Com
Emma Gramatica, Brunella Bovo, Francesco Golisano, Paolo Stoppa
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100 minutos
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Sinopse
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Pela
primeira vez no Brasil, Milagre em Milão é uma
fábula inesquecível premiada com a
Palma de Ouro de Melhor Filme no Festival de Cinema
de Cannes. Uma mulher adota um bebê abandonado
em sua horta. Depois de sua morte, o garoto é enviado
para o orfanato. Ao completar 18 anos, Totó (Francesco
Golisano) vai para Milão, onde passa a morar
num terreno ocupado por miseráveis, mudando
a vida de todos com sua bondade. Após descobrirem
petróleo, os moradores são ameaçados
pelo proprietário, que manda a polícia
desocupar o local. Quando tudo parece perdido, Totó recebe
uma ajuda dos céus, começando a fazer
muitos milagres. Milagre em Milão marca o
apogeu da parceria do roteirista Cesare Zavattini
e o cineasta Vittorio de Sica, que juntos fizeram
Ladrões de Bicicleta, Umberto D, Vítimas
da Tormenta, entre outros clássicos do neo-realismo
italiano.
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Comentários
Sobre o Filme
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MILAGRE
NO CINEMA - Um velha solitária apanha um bebê (que
deixaram a chorar) entre os legumes de sua horta.
Este bebê cresce. Ainda em sua infância,
a velha que o cria morre; pelas ruas encharcadas
de Milão, ele acompanha, solitário,
o enterro; num determinado momento, um ladrão
que foge da polícia junta-se a ele, chorando,
mas, passado o perigo e afastados seus perseguidores,
desliga-se do menino, com brusquidão. Colocado
num orfanato, o garoto sai dali já adolescente;
e empreende uma busca vital junto aos desprotegidos
da sorte numa Itália capitalista e ainda carcomida
pela guerra. É neste busca ingênua e
apaixonante que se empenha Vittorio de Sica para
transformar Milagre em Milão (Miracolo in
Milano; 1950) num dos mais impressionantes espetáculos
da história do cinema; a sensibilidade de
De Sica para compor imagens cinematográficas,
devidamente apreciadas em Vítimas da tormenta (1946) e Ladrões de bicicletas (1948) é levada
a seu grau mais exultante nesta crônica da
comunidade pobre de Milão.
As
fitas neo-realistas de De Sica traduziam sempre uma
atmosfera sentimental; eram pequenas histórias
da banalidade cotidiana que tanto poderiam servir
aos escapistas melodramas da época, como ao
desejo de Cesare Zavattini (roteirista) de tornar
o cinema algo “útil ao homem”.
O que diferencia De Sica dos autores melodramáticos é esta
capacidade de utilizar o trivial com senso de realismo;
no caso de Milagre em Milão o inusitado é ainda
mais assombroso, porque o toque de irrealidade e
magia previsto no roteiro de Zavattini adquire um
clima de fábula que em nenhum descaracteriza
os pressupostos neo-realistas da construção
formal de De Sica.
Tudo é filmado
com uma naturalidade e uma espontaneidade soberbas.
Os rostos do povo e seus
gestos mais característicos são captados
por uma câmara brilhante, com alguns enquadramentos
que são verdadeiros achados plásticos.
As nevascas, a ventania e a neblina que atordoam
os pobres desalojados têm uma bela função
de contraponto a esta história de amor à vida
e ao sonho. Como os engraxates de Vitímas
da tormenta e o filho do trabalhador de Ladrões
de bicicletas, o protagonista de Milagre
em Milão apresenta
um bom coração, a despeito
do sofrimento do meio em que vive; socorre um garota
arrastada pelos ventos, salva um desolado suicida
que queria jogar-se contra as rodas dum trem e logo é alçado à condição
de líder da comunidade por seus dotes de bondade
e por seu carisma.
Magia
e realismo se misturam com perfeição
na narrativa. As preocupações sociais
do realizam topam uma realização artística
admirável. Num dos filmes do norte-americano
Woody Allen, não me lembra qual, a personagem
de Allen altercava com seu interlocutor, acerca de
Ladrões de bicicletas, que se deveria esquecer
a questão social e deter-se na beleza fílmica
contida nas cenas. No caso de um cineasta como De
Sica, parece impossível estabelecer esta dicotomia;
a questão social está incrustada na
questão plástica. E Milagre
em Milão o comprova sobejamente. (por Eron Fagundes)
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Áudio
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Legendas
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Vídeo
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Região
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IItaliano
(DD 2.0)
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Português
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(Formato Original do Cinema: 1.37:1)
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Extras
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Cenas da Estréia: uma rara reportagem quando
da estréia do filme em Roma (nos moldes do nosso saudoso
"Canal 100"). Para cionéfilos, maravilhoso, pois é
muito difícil encontrar
documentos
históricos
fora dos padrões de Hollywood. E com direito ainda
a um depoimento simpático de De Sica! Aprox 2:30 min.
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Trailer Original de Cinema: outro exemplo
de "quem procura, acha!": trailer com quase 5 minutos.
Mais
um presente para nós.*-
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Vida e Obra de Vittorio de Sica: 9 páginas de texto
mostrando a biografia e filmografia completa do diretor.
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O Neo-Realismo: 37 páginas contendo uma
excelente fonte de informação sobre este período
do cinema
italiano, com um ótimo texto e imagens de época. Conclui
com uma filmografia básica sobre o movimento. (por
Edinho Pasquale)
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Críticas
ao DVD
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A
imagem, restaurada, apesar de não perfeita, está
ótima. Idem com relação ao áudio. Menus estáticos,
sem problemas. Embalagem informativa, sem erros.
Os extras: com gostinho de "quero mais"!
Aqui
cabe um aparte: é notória a nova postura da distribuidora
Versátil nos últimos tempos, resgatando filmes de
altíssima qualidade ceinematográfica, buscando extras
como os deste DVD e melhorando consideravelmente
seu padrão de qualidade e profissionalismo. Defeitos
sempre existem, mas não posso negar o crescimento
da qualidade desta distribuidora.
Se
você ama o cinema e quer conhecer uma das principais
obras de uma escola cinematográfica, o neo-realismo,
com qualidade, não perca este DVD. Pode não ser um
primor comparado a um DVD onde grandes estúdios investiram
bilhões de dólares mas, para quem realmente
ama a sétima arte não pode deixar de ao menos
conhecer este produto. (Edinho Pasquale)
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Menus
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Resenha
publicada em 06/10/2003 |
Por
Eron Fagundes e Edinho Pasquale
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