Com
Marlon Brando, Al Pacino, James Caan, Robert Duvall,
Diane Keaton, Talia Shire, Robert DeNiro, Lee Strasberg,
Andy Garcia, Sofia Coppola
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175/200/170 minutos
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SOM & IMAGEM |
FILME |
EXTRAS & MENUS |
GERAL |
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Áudio
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Legendas
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Vídeo
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Região
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Inglês (DD 5.1)
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Inglês, Português e
Espanhol
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Sinopse |
O
Poderoso Chefão, de Francis Ford Coppola (1972), é,
indiscutivelmente, uma das obras-primas do cinema
americano e ponto alto na carreira de Marlon Brando,
que desempenha o papel principal. Baseado no best-seller
de Mario Puzo, o elenco de O Poderoso Chefão
- verdadeiro fenômeno cultural que ultrapassou
US$ 100 milhões de arrecadação
- inclui Al Pacino como Michael Corleone, James Caan
como Sonny Corleone, Robert Duvall como Tom Hagen,
John Cazale como Fredo Corleone, Talia Shire como
Connie Corleone e Diane Keaton como Kay Adams.
Continuando
a saga da família Corleone, O Poderoso Chefão
2 (1974) é estrelado por Robert DeNiro como
o jovem Vito Corleone, que cresce na Sicília
e parte para Nova York no início de 1900,
um contraste com a vida madura do filho Michael (Pacino)
nos anos 50.
No último
filme, O Poderoso Chefão 3 (1990), são
retratados o envelhecimento de Don Michael Corleone
(Pacino) e a busca pela legitimação
dos interesses da família, com a ajuda do
sobrinho Vincent Mancini (Andy Garcia) e uma aliança
com o Vaticano. Esse filme também destaca
a participação de George Hamilton como
o advogado B.J. Harrison, Bridget Fonda como um repórter,
Sofia Coppola como Mary Corleone e Don Novello como
Dominic Abbandando. |
Comentários
Sobre o Filme |
PODEROSO
CHEFÃO I: O PRIMEIRO “CHEFÃO” DE
COPPOLA – O poderoso Chefão
I (The Godfather; 1972) foi o primeiro filme
do norte-americano Francis Ford Coppola que despertou
o interesse do público e da crítica.
Do que ele realizou antes, pouco se conhece hoje
em dia: raridades de museu de um cinema ianque morto
e enterrado. O primeiro “Chefão” destacou
a ambição cinematográfica de
Coppola, que conceberia produções extravagantemente
luxuosas e caras como Apocalypse now (1979)
e O fundo do coração (1982),
o que conduziria sua produtora à falência; O
poderoso Chefão I ainda não
tem toda aquela grandiloqüência visual
dos dois filmes aludidos, mas já envereda
por certas pretensões de linguagem em que
um barroquismo hollywoodiano é buscado –um
pouco como se o italiano Federico Fellini (não
esquecer que: 1 – Coppola é ítalo-americano;
2 – a ambientação do filme se
dá entre descendentes peninsulares; 3 – a
música do filme é assinada por Nino
Rota, habitual colaborador das realizações
de Fellini) fosse pasteurizado em Hollywood.
É bem
isto: apesar de suas belezas narrativas, O
poderoso Chefão I não tem muita
originalidade e pasteuriza aquele tipo de cinema coletivo
que Fellini passou a fazer a partir de A doce
vida (1960).
Sim:
Coppola, em anos mais recentes, parece ter perdido
sua personalidade de autor cinematográfico,
colocando na tela filmes que poderiam ser dirigidos
por qualquer artesão “sem assinatura”.
E O poderoso Chefão I, embora
bastante inferior a uma obra-prima como A conversação (1974;
realizada no mesmo ano do segundo “Chefão”),
não deixa de adotar certas seduções
de linguagem características de Coppola. Uma
reunião de composição de acordo
entre chefões nova-iorquinos visando a estancar
o jorrar de sangue familiar começa com interessantes
panorâmicas entrecruzadas em fragmentos (a câmara
se mexe lateralmente, corte, ainda a câmara se
mexe lateralmente, novo corte para outro ponto de vista,
e assim durante alguns segundos, até que se
instale a narrativa habitual de planos fixos e rápidos).
O
casamento da filha de Corleone, na abertura do filme,
vai observando com certo engenho as personagens que
logo desencadearão os dramas sangrentos da narrativa.
O sintagma de seqüências alternadas de que
Coppola se vale para opor um batizado a cenas em que
os adversários são eliminados pelos homens
do jovem Corleone até juntar os dois grupos
de seqüências (o das cenas do batizado e
o das cenas de mortes) quando o mafioso vai ao encontro
de seu cunhado (um traidor da família) para
ludibriá-lo e eliminá-lo: eis o ponto
de maior brilho formal de O poderoso Chefão
I. Além do casamento e do batizado,
o funeral do Chefão é outra visão
social de Coppola em sua fita.
Contando
com atores do calibre de Marlon Brando (recriado em
voz e maquiagem surpreendentes), James Caan ou Al Pacino,
Coppola faz de seu primeiro “Chefão” algo
ainda hoje bom de ver e de ouvir, embora a anos-luz
dos grandes filmes dos anos 70, categoria a que o realizador
chegou com os citados A conversação e Apocalypse
now.
O
PODEROSO CHEFÃO II: SEGUE A SAGA DOS CORLEONE
- Parece incrível, mas os exagerados
duzentos minutos de O poderoso Chefão
II (The Godfather part II; 1974), do realizador
norte-americano Francis Ford Coppola, padece de buracos
narrativos que o impedem de tornar-se um bom espetáculo.
Necessitaria Coppola de mais duzentos minutos para
esclarecer suas personagens? Ou teriam os três
filmes de serem reunidos num só para que a
saga dos Corleone adquirisse o sentido de visão
da América criminosa que Coppola pretendia
expor na tela? Assim como está, a segunda
parte do Chefão se perde na excelência
dos recursos cinematográficos do cineasta;
as cenas parecem valer por si mesmas, abstrata e
formalmente, carecendo de profundidade temática.
Enfim,
Al Pacino, novamente na pele de Michael Corleone, é um
ator soberbo e contracena com uma atriz exuberante,
Diane Keaton, na época mulher do cineasta Woody
Allen; se o filme se ressente de dispersão dramática,
a cena mais vigorosa é aquela em que Diane e
Al brigam, ele lhe dá um tapa e a inevitável
separação do casal acontece. Neste segundo
Chefão aparece Robert de Niro como um Corleone
bastardo da Sicília; De Niro está longe
do brilho de Pacino, será sempre um maneirista
da interpretação; e a função
de sua personagem no filme é superficial e mal
explicada, as relações familiares da
criatura de De Niro (a família é a base
da narrativa, não esquecer) não aparecem
e tudo flutua de maneira confusa entre uma imagem e
outra.
As
seqüências de tribunais, em que submetem
Michael Corleone a um julgamento que virará farsa
e hipocrisia, são enfadonhas e convencionais,
apesar de um certo rigor formal de que Coppola reveste
os enquadramentos e as interpretações.
A face final pensativa de Pacino, depois de mandar
executar o assassinato de seu irmão, parece
anunciar a terceira parte da trilogia, que só viria
muitos anos depois, novamente em face da falência
financeira de Coppola: os chefões sempre lhe
renderam mais que mortes fictícias; dinheiro
certo.
O
PODEROSO CHEFÃO III: UM ATOR COM UM FILME
NAS COSTAS – É o americano
Al Pacino e sua imensa criatividade como ator quem
segura a possível força narrativa de O
poderoso Chefão Parte III (The Godfather
Part III; 1990), a terceira e até agora derradeira
parte da saga cinematográfica da família ítalo-americana
Corleone rodada pelo cineasta (igualmente ítalo-americano,
como o próprio ator Pacino) Francis Ford Coppola.
Inevitavelmente os truques de Coppola se repetem
e a seiva fílmica se esvai nesta parte final,
mesmo que a seqüência da ópera
ao cabo do filme, culminando com a morte da filha
do mafioso, adquira uma inusitada proporção
emocional graças ao vigor dos gestos interpretativos
de Pacino.
É neste
filme que a filha do diretor, Sofia Coppola, então
com dezenove anos, vai pela primeira vez entrar em
contato direto com o mundo do cinema: ela vive a filha
do mafioso interpretado por Pacino. Ao vê-la
envolver-se sentimentalmente com o primo Vincenzo,
o pai embarga o romance em função da
vida criminosa escolhida pelo primo; ironicamente ela
vai ser assassinada por ser filha de quem é.
Aqui também Coppola alude polemicamente às
relações da Igreja com o crime organizado,
sugerindo que a morte inesperada e mal explicada de
João Paulo I, sucessor de Paulo VI, foi criminosa.
Outro dado curioso é que o desempenho de Sofia
foi considerado anêmico e inexpressivo pela crítica
da época, decretando o afastamento da filhinha
do Papai das telas; só em anos mais recentes,
porém não como atriz e sim como diretora,
Sofia venceria o recalque e enfrentaria seus ferinos
analistas de outrora.
Num
balanço geral, a trilogia de O poderoso
Chefão não traz nada de verdadeiramente
novo para o cinema. As influências do italiano
Federico Fellini e do inglês Alfred Hitchcock
são visíveis; mas não é aí seu
problema, que está na inevitável superficialidade
com que Hollywood examina certos questões complicadas.
Mesmo assim, não deixa de ser uma referência
importante na carreira de Coppola. (por Eron
Fagundes) |
Extras
|
Esta
coleção tem duas versões, uma
com um baralho comemorativo e uma sem o brinde, ambas
com 5 DVDs (o segundo filme é duplo e o 5º está recheado
de extras). Depois de feita esta resenha, foi lançada
uma "versão light", sem o disco
de extras.
-
Opção de Comentário de audio do
diretor Francis Ford Cappola em todos os filmes,
com legendas.
DISCO
5
BASTIDORES
-
Making Of: documentário com aprox.
73 minutos, bastante rico em imagens de bastidores,
onde o foco central é o trabalho de direção
de Coppola. Há muitas cenas de testes com
os atores mostrando várias curiosidades,
como o fato do estúdio não querer
inicialmente que Al Pacine fosse escalado, testes
com atores que acabaram não entrando no
filme, como Martin Sheen. Coppola fala ainda sobre
a violência do filme, a utilização
da sua família na equipe (Talia Shire é sua
irmã, o pai Carmine é co-autor da
trilha, a filha Sophia trabalha no 1º - ainda
bebê - e 3 º - com 19 anos - filmes,
a mulher é produtora), a relutância
inicial em fazer o terceiro filme, as cenas de
leituras de roteiro, hábito constante de
Coppola. Um belo material.
-
As Locações: o designer
de produção Dean Tavoularis volta à Região
Leste de Nova York para mostrar a locação
original de O Poderoso Chefão. Com quase
7 minutos de duração, são
mostradas cenas de bastidores da montagem dos cenários
numa rua de Nova York. Ficou marcado o fato de
que não foram utilizados cenários
e sim locação real.
-
As Anotações de Francis Coppola: uma
amostra do processo de criação de
Coppola, do livro para a tela. Uma bela aula sobre
roteiro, pois Coppola dá exemplos muito
legais sobre as primeiras iompressões de
quando ele leu o livro de Mario Puzzo e como ele
contruiu o que ele mesmo chama de “Mapa de
Direção”. Mais curiosidades
são reveladas. 10 minutos e 10 segundos.
-
A Música de O Poderoso Chefão: dividido
entre os dois compositores: Nino Rotta (onde é mostrado
o áudio de uma performance do compositor
ao piano, gravada em fita cassete em 1972, numa
reunião em Roma com Coppola, com imagens
de arquivo e cenas do filme (5:30 min); Carmino
Coppola, em um depoimento dado pelo maestro numa
pausa nas gravações da terceira parte,
em 1990. Coppola presta uma bela homenagem ao pai
(3:15 min).
- Coppola e Puzo Falam Sobre o Roteiro: a colaboração do diretor
e do romancista ao adaptar o livro para a tela, como foi o trabalho em conjunto.
Depoimentos interessantes, num documentário com cerca de 8 minutos,
com cenas históricas de reuniões entre ambos.
-
Gordon Willis Fala Sobre a Cinematografia: apresentado
pelo diretor de fotografia Gordon Willis, com alguns
detalhes e curiosidades. 3:45 min.
-
Storyboards – O Poderoso Chefão Parte
II: 24 desenhos.
-
Storyboards – O Poderoso Chefão Parte
III: clipe de 3 cenas em desenho, com
narração do roteiro.
-
Os Bastidores de O Poderoso Chefão 1971: destaque
para a história original, com raras imagens
de época, com depoimentos de alguns atores
(é interessante contrapor os depoimentos
de 1971 e os do documentário de 1991). Quase
9 minutos.
OS
CINEASTAS
Textos
com uma pequena biografia de Francis Ford Coppola,
Mário Puzo (escritor do romance), Gordon Willis
(diretor de fotografia), Dean Tavolaris (desenhista
de produção), Nino Rota (compositor),
Carmine Coppola (compositor).
CENAS
ADICIONAIS
Várias
cenas, divididas numa linha do tempo da saga da família
Corleone: 1901-17 (5 cenas), 1917-27 (4), 1945 (10),
1947 (4), 1948-55 (3), 1958 (4), 1958-79 (4).
ÁRVORE
GENEALÓGICA
Biografia
dos personagens da família Corleone, com biografia
dos atores que os interpretam. Bela idéia.
Há aqui extras escondidos.
GALERIAS
- Vigaristas: fotos
de 10 vilões dos filmes
-
Galeria de Fotos: 105 fotos de cenas do
filme, personagens, cenas de bastidores (algumas
hilárias, como a de Coppola tocando tuba),
todas com legendas.
-
Trailers: originais da Parte I (3:39 min),
Parte II (4:10 min) e Parte III (4:25 min) - Não
legendados.
-
Reconhecimento: cenas da entrega do Oscar® de
Melhor Roteiro (2:25 min, apresentado por Jack
Lemmon) e Melhor Filme (1:47 min, apresentado por
Clint Eastwood) de 1972; de Melhor Diretor (1:50
min, apresentado por Goldie Hown) e de Melhor Filme
(1 minuto, apresentado por Warren Beatty) de 1974
pela Parte II. Há ainda uma lista de indicações
e de outros prêmios concedidos à trilogia.
Finaliza com uma interessante cena de uma abertura
gravada por Coppola em 1974, quando da exibição
da primeira parte na TV Americana, onde ele explica
que reeditou o filme para que pudesse ser transmitido
na TV por causa das cenas de violência e
um "alerta": "nem todos os italianos
são assim"(!). |
Críticas
ao DVD
|
Um
belíismo box, com excelente qualidade técnica.
Os filmes estão todos em widescreen, mantendo
o formato original do cinema. O áudio, apenas
em inglês (seria interessante uma dublagem
em português, embora a interpretação
dos atores, especialmente de Brando, é uma
marca registrada), remasterizados em 5.1 canais.
Os
menus são estáticos, mas de acordo
com os filmes. Os extras são um belo exemplo,
praticamente todos legendados (exceto os trailers),
com um excelente material de arquivo e bem completos.
Alguns podem reclamar que há um exagero nas
aparições e considerações
feitas por Coppola, mas ele é quem é o
verdadeiro “poderoso chefão” destes
filmes.
Embalagem
luxuosa, resistente e graficamente interessante,
todos os filmes com um encarte informando a divisão
de capítulos, em caixas individuais (1 pra
cada filme e outra para o material extra). O baralho
também é "bacana".
Uma
coleção que vale a pena ter em casa,
item de colecionador (com ou sem o baralho...).
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Menus
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Resenha
publicada em 19/11/2003 |
Por
Eron Fagundes e Edinho Pasquale
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Seu
comentário
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