Com Milla Jovovich, Michelle Rodriguez, Eric Mabius, James Purefoy, Heike Makatsch, Pasquale Aleardi, Liz May Brice, Michaela Dicker

Em um laboratório subterrâneo da multinacional Umbrella, localizado sob Raccoon City, ocorre uma contaminação biológica. O supercomputador Red Queen, que controla as instalações, isola o local e mata cientistas e empregados. Acima, em uma mansão deserta que é a fachada para a entrada do laboratório secreto, a bela Alice (Milla Jovovich) acorda nua em um banheiro, sem lembrar-se de nada. Um grupo de comandos de elite invade a casa com a missão de infiltrar-se no laboratório e desativar o computador. Levando consigo Alice e outro desmemoriado, Matt (Eric Mabius), eles entram no laboratório e descobrem que nem tudo havia morrido...

Esta versão para o cinema da popular série de FC e terror da Capcom, Resident Evil, iniciou com o envolvimento de ninguém menos que George A. Romero, o diretor do clássico de horror A Noite dos Mortos-Vivos. A princípio foi a escolha perfeita, já que a maior fonte de inspiração de Shinji Mikami, criador do jogo, foram exatamente os filmes de zumbi de Romero. Mas a coisa complicou quando o roteiro de Romero, uma fiel e violenta adaptação do jogo original, foi rejeitado pelos produtores. Inconformado, Romero abandonou o projeto, sendo substituído pelo inglês Paul W.S. Anderson, o diretor de Mortal Kombat (1995), uma das melhores adaptações de um video game para o cinema. Anderson resolveu escrever uma história totalmente nova, uma "prequel" que se passa antes dos eventos do primeiro jogo, mostrando como surgiram os zumbis e mutações que passaram a infestar a cidade norte-americana Raccoon City.

Os personagens conhecidos do game foram substituídos pelas heroínas Alice (Jovovich) e Rain (Michelle Rodriguez), e outras novidades incluem um plano de funcionários da Umbrella que visa expor as atividades ilegais da empresa ao mundo, e o super-computador Red Queen. Mas o filme possui elementos que serão imediatamente reconhecidos pelos fãs da série: a Umbrella Corp., o vírus T, mortos-vivos, Dobermans-zumbi, o nojento monstro Licker e um confronto final a bordo de um trem. Ao final, e em que pese a incapacidade de Anderson em explorar melhor o material que tem nas mãos, Resident Evil acaba sendo um dos melhores filmes baseados em um game (mas inferior à sua continuação, Resident Evil 2: Apocalipse) e talvez por isso mesmo desagrade a quem espera algo mais do que ação, terror e personagens bidimensionais em um contexto em que nem tudo faz completo sentido.

Tendo em vista que a "Edição de Luxo" na verdade é uma "versão ampliada" do conteúdo do DVD original, ela simplesmente agrega aos extras já conhecidos o restante do material suplementar que havia sido produzido em 2002. Mas há uma grande diferença para nós: desta vez, à exceção dos comentários de áudio e trailers, tudo está legendado em português. Vejamos:

Comentários de áudio - há dois comentários, sendo que o primeiro já estava presente no DVD original. Nele o diretor Paul W.S. Anderson, as atrizes Milla Jovovich e Michelle Rodriguez e o produtor Jeremy Bolt relembram as filmagens. Anderson e Bolt até tentam passar alguma informação relevante sobre a produção, mas Jovovich e Rodriguez roubam a cena, divertindo-se a valer gozando uma da cara da outra e, eventualmente, também dos seus colegas. Na verdade é um dos melhores e mais divertidos comentários que já ouvi. O outro comentário é inédito, com Anderson e membros da equipe de efeitos visuais. Comparada com a outra faixa de comentários, esta é monótona e somente agradará àqueles que gostam de ir a fundo nos aspectos técnicos de um filme;

- Featurettes - O Making of longo do DVD anterior foi dividido e expandido em vários featurettes, cujos títulos são quase todos auto-explicativos: "Resident Evil: do Jogo para a Tela" (o mais extenso e de maior interesse para os fãs dos video games), "Os Sons" (Marco Beltrami e Marilyn Manson falam sobre a trilha incidental do filme), "Fazendo Storyboards", "Figurino", "Sets de Gravação", "A Criatura" (como foi feito o monstro Licker), "O Elevador", "O Laser", "O Trem", "Cães Zumbis", e "Zumbis";

- Final Alternativo - podemos assistir a este final com comentários de Anderson, que explica o porquê dele ter sido descartado;

- Clip Resident Evil 2: Apocalipse - como este lançamento aproveita a chegada aos cinemas da continuação, dela obviamente inclui algum material promocional. O que temos na verdade é praticamente toda a seqüência, em letterbox, onde Alice (nua, é bom ressaltar) é despertada pelos cientistas da Umbrella, recitando ao final o lema do filme: "Meu nome é Alice... e eu me lembro de tudo".

Encerrando os extras, filmografias do diretor e de quatro membros do elenco, e trailers de Resident Evil, Resident Evil 2, Kingdon Hospital (série de TV já exibida no Brasil pelo canal pago AXN) e Hellboy.

Mas esperem, ainda há um extra escondido. Para encontrar este easter egg, vá até "Apresentações Especiais" e a seguir em "Filmografias". Selecione a filmografia de Milla Jovovich, e na primeira tela pressione o botão direcional do controle remoto para baixo. Irá aparecer no topo da tela um ícone no formato de um olho. Pressione enter no controle e assista a um clipe onde Milla Jovovich treina alguns movimentos.

A "Edição de Luxo" de Resident Evil já é a terceira deste filme - além da original lançada em 2002, também saiu na Região 1 uma versão Superbit com áudio DTS, inédita no Brasil. Este lançamento coincidiu com a chegada aos cinemas da continuação do filme, e considerando que quase todos os seus extras foram produzidos em 2002, presume-se que esta é a versão que deveria ter sido lançada naquele ano. Segundo a Columbia a "Edição de Luxo" apresenta uma nova transferência que mantém o formato original widescreen anamórfico 1.85:1. Como não assisti à versão Superbit, só posso compará-la com o DVD anteriormente lançado no Brasil, e em relação a ele não notei qualquer diferença em termos de áudio e vídeo, até pelo filme ser recente.

A imagem possui ótima definição e é cristalina, apesar de que, nas cenas mais escuras, notamos alguns artefatos de compressão. O ideal seria que os extras fossem colocados num disco à parte, o que permitiria diminuir a compressão da imagem, ou mesmo incluir a faixa de áudio DTS da versão Superbit. Falando em áudio, este é Dolby Digital 5.1 em inglês, francês e português, e é estupendo. O som espalha-se por todos os canais, graças a uma mixagem extremamente dinâmica. Também há uma dispensável faixa de áudio em espanhol DD 2.0, e legendas em português, inglês, francês e espanhol. Aliás, todos estes recursos já estavam disponíveis na versão Região 1 desta "Edição de Luxo".