Com: Sylvester Stallone, Madeleine Stowe, Anthony Quinn, Raoul Bova.

O poderoso chefão Angelo Allieghieri (Anthony Quinn) acaba de ser alvejado num tiroteio em Nova York. Antes de morrer, ele pede para que seu guarda-costas Frankie Delano (Sylvester Stallone) cuide de sua filha Jennifer (Madeleine Stowe), que até então não sabe quem é seu pai. Frankie parte para Long Island, a fim de colocar em prática a última ordem de seu falecido patrão. Mal sabe ele que Jennifer é uma garota vaidosa e cheia de gostos. E mais: ela é agora o principal alvo dos inimigos de Angelo. Sua vida corre perigo. Uma guerra sem trincheiras vai começar. E Frankie terá que proteger Jennifer.

O que esperar de um filme que nem chegou aos cinemas, sendo lançado diretamente em DVD e VHS? O que esperar de um filme com Sylvester Stallone em tempos atuais? Uma injustiça! Missão Perigosa é o seu melhor filme desde Risco Total (1993). Por incrível que pareça, foi deliciosa esta sessão. Daquelas que você sai sorrindo depois de encerrada. É claro que antes de dar o derradeiro PLAY para iniciá-la, desligue o seu cérebro. Divertimento garantido!

Stallone está perfeito como guarda-costas de um mafioso (Anthony Quinn no seu último papel antes de falecer em junho de 2001), dividindo as atenções com a atriz Madeleine Stowe, simplesmente maravilhosa (e a vontade no papel de uma riquinha) aos seus 45 anos de idade. Até aos 10 minutos de filme, Quinn rouba a cena, depois em flashbacks, é figura marcante. Apesar da familiaridade com o mundo da máfia, lembrando sempre da violência explícita, Missão Perigosa nunca chega a este ponto. Quem suspeita que encontrará ação vertiginosa, ficará decepcionado. Bastante discreta, dá lugar a comicidade das situações e do romance, que por trás de tudo, certamente despertará ao cabo do filme. De certa forma, lembra de uma produção não compreendida pela grande maioria, talvez por transitar entre alguns gêneros cinematográficos, mas muito simpática, A Mexicana (2001).

Acredito também que a química dos protagonistas Stallone/Stowe funcionou perfeitamente, ajudando em muito para contar um estória simples mas muito bem ‘amarrada’. Deverá fazer sucesso nas locadoras. Aguardemos Spy Kids 3, Stallone no ‘cinemão’ novamente.

- Trailer de cinema (legendado) + 3 trailers de outros filmes.

Podemos até tentar compreender o fato da distribuidora nacional ‘cortar’ e ‘esticar’ a imagem para preencher totalmente a tela da TV, porque trata de um produto para locação (e muita gente não gosta das barras pretas). Mas o tratamento da imagem poderia ter sido melhor, porque há excessivo artefatos (pontos brancos) e pontos borrados nas cenas escuras. Nos EUA saiu em widescreen anamórfico (2.35) e áudio em 5.1. Também perdemos neste quesito além de outros extras, como comentários em áudio do diretor e de um documentário com cerca de 20 minutos. Além disso, a dublagem é sofrível. Uma pena, para um filme para toda família.

Este filme não tem recebido boas críticas, pelo menos as que tenho lido, mas tem uma explicação: É um filme com ação moderada, não é aquela pancadaria que os filmes do Stallone geralmente tem. E existe essa tendência ao humor e ao romance, uma atmosfera bem diferente do que geralmente assistimos em seus filmes. Lógico que, sendo ele um ator estigmatizado, de que sempre é violento, as pessoas ficam decepcionadas, pois esperam dele sempre o mesmo tipo de personagem. Vale à pena assistir sim... (Fábio)