PERDIDOS NO ESPAÇO – 1ª TEMPORADA COMPLETA (Lost in Space 1st Season)

 

Com Guy Williams, June Lockhart, Mark Goddard, Marta Kristen, Angela Cartwright, Billy Mumy, Jonathan Harris, Bob May, Dick Tufeld

 

Diretor

Duração

Produção

Vários

1481 minutos

1965/1966, EUA

Gênero(s)

Distribuidora

Data de Lançamento

TV, Ação, Aventura

Fox

21/07/2004

SOM & IMAGEM
FILME
EXTRAS & MENUS
GERAL
Áudio
Legendas
Vídeo
Região

Inglês e Português (DD 2.0 mono)
Inglês, Portuguêsl
Sinopse

No então futurista 16 de outubro de 1997, é lançada a primeira missão de colonização terrestre rumo a Alpha Centaury. A bordo da espaçonave Júpiter 2 está a família de colonizadores composta pelo Professor John Robinson (Guy Williams, que já fora o Zorro da Disney), sua esposa Maureen (June Lockhart) e seus filhos Judy (Martha Kristen), Penny (Angela Cartwright) e o caçula Will (Billy Mumy). Completando a tripulação, que permaneceria em animação suspensa durante os cinco anos da viagem, estava o piloto, Major Donald West (Mark Goddard). Os problemas da nave iniciam quando o sabotador Dr. Zachary Smith (Jonathan Harris) esconde-se a bordo, e programa o Robô de exploração para destruir os controles de navegação e de suporte de vida oito horas após o lançamento. Smith não consegue sair antes da partida e seu peso extra tira a nave do curso, levando-a direto para uma chuva de meteoros. Depois de reanimar a tripulação e de o Major West desviar a nave dos meteoros, Smith se lembra de que também teria que desativar o Robô. Mas é tarde demais, o Robô danifica os controles e o Júpiter 2 ruma em hiper-velocidade para os confins da galáxia. Após o encontro com uma nave alienígena aparentemente abandonada, o Júpiter 2 cai no planeta desconhecido no qual permaneceria até o início da segunda temporada.

Comentários

Em meados da década de 60, o produtor e diretor Irwin Allen (1916 - 1991) já era um nome de peso em Hollywood, tendo em seu currículo um documentário premiado com o Oscar (The Sea Around Us, 1953) e grandes aventuras escapistas, como O Mundo Perdido (The Lost World, 1960) e Cinco semanas em um Balão (Five Weeks in a Balloon, 1962). No início dos anos 70, Allen conquistou a alcunha de "Mestre do Desastre" por filmes-catástrofe de sucesso, como O Destino do Poseidon (The Poseidon Adventure, 1972), e Inferno na Torre (The Towering Inferno, 1974). Contudo, para os que cresceram na frente de uma TV nos anos 60 e 70, ele sempre será lembrado como o criador das séries de ficção científica Viagem ao Fundo do Mar, Perdidos no Espaço, Túnel do Tempo e Terra de Gigantes.

Em 1964, a série Viagem ao Fundo do Mar, baseada no filme homônimo de Allen lançado em 1960, que por sua vez era livremente inspirado em 20.000 Léguas Submarinas de Júlio Verne, já era um grande sucesso. De olho no caixa, a Fox encomendou a ele o projeto de uma nova série, e mais uma vez inspirado na literatura e aproveitando a euforia decorrente da corrida espacial, Allen produziu um piloto de uma hora repleto de ação, que era uma espécie de versão futurista do clássico "Robinson Suíço", de Johann David Wys. O piloto foi aprovado pela Fox, que deu sinal verde para a produção de um show semanal. Mas os executivos, sentindo que faltava conflito dramático na trama, pediram a inclusão de um vilão na série. Allen então decidiu refazer a história, com a inclusão de dois personagens que teriam uma importância crucial no programa: o traiçoeiro sabotador Dr. Zachary Smith (Jonathan Harris) e o Robô de exploração (Bob May, com voz de Dick Tufeld). No dia 15 se setembro de 1965, Perdidos no Espaço estreou na CBS com o episódio "O Clandestino Teimoso", escrito por Shimon Wincelberg e dirigido por Tony Leader. Nos cinco primeiros episódios, Allen, um mestre em utilizar cenas de arquivo, economizou uma boa grana reaproveitando praticamente todo o material produzido para o piloto.

Esta primeira temporada da série, filmada em preto e branco, é considerada por muitos como a melhor das três que foram produzidas. Principalmente em seus episódios iniciais a ênfase era na aventura, na sobrevivência e nos ardis de Smith para eliminar os Robinsons. Também neste primeiro ano temos o único episódio em duas partes de toda a série, o memorável "O Estranho Colecionador", onde Michael Rennie (o Klaatu do clássico O Dia em que a Terra Parou, 1951) interpretava um alienígena cuja função era colecionar formas de vida de todo o universo. Em outros episódios houve a participação de atores convidados como Warren Oates, Torin Thatcher, Albert Salmi e um então pré-adolescente Kurt Russell. Ajudando a tornar a série um grande sucesso, habituais colaboradores de Allen, como Paul Zastupnevich (figurinos) e L. B. Abbott (efeitos especiais) integravam a equipe. O tema musical, além das trilhas de alguns episódios, foi composto pelo então iniciante John Williams (à época, "Johnny"), hoje o principal compositor de trilhas de cinema em atividade.

A partir da segunda temporada a série passou a ser filmada em cores, porém a aventura cedeu lugar ao humor camp (influência de outro grande sucesso da Fox na época, Batman, que era exibido em uma rede concorrente no mesmo horário) centrado nas figuras do garoto Will, do Robô (“Perigo! Perigo!”) e do cada vez mais covarde e hilariante Dr. Smith. Esta é a fase pela qual a série é mais lembrada, graças à atuação inesquecível de Harris como Smith. No total foram produzidos 83 episódios no período de 1965 a 1968, e após o cancelamento prematuro do programa, foram feitas várias tentativas de trazer Perdidos no Espaço de volta. Mas foi somente após a morte de Allen, em 1991, que as negociações realmente foram adiante, o que resultou no filme de 1998. Infelizmente o filme fracassou por não conseguir resgatar o fascínio, o clima e o humor da série original. Vista hoje sob os padrões contemporâneos de conhecimento científico, produção e efeitos especiais, Perdidos no Espaço pode parecer ultrapassada e ingênua - mas o espectador tem que avaliar a série na perspectiva da época em que foi produzida.

Assim fazendo, será mais fácil constatar o porquê do programa ter se tranformado em um dos maiores clássicos televisivos de todos os tempos, possuindo muitos fãs até hoje. Estes, revendo aos episódios da primeira temporada, poderão voltar às suas infâncias e relembrar os momentos de aventura e deslumbramento que viveram pela primeira vez, há mais de trinta anos, com a família Robinson.

Extras

Há somente um par de extras presentes no box, e um deles é uma curiosidade irresistível para os fãs: o episódio piloto inédito que Allen produziu para vender a série, ainda sem Smith e o Robô. Batizado de "No Place to Hide" (Sem Lugar para se Esconder), o piloto (o mais caro até então produzido, tendo custado mais de meio milhão de dólares) mostra o lançamento da nave espacial dos Robinsons, então chamada Gemini 12, rumo a outro sistema solar. Durante o vôo a nave passa por uma chuva de meteoros que a desvia de sua rota; danificada, ela faz um pouso forçado em um planeta desconhecido. Naquele mundo inóspito, a família de colonizadores enfrenta uma série de ameaças, como um cíclope gigante, um terremoto e uma tempestade em alto-mar. Como trilha sonora do piloto, foram utilizadas partituras compostas pelo lendário Bernard Herrmann para antigos filmes da Fox, como O Dia em que a Terra Parou, Viagem ao Centro da Terra e Rochedos da Morte.

O outro extra disponível é um featurette promocional, narrado pelo próprio Irwin Allen (com legendas em português), que a CBS criou a fim de atrair anunciantes para a série. Ele mostra somente cenas do piloto, e é interessante principalmente por podermos conhecer o marketing usado à época pela rede de TV.

Críticas ao DVD

O box possui oito discos, acondicionados em suportes de plástico azul envoltos pela embalagem de cartolina, com os 29 episódios da primeira temporada, que há décadas não são exibidos na TV aberta, cada um com a duração aproximada de 49 minutos:

Disco 1: 1. O Clandestino Teimoso - 2. A Nave Fantasma - 3. Ilha No Céu - 4. Terra De Gigantes

Disco 2: 1. Mar Revolto - 2. Hepgood Esteve Aqui - 3. Um Estranho Amigo 4. Invasores da 5ª dimensão

Disco 3: 1. O Estranho Oásis - 2. Os Seres Eletrônicos - 3. A Lâmpada De Aladim - 4. A Mini Espaçonave

Disco 4: 1. O Cão Desaparecido - 2. O Ataque Das Plantas Monstruosas - 3. Volta À Terra - 4. O Estranho Colecionador - Parte 01

Disco 5: 1. O Estranho Colecionador - Parte 02 - 2. O Pirata Do Céu - 3. O Fantasma Do Espaço - 4. A Gurra Dos Robôs

Disco 6: 1. O Espelho Mágico - 2. O Desafio - 3. O Marcador Do Espaço - 4. Sua Majestade Smith

Disco 7: 1. Os Semeadores Do Universo - 2. Nem Tudo Que Reluz... - 3. A Civilização Perdida - 4. Um Passeio À Sexta Dimensão

Disco 8: 1. A Voz Do Espírito - 2. No Place To Hide

A imagem é em tela cheia (1.33:1), com legendas em português e inglês. As opções de áudio são inglês e português (todos Dolby Digital 2.0 Mono, exceto no piloto inédito, que tem áudio somente em inglês, com opção de legendas em português). O áudio original em inglês apresenta qualidade superior, mas o grande atrativo para nós, brasileiros, é a inclusão da dublagem em português feita nos anos 60 pela AIC - São Paulo, com destaque para o excelente trabalho do comediante Borges de Barros (o mendigo da Praça da Alegria) como o Dr. Smith. Barros imortalizou sua voz com o inesquecível bordão "Nada tema, com Smith não há problema", e aqueles inesquecíveis insultos ao Robô, tipo "Sua lata de sardinha enferrujada". O próprio Jonathan Harris elogiou a dublagem de Barros, quando o conheceu em sua visita ao Brasil em 1969. Infelizmente, devido ao tempo, a qualidade do áudio em português não é perfeita.

Quando a série ainda passava no canal pago Fox, nos anos 90, já era fácil de perceber, em muitos episódios, que seu estado de conservação não era bom - volume baixo, alto nível de ruídos, falta de sincronia e até mesmo perda de áudio em alguns trechos. Por tudo isso a Fox até cogitou de lançar o box-set no Brasil sem esta dublagem histórica, mas graças à mobilização e o auxílio de fãs como o nosso amigo Elias de Lucena, a distribuidora remasterizou também o áudio em português, minimizando seus maiores problemas.

Quanto ao vídeo, mais uma vez considerando-se a idade do material, não se poderia exigir mais da Fox. Estes episódios provavelmente nunca foram vistos com qualidade melhor. A imagem em preto e branco é via de regra limpa, com pontos de sujeira e alguma granulação apenas eventualmente surgindo na tela.

Portanto, de um modo geral e considerando que estes episódios foram filmados há quase quarenta anos, a qualidade do vídeo é mais do que satisfatória, bem superior à dos VHS lançados nos EUA em 1998. A Fox, que já dispunha no mercado brasileiro das melhores coleções em DVD, consolida sua posição e já anunciou o lançamento da segunda temporada de Perdidos no Espaço no Brasil, o que deverá ocorrer até o final do ano. Que isso sirva de exemplo a outras distribuidoras, principalmente à Paramount, que nos deve a Série Original de Jornada nas Estrelas.

Menus
Resenha publicada em 25/07/2004
Por Jorge Saldanha

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