíram por uma distribuidora, no caso a VERSÁTIL, e depois oferecido como "brinde" numa revista nas bancas por R$ 14,90 (Ed. Europa). O DVD saiu no exterior em áudio Dolby Surround e em formato de tela 1.33 com entrevistas e seção de fotos como extras. No geral, saímos perdendo, como se pode analisar. De qualquer forma, pelo valor que custa, como já dizia Tio Patinhas, "vale cada centavo". |
![]() |