Com: Roberto Benigni, Nicoletta Braschi, Michel Blanc

Comédia escrita e dirigida por Roberto Benigni, hoje um astro internacional vencedor de 2 Oscars por A Vida É Bela. Um serial killer pervertido está à solta e o paisagista e pintor de letreiros Loris (Roberto Benigni), um caloteiro de primeira e artista de segunda que vive fugindo do proprietário de seu apartamento para não pagar o aluguel, é o principal suspeito. Isso graças a seu péssimo hábito de ser surpreendido em situações comprometedoras pelas quais sempre teriam uma explicação que o inocentasse não fosse a incompetência da polícia. Jessica (Nicoletta Braschi), uma policial à paisana, é incumbida pelo excêntrico psicanalista policial, Tacccone (Michel Blanc), de seguir Loris e adquirir provas para efetuar sua prisão. Mas as coisas não saem bem de acordo com o planejado... Você vai morrer de tanto rir. Não deixe de ver!

Este foi o meu primeiro contato, depois de A VIDA É BELA, com uma produção "legítima", vamos dizer assim, de Roberto BENIGNI. Aliás, não precisamos nem lembrar do "frisson" do OSCAR de 1999, levando para casa o de melhor filme estrangeiro e melhor ator (o primeiro para um filme não falado em inglês). Mas O MONSTRO, de todos os outros realizados antes de A VIDA É BELA (graças ao VHS) é disparado o melhor, mesmo que JOHNNY STECCHINO (1991) seja muito bom. E quem vê O MONSTRO saberá que nos demais verá sempre a mesma caracterização de BENIGNI. Parece um ator que auto se interpreta. Como o trapalhão DIDI.

E como também se verá que BENIGNI não arriscará produções diferentes do que acostumou seus admiradores (dentre eles, eu), apesar de termos em A VIDA É BELA a mais interessante interpretação (vamos esperar por PINOCCHIO em 2002). O MONSTRO é uma comédia simples, tipo "pastelão", com sentidos duplos que levam o personagem de BENIGNI a ser confundido com um serial killer. Então entra em cena, a sua musa, inspiradora em quase todos os seus filmes, Nicoleta BRASCHI, casada na vida real com o ator. Como uma policial desastrada, tenta de todas as formas incriminar o suposto assassino utilizando-se das formas mais inusitadas para capturá-lo.

Então rola as cenas mais absurdas e engraçadas do cinema italiano. A comédia simples, como faziam os TRAPALHÕES, os 3 PATETAS, até mesmo CHAVES e CHAPOLIM ainda reina entre as crianças e os adultos. Basta de TODO MUNDO EM PÂNICO e outras porcarias do gênero, com piadas estatológicas e tudo mais. Roberto BENIGNI é o cara, apesar de sua indicação como o pior ator novato (Framboesa de Ouro) para O FILHO DA PANTERA COR-DE-ROSA (1993).

Os EXTRAS indicados no menu são: SINOPSE, ELENCO e TRAILER. Em ELENCO, tem-se apenas biografia, filmografia e premiação de BENIGNI e sua esposa Nicoletta BRASCHI. E umas poucas notas em "curiosidades". Tem uma ainda uma seção LANÇAMENTOS, apenas títulos, sem trailers e FICHA TÉCNICA. Nada mais.

A distribuidora VERSÁTIL tem em seu catálogo filmes inacreditavelmente obras-primas do cinema independente, como a TRILOGIA DAS CORES, e O CARTEIRO E O POETA. Lançar O MONSTRO é ter coragem, e somente uma distribuidora pequena como a VERSATIL para assumir esta "bronca". A cópia deste título em DVD não é ruim a tanto, mesmo que tenha muitas falhas na imagem com artefatos brancos, não compromete. É superior à cópia em VHS (que também tenho). O som é prejudicado, mas não poderíamos esperar mais que isto. Para REGIÃO 1 saiu com opção no formato WIDESCREEN e dublado em inglês em Dolby Surround. O menu é musical, mas não animado. E são poucos extras. As notas do elenco são fartas e quase completas. Paguei numa promoção no CARREFOUR R$ 13,50. Vale cada centavo.