MATRIX RELOADED

 

Com Keanu Reeves, Laurence Fishburne, Carrie Anne-Moss, Hugo Weaving, Monica Bellucci

 

Diretor

Duração

Produção

Larry & Andy Wachowski

138 minutos

2002, EUA

Gênero(s)

Distribuidora

Data de Lançamento

Ficção

Warner

14/10/2003

Cotação:

Sinopse

Nuvens de Sentinelas. Clones do agente Smith. Neo pode voar, mas talvez nem mesmo o "Escolhido", com novos e impressionantes poderes, seja capaz de conter o avanço das máquinas. Neo, Morpheus e Trinity. Todos estão de volta para o poderosos segundo capítulo da trilogia Matrix - juntamente com novos aliados -, batalhando contra inimigos que são clonados, evoluíram e estão cada vez mais próximos de destruir o último enclave humano no planeta. Também voltaram os Irmãos Wachowski e o produtor Joel Silver, expandindo sua visão a novos limites, comum espetáculo que choca os sentidos, acelera o coração e desenha os caminhos futuros do cinema.. O Que é a Matrix? A Questão ainda não é respondida totalmente, e acaba conduzindo a uma outra: Quem criou a Matrix? Matrix Reloaded é um filme pleno de revelações, que abre caminho para inúmeras "revoluções".

Comentários Sobre o Filme

Os aparatos tecnológicos sempre estiveram a serviço do cinema americano. Ninguém como eles sabe servir-se dos avanços da tecnologia visual para construir uma visão formalista do mundo. Um cineasta americano típico deve saber hipnotizar-nos com os encantos da imposição visual; algo que nos faça esquecer o roteiro furado e artificial e a superficialidade de caracteres e idéias.

Aí está The Matrix Reloaded (2003), dirigido pelos irmãos Larry e Andy Wachowski. É bastante superior ao primeiro episódio da trilogia: desenvolveu uma tecnologia visual mais arrebatadora –as maiores trivialidades, como correria de carros e motos e destruição de cenários, adquirem os contornos dum balé cibernético-cinematográfico que não deixa indiferente até aquele espectador que se recusa a mergulhar na mistificação do filme. É esta tecnologia sofisticada que acaba por soterrar em alguns momentos as fragilidades da história ridícula e pretensiosa; o filme convida a esquecer todos os seus problemas para deitarmos ao som e à imagem de sua hipnose técnica; aí variará de espectador para espectador aceitar a precária experiência proposta pela realização.

Na era da informática, os irmãos Wachowski injetaram em seu tema a possibilidade de se criarem realidades simuladas por computador (a dita Matrix gerenciaria este controle) em que as máquinas dominariam os seres humanos. (Um dos problemas é que os três filmes são incompletos, deveriam ser vistos como um só, se não fossem os interesses comerciais dos produtores; quando chegar a terceira parte, espera-se que alguém se abalance a unir as três partes em seu todo, pois é o que na verdade o filme é, um só.).

Formalmente, o filme se vale das conquistas digitais para impor-se visualmente: a multiplicação do indivíduo do vilão batido pelo mocinho restaura o velho faroeste no centro da atual cibernética hollywoodiana. Matrix talvez quisesse decretar o fim do humanismo cinematográfico: a era do tecnicismo inconseqüente. Nosso olhar se perde em visões da mais pura irrealidade. Se Simone (2002), de Andrew Niccol, tem os pés no chão para enxergar a fantasia digital, Matrix alça vôo livre, como uma criança: que é bem assim, uma criança, que Hollywood quer seus espectadores.

Tudo aquilo que é dado como função de uma técnica exuberante de filmagem em filmes como 2001, uma odisséia no espaço (1968), de Stanley Kubrick, ou Apocalypse now (1979), de Francis Ford Coppola perde o sentido diante das facilidades de The Matrix Reloaded; a exasperação do formalismo de Kubrick e de Coppola, cujos exageros permitiram em sua época uma discussão nas fronteiras do revolucionário e do vazio (a passagem dos anos caracterizou indelevelmente os aspectos revolucionários destas produções), se concentram em Matrix num único tópico –o vazio formal alia-se com o vazio temático.

Em 2001 não é a história de Arthur Clarke o principal trunfo, mas o gênio de filmar de Kubrick; pergunta-se: que seqüência de Matrix (seja o I, seja o II) poderia mergulhar o assistente num êxtase hipnótico como aqueles travellings no espaço (ou os corredores de luzes e desempenhos fotográficos –coisas para cinéfilos empedernidos que os observadores ainda travados por sua formação literária terão dificuldades de perceber) criados por Kubrick? Quando ouço as pessoas de hoje dizerem que Matrix é um filme de culto e que há um “aprofundamento das questões filosóficas” no segundo episódio, cuido que cada geração deve ter os filmes de culto e a filosofia que merece.

No meu tempo (é verdade, jovens “matriqueiros”, estou ficando velho) os nossos filmes de culto eram obras como Cidadão Kane (1941), de Orson Welles, e Terra de ninguém (1974), de Terence Mallick; e não nos referíamos a questões filosóficas profundas para definir os espetáculos de Hollywood, mesmo aqueles de que gostávamos, estávamos cientes de sua posição de entretenimento. (por Eron Fagundes)

 

Fui hoje à cabine de imprensa do tão esperado Matrix Reloaded aqui em São Paulo (estamos no dia 15 de maio de 2003). Confesso que somente passadas várias horas é que consegui "digerir" o filme. O filme tem seus méritos, no geral será um grande sucesso mas... Não sei se devido a todo aparato de segurança, onde pela primeira vez fui revistado em uma sessão de cinema até para ir ao banheiro para ver se eu não portava câmeras ou algo do gênero, confesso que já não gostei do evento logo de cara. Pode até ser que um dia eu mude de opinião, revendo muitas e muitas vezes o filme e o futuro DVD. Mas não posso deixar de ser sincero e dizer que esperava MUITO, mas MUITO mais do filme. Ele tem realmente cenas maravilhosas, de uma pirotecnia assustadora, onde os efeitos especiais realmente surpreendem. Mas, na minha opinião, ficou devendo no roteiro. Sim, eu sou do tempo onde uma história bem contada ainda valia mais do que mil efeitos especiais. Achei os diálogos supérfluos, algumas cenas sem sentido (mostrarei algumas mais adiante, com fotos, pasmem, distribuidas pela Warner... não sei o porquê do aparato todo de segurança...) e o final decepcionante. Claro que não cometer a insensatez de contá-lo ou mesmo de revelar aspectos importantes que estraguem a expectativa de se assistir ao filme, mas convenhamos que, embora saibamos que em novembro o filme terá uma continuação, é frustrante ter como crédito final a frase "to be continued", ou seja, continua no próximo filme. e quem não assistiu ao primeiro (e esse sim revolucionário em termos de estória) com certeza não compreenderá nada deste. Daí a minha queixa.

O filme começa estraçalhando em termos de efeitos visuais e ação, começa com a adrenalina lá no alto. Depois da cena inicial é que começa o enredo propriamente dito (se bem que por razões óbvias não posso contar que é uma das cenas principais do filme). Depois, o filme consegue surpreender com as famoas cenas de ação, já presentes no primeiro filme, mas com certeza mais elaboradas neste. Mas acho que até demais. Confesso que o excesso por vezes não me atrai, se torna banal. Vejam as cenas de luta (depois de várias cenas "parecidas" em termos de novidade tecnológica) e me digam se na última já não deu o que tinha que dar... Claro que o espírito do filme é esse, até por personagens que geram esta inquietação, do repetido, da rotina. Mas achei que exageraram na dose. E confesso que há uma cena que me remeteu aos filmes dos anos 50, onde o filme claramente mostra que a cena de fundo é uma projeção (montagem), estou me referindo à cena do caminhão.

Claro que tem cenas maravilhosas, como as de perseguição de carros e moto, estas sim espetaculares. Mas não dá pra engolir o personagem principal por vezes transformado em super-homem, com direito à vôo e tudo. Os atores estão robotizados, com um olhar frio, como as máquinas que eles querem tanto combater. Claro que há mais sensualidade do que no primeiro, mas até nisso há exageros para justificar o seu final. Vejam a cena da "dança coletiva" (repito que não revelarei detalhes do roteiro) e me digam se ela não está solta, perdida, apesar de plasticamente exuberante.

Aliás, isto resume o que pensei do filme. Visualmente até perfeito, mas com o conteúdo a desejar. E com muitas referências, repito, na minha opinião, que não se justificam, misturando Matrix (o original), com Super-Homem e até Guerra nas Estrelas ou Aliens. Não gostei da cena do arquiteto, muito piegas e previsível. Mas o que interessa? Será um sucesso e pronto. E com certeza verei a continuação. Talvez gostando mais deste. Quem sabe. (publicado quando da exibição do filme para a imprensa, por Edinho Pasquale)

Revendo hoje o filme em DVD, talvez tenha exagerado em alguns dos comentários. OK, é um filme "intermediário" (pois era pra ser um único, este, Reloaded, e o próximo, Revolutions), tem seus méritos técnicos, há incoerências quanto ao roteiro, mas em DVD é um bom entretenimento. Perde em algumas cenas a "magia da tela grande", mas compensa na qualidade técnica na "telinha".

Mas continuo com uma certeza: o primeiro foi infinitamente superior e, o terceiro, pelo que pude ver nos trailers, será bem melhor que este. (Edinho Pasquale)

 

Áudio
Legendas
Vídeo
Região

Inglês (DD 5.1) e Português (DD 2.0)
Inglês, Português e Espanhol



OU

Extras

Os extras estão concentrados apenas no disco 2, não disponível para quem for alugar o DVD e sim comprá-lo.

- Preload: Making of do filme e entrevistas com equipe e elenco: um misto de documentário com making of, com o básico: entrevistas com o elenco, cenas de bastidores, cenas do filme, como foi feito isto ou aquilo... a melhor frase que ouvi sobre o filme, foi dita por Fishbone: “Reloaded é como pipoca... tão denso....”. Ou ainda Keanu Reeves: “é kung-fu, é pra garotada”. Enfim, cerca de 22 minutos onde realmente a ênfase é para... os efeitos especiais!

- A Matrix Revelada: Conheça um pouco mais do impacto cultural do fenômeno Matrix. Na verdade, uma grande propaganda dos sub-produtos que foram gerados pela “trilogia” + Animatrix + Game. Com 5min 21s.

- Perseguição na Via Expressa - "Por-trás-das-câmeras" e o segredo por detrás de algumas cenas mais espantosas: Aqui sim um verdadeiro documentário interessante, onde há fatos reveladores sobre as cenas mais legais (a “utilização” da auto-estrada, por exemplo), com detalhes reveladores. Este vale à pena. Com cerca de 31 minutos.

- Preciso de uma Saída - Anúncios inspirados no Universo Matrix: Merchandising puro e expresso, com patrocinadores “mundiais”, porém as propagandas valem o extra. São bem interessantes. Tem, entre as “explicações sobre as campanhas” e os comerciais, aproximadamente 10 minutos.

- Trailer de Animatrix: com 4 min e 30 segundos do “sub-produto” (ou complemento para os mais “fanáticos”), sem legendas. Um grande clipe, na verdade, embora o DVD seja interessante.

- Enter The Matrix: O Jogo: Making of do videogame best-seller e a tecnologia usada para criá-lo: com cerca de 28 minutos, mostra os bastidores de como foi feito o “complemento” do jogo. O.K., marketing puro, mas para quem pode, um complemento e tanto este jogo.

- Paródia do filme apresentada no MTV Movie Awards 2003: o melhor dos extras, divertidíssimo, quando da premiação da MTV ao melhores de 2002. Vale a pena, dá pra dar boas gargalhadas, com a montagem feita entre os apresentadores do prêmio e as cenas do filme.. Tem aproximadamente 9 minutos e 30 segundos.

- Weblinks para o website oficial de Matrix. Para quem pode acessar o DVD através do computador, algumas informações interessantes, muito vastas, “comics”, uma série de estórias em quadrinhos; várias telas de fundo; muitos desenhos de produção, com riqueza de detalhes; muitas informações e vídeos sobre Animatrix (extremamente completas); games (ainda inacessíveis quando da avaliação deste DVD); a “filosofia de Matrix”, com muitos textos interessantes sobre a concepção do filme/trilogia/produtos; uma incalculável quantidade de fotografias, com desenhos de produção até cenas de todos os filmes; Cenas de bastidores, também via Internet, com um grande número de fotos; vários passeios em 3D de cenários virtuais dos filmes usando a tecnologia Quicktime 3D; todos os pôsteres disponíveis para a trilogia, inclusive com a possibilidade de se dar um download em boa resolução de cada um deles (vários por filme); trailers e propagandas de TVs dois 3 filmes; entrevistas com muitas (mesmo) pessoas responsáveis pela parte técnica dos 3 filmes. Pena que estão todos em inglês, mas é um material vastíssimo e de 1ª qualidade. Pena que aproveitável apenas para quem tem DVDs instalados em computadores com acesso á Internet. Material nunca visto antes em qualquer outro DVD-ROM.

Críticas ao DVD

Tudo bem, vamos lá. Há controvérsias quanto o roteiro ou até mesmo ao fato de terem “desmembrado” estes dois últimos filmes, mas tenho que reconhecer que há uma qualidade técnica invejável, além de extras excelentes, mesmo pra quem não gostou muito do filme.

Os menus, todos animados com cenas do filme, são muito bem feitos, a qualidade de imagem é claro que é impecável (embora se perca um pouco na TV em relação ao cinema). Lamenta-se o fato do áudio em Português estar apenas em 2 canais.

Mas, no geral, como produto de marketing, é perfeito, como o desejado. Claro que estou falando do DVD duplo, apenas vendido no varejo (quem quiser alugar não terá acesso à tudo o que é possível e dito aqui) e na versão em widescreen (há até a opção de se comprar no formato standard, ou seja, “adaptado à sua TV” sem metade das imagens).

Se vale a pena comprar? Claro. Não dá pra resistir a um filme que, mesmo com falhas, é tecnicamente impecável em DVD. Já a sua locação, pode deixar a desejar. Mesmo porque é simples e em formato de tela standard.

Este DVD foi gentilmente cedido pela Warner.

Menus
Resenha publicada em 10/10/2003
Por Eron Fagundes e Edinho Pasquale

 



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