Com
Franco Citti, Ninetto Davolli, M. Gabriella Frankell, Gerhard Exel, Wolfgang
Hillinger, Vincenzo Amato, Jovan Jovanovic, Giuseppe Zigana,
Hugh Griffith, Josephine Chaplin, Alan Webb, Jenny Runacre,
John Francis Lane, Athol Coats, Tom Baker, Oscar Fochetti,
Robin Asouth, Ines Pellegini, Tessa Bouche, Franco Merli,
Margaret Clementi, Jocelyn Munchenbach, Alberto Argentin
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351
minutos
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SOM & IMAGEM |
FILME |
EXTRAS & MENUS |
GERAL |
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Áudio
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Legendas
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Vídeo
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Região
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Italiano (DD 2.0), Inglês (DD 2.0)
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Inglês, Português
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Sinopse
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Pier Paolo Pasolini nasceu em Bolonha, Itália,
em 1922. Estudou arte e literatura na universidade
e seguiu para Roma. Sua estréia no cinema
foi como roteirista de filmes de Federico Fellini,
Francesco Rosi e Mauro Bologinni, entre outros. Seu
primeiro filme como diretor foi “Accatonne” de
1961, mas o reconhecimento internacional só veio
em 1964 com “O Evangelho Segundo São
Mateus”.
Poeta,
cineasta e acima de tudo um polemista, Pasolini era
um crítico da Itália do pós-guerra,
uma Itália burguesa e consumista que livrara-se
de Mussolini, mas tendia a retornar ao fascismo.
O uso do erotismo, da violência e depravação
foi constante em sua obra, um meio de expressar sua
visão da religião e da problemática
social, motivo de conflitos com a Igreja Católica
e perseguições políticas.
Com “Decameron” (1971), “Os Contos
de Canterbury” (1973) e “As Mil e Uma
Noites” (1974), conhecidos como “A Trilogia
da Vida”, Pasolini exalta o sexo e o corpo
humano como forma de protesto contra o neo-moralismo
e um meio de resgatar o simple, primitivo e, nas
sua visão atéia do mundo, o mítico,
sagrado.
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Comentários
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Decaneron (Il Decameron)
Decameron é baseado
no livro de mesmo nome escrito pelo escritor italiano
Giovanni Boccacio
(1313/1375) entre os anos de 1349 e 1351 . O livro
trás uma coleção de cem textos,
contos, anetodas, novelas e lendas que mostram com
uma fidelidade muito grande a realidade daquela época.
Para o filme Pasolini escolheu nove contos que apesar
de não serem interligados entre si acabam
formando uma narrativa interessante.
Começa
com as desventuras de um jovem de família
rica que é roubado e acaba
envolvido numa profanação de sepultura,
depois segue passando por um convento nada ortodoxo
onde freiras são ajudadas por um jovem mudo,
uma esposa adúltera e muito esperta, um pecador
moribundo que consegue ser enterrado como se fosse
um Santo, um casal de amantes jovens descobrindo
o amor e o desdobramento hilário dessa situação,
uma triste história de amor interrompida por
um crime e a absurda situação do homem
que quer que sua esposa seja transformada numa égua
para ajudá-lo nos trabalhos no campo. Ligando
a narrativa temos um artista que pinta um grande
afresco numa parede de uma catefral mostrando o céu
dos puros e o inferno dos pecadores.
O
filme é permeado de cenas de nus frontais
tanto masculinos quanto femininos, mas, de maneira
geral, elas estão inseridos no contexto das
histórias e depois de um estranhamento inicial
acabam sendo bem naturais, de todos os filmes da
Trilogia da Vida Decameron é o que pode ser
considerado mais acessível ao público.
O filme ganhou o prêmio Prêmio Especial
do Júri no Festival Internacional de Filme
de Berlin de 1971.
Os
Contos de Canterbury (I Racconti di Canterbury)
Segundo
filme da trilogia, Os Contos de Canterbury foram
baseados nas história de Geofrey Chaucer,
escritas no século XIV e de cunho erótico/obsceno. É um
filme muito mais ousado do que o Decameron, sexualmente é mais
agressivo e gráfico e suas histórias
mais perversas, mesmo assim consegue manter um clima
bem humorado durante grande parte do tempo, é uma
contradição interessante e devia ser
esse mesmo o objetivo do Pasolini, ao fazer o público
se divertir com algo normalmente considerado cruel
ele forçava uma reflexão de valores
e uma discussão muito interessante.
Filmado
na Inglaterra e falado em inglês o
filme trás um elenco mesclando italianos e
ingleses, o próprio Pier Paolo participa do
filme e todo o clima medieval é retratado
de uma maneira muito fiél e interessante,
sem os rebuscamentos que encontramos normalmente
em filmes que se passam nesse período, isso
acaba dando uma autenticidade muito grande às
cenas.
Uma
cena que choca e ao mesmo tempo prende nossa atenção é a
do inferno criado para esse filme, uma representação única
e que dificilmente seria refeita nos dias de hoje.
O filme ganhou o Urso de Ouro no Festival de Filmes
de Berlin de 1972.
As
Mil e Uma Noites (Il Fiore de Mille e Una Notte)
Visualmente
As Mil e Uma Noites é o filme
mais bonito da trilogia, com imagens surpreendentes
e mágicas fillmadas no Iêmen, Pérsia
e Nepal, todos esses cenários surpreendentes
ajudam a compor as quinze histórias narradas
no filme. Tudo começa quando um jovem, Mur-el-Din, é escolhido
por uma bela e muito espirituosa escrava, Zurrumud,
para ser seu dono, os dois se apaixonam de imediato,
mas logo ela é roubada dele. Esperta ela consegue
se libertar e foge para o deserto, nesse meio tempo
seu amado vaga por diversas cidades procurando pela
sua amada Zumurrud.
Pararelamente à história
desses jovens amantes temos também outras
narrações
que envolvem sempre paixão, romance, amor
e sexo. De todos os filmes esse é o mais contemplativo
e cheio de lirismo, é também o mais
longo dos filmes da trilogia com 130 minutos de duração.
Não à toa o filme ganhou o Grande Prêmio
do Jurí do Festival de Cannes de 1974.
Curiosidades
Esses
filmes, assim como grande parte de filmografia do
Pier Paolo Pasolini não estiveram disponíveis
em vídeo durante vários anos e esses
filmes acabaram se tornando ítens raros para
os cinéfilos em geral. No ano de 2002 foram
exibidos na Mostra Internacional de Cinema de São
Paulo, num total de vinte e quatro filmes diferentes
dirigidos pelo Pasolini.
A
versão exibida de As Mil e Uma Noites exibida
na Mostra Interncaional de Cinema de São Paulo
2002 trouxe cenas inéditas do filme, acrescentando
histórias novas às quinze já existentes
e aumentando o tempo de duração do
filme em vinte minutos.
Pier
Paolo Pasolini foi assassinado no ano de 1975 pouco
depois de terminar de filmar “Saló – Os
120 Dias de Sodoma”, um dos filmes mais polêmicos
da história do cinema. As verdadeiras razões
de sua morte nunca foram completamente esclarecidas,
mesmo com a condenação de um jovem
que confessou o crime à época, seus
amigos mais próximos, entre eles o também
diretor Bernardo Bertolucci, sempre acreditaram que
Pasolini foi vítima de um crime político,
em função das polêmicas e provocações
que criou na Itália.
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Extras
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Não há nenhum extra nos filmes além
dos trailers originais.
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Críticas
ao DVD
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As imagens de todos os filmes foi restaurada, apesar
disso é notável a mudança na
qualidade da imagem de uma história para outra
em alguns momentos, mas nada que tire o prazer de
ver os filmes. O som também está bom,
ainda mais se levarmos em conta que a mixagem original
dos filmes é em mono, os diálogos podem
ser bem ouvidos, assim como as músicas.
Uma
crítica em relação aos
discos é que em todos eles os filmes só foram
divididos em oito capítulos, cada um com em
média vinte minutos, dada a duração
dos filmes e a estrutura de várias histórias
curtas, ficou realmente muito ruim escolher alguma
cena em especial, o ideal seria que cada conto fosse
considerado como um capítulo.
Os
menus contém uma animação
discreta e são corretos. Ter finalmente os
filmes da Trilogia da Vida disponíveis em
vídeo é um prazer para os fãs
do Pasolini e para o público e geral vale
a pena dar uma conferida num trabalho único,
muito interessante e que realmente foge dos padrões
normais do cinema.
Além do pack com os três filmes eles
também podem ser encontrados sendo vendidos
individualmente.
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Resenha
publicada em
28/09/2004
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Por
Adriano Tomino
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