Com
Anna Magnani, Aldo Fabrizi, Vito Annichiarico, Nando Bruno,
Harry Feist, Giovanna Galletti, Francesco Grandjacquet,
Maria Michi
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97 minutos
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Sinopse
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Entre
1943 e 44, Roma, sob ocupação nazista, é declarada "cidade
aberta", para evitar bombardeios aéreos.
Nas ruas, comunistas e católicos deixam suas
diferenças de lado para combater os alemães
e as tropas fascistas.
Filmado logo após a libertação
da Itália, em locações reais
e com atores amadores, Roma, Cidade Aberta tornou-se
o marco inicial do neo-realismo italiano, que mostrou
ao mundo que era possível se fazer cinema
mesmo sob as condições mais precárias.
O filme é considerado um dos maiores da história
do cinema pela crítica mundial.
Essa
Edição de Colecionador traz o
filme em versão restaurada e sem cortes, além
de muitos extras, com destaque para o documentário
inédito Roberto Rossellini (Roberto Rossellini,
frammenti e battute/ITA/2001), de Carlo Lizzani,
e para a filmografia ilustrada do cineasta, com mais
de 200 fotos.
Roma,
Cidade Aberta dá início à Coleção
Rossellini, a ser completa por outras quatro obras-primas
do mestre italiano - Alemanha, Ano Zero, Paisà,
Stromboli e Romance na Itália. |
Comentários
Sobre o Filme
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A
verdade é que Roma, cidade aberta (Roma, città aperta;
1945) é o verdadeiro marco do neo-realismo
italiano. Com este filme o cineasta Roberto Rossellini
aproximou o cinema documentalmente das ruas para
fazer, como escreveu o crítico brasileiro
Paulo Emílio Salles Gomes, a crônica
de nossa época. Fortemente marcado pela presença
da II Guerra Mundial na Itália, a carreira
cinematográfica de Rossellini está sob
a égide do retrato do fascismo e a resistência
a ele.
O
cristão Rossellini observa alucinado o horror
bélico, o que o homem fez do homem no século
XX. A figura do padre é um dos pólos
da ação; ele é uma testemunha-chave
do inferno nazi-fascista e coloca-se claramente ao
lado dos resistentes. Em Uma noite em Roma (1960)
Rossellini refaz, de maneira diferente, sua obra
de 1945.
A
morte de Anna Magnani, alvejada por nazistas em Roma,
cidade aberta, virou cena clássica.
O menino que lhe corre atrás, gritando: “É minha
mãe! É minha mãezinha!”,
representa um pouco de todos nós. Ao morrer
Anna Magnani, morre Roma. Dizia-se na época
que Anna era a encarnação de Roma,
referência reforçada pela homenagem
que lhe faz Federico Fellini em Roma de Fellini (1971);
por sinal, Fellini e Sergio Amidei são co-roteiristas
em Roma, cidade aberta.
A
presença das crianças e sua desestruturação
com a guerra, que Rossellini aprofundaria em Alemanha,
ano zero (1947) e Europa 51 (1952), dá sua
cara aqui. É verdade: o oficial nazista é necessariamente
caricatural. Mas a visão das torturas, enquanto
o padre é interrogado, são bastante
duras. Seu fuzilamento final coroa as intenções
deste filme fundamental.
Em
Meu último suspiro (1982),
livro de memórias,
o cineasta espanhol Luis Buñuel escreveu: “Detestei
Roma, cidade aberta de Rossellini.
O contraste fácil
entre o padre torturado no cômodo vizinho e
o oficial alemão que bebe champanhe com uma
mulher em seu colo pareceu-me um procedimento repugnante.” Compreende-se:
o ateu Buñuel não capta as fraquezas
do cristão Rossellini. Curiosamente, em Nazarin (1958),
uma das obras-primas de Buñuel, a
figura do padre aproxima-se um pouco daquela pieguice
cristã que o realizador espanhol tanto execra
em Rossellini. (por Eron Fagundes)
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Áudio
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Legendas
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Vídeo
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Região
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Italiano (DD 2.0)
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Português
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Extras
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Documentário
inédito sobre Rossellini: produzido em 2001,
com um pouco mais de 1 hora de duração, traz informações
muito interessantes e importantes sobre o cineasta,
um dos mais importantes do "neo-realismo" italiano.
Os temas são dequados (o filme está dividido em Créditos
Iniciais, O Gênio Rossellini, A História, A Trilogia
da Guerra, A Trilogia dos Sentimentos, O Cinema Americano
e Religiosidade, podendo ser visto por inteiro ou selecionar
o capítulo desejado). Ha cenas inéditas, imagens raras,
depoimentos importantes. Um documentário obrigatório
para se conhecer um pouco mais sobre cinema.
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Filmografia Ilustrada: toda a lista de filmes realizados
pelo diretor, sendo que todas elas possuem ao menos
1 foto de cada filme. Muito bem realizado, parabéns.
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Biografias: de Rossellini, com 6 páginas de textos
e de Anna Magnani, em 10 páginas onde constam também
sua filmografia.
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Críticas: 6 páginas com frases de críticos
brasileiros falando sobre o filme. Dispensáveis.
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Prêmios
de Rossellini: 1 página de texto.
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O Neo-realismo: um ótimo texto, com fotros
e pôesteres, localizando e informando sobre este
tema. Para quem
quer saber o que isso significa ou para quem quer
ter mais informações, obrigatório. Escrito por Fernando
Brito. (Edinho Pasquale) |
Críticas
ao DVD
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Mais
uma vez sou obrigado a reconhecer a nova fase da
Versátil, que tem se especializado em filmes importantes
como este. Se o filme não pôde ser remasterizado,
vale a iniciativa. Pelo menos a imagem está boa,
mantendo o formato original do cinema, o som mediano,
em mono e com muitos ruidos.
Os
menus são animados com cenas do filme, muito interessantes.
Os extras, de bom tamanho, valem pelo documentário
e pelo texto sobre o Neo-realismo.
Um
DVD obrigatório para colecionadoes e fãs do cinema
italiano. Vale a pena ainda para o público em geral
ver que nem só de Hollywood o cinema foi feito. Há
grandes filmes europeus (e de outras partes do mundo),
basta abrir a mente e sentir a verdadeira concepção
da arte do cinema. (Edinho Pasquale)
Este
DVD foi gentilmente cedido pela Versátil. |
Menus
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Resenha
publicada em 24/09/2003 |
Por
Eron Fagundes e Edinho Pasquale
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