Com
Mia Farrow, Jeff Daniels, Danny Aiello
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72 minutos
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SOM & IMAGEM |
FILME |
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Áudio
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Vídeo
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Região
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Inglês, Português e Espanhol (DD 1.0)
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Inglês, Português e
Espanhol
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Sinopse
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Durante
a Grande Depressão americana, a solitária
garçonete Cecília (Farrow) é perdidamente
viciada em filmes hollywoodianos. Cativada por seu
mais novo favorito, A Rosa Púrpura do Cairo,
Cecília fica totalmente surpresa quando o
astro principal (Daniels) repentinamente sai da tela
para conhecê-la. Encantada por seu charme,
Cecília se apaixona por ele, até que
ela encontra o ator de verdade que o interpreta.
Enamorada tanto pelo personagem fictício,
quanto pelo famoso astro, Cecília luta para
estabelecer a linha entre a fantasia e a realidade,
apenas para descobrir que tal linhas, às vezes,
está apenas à distância de uma
batida do coração.
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Comentários
Sobre o Filme
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A
partir de determinado ponto de sua carreira o comediógrafo
norte-americano Woody Allen passou a revelar uma
preocupação latente em suas narrativas:
a função do cinema. Difícil
definir onde Allen começou a substituir aos
seus complexos de judeu nova-iorquino intelectual
esta discussão mais ampla, este questionamento
de sua própria atividade de cineasta; foi
ali por meados dos anos 80, em pleno domínio
dos seus meios de expressão, esbanjando maturidade
artística, ele entrou a surpreender seus críticos
mais severos.
Zelig (1983)
utilizava a forma documentária para analisar
estas relações do filme com o espectador;
se Zelig, a personagem, adquiria a aparência
de seu meio para melhor conviver, Zelig,
o filme, parecia um verdadeiro documentário
para com mais facilidade passar sua idéia
ao assistente. Mas foi, finalmente, em A
rosa púrpura do Cairo (1985) que
Woody Allen chegou a situações bastante
estranhas para expor as obsessões metalingüísticas
de uma certa fase de sua trajetória pelo mundo
do cinema; enquanto Zelig apela
para o documentário, como maneira de pôr
em xeque o relacionamento da realidade com a ficção,
em A rosa púrpura do Cairo Allen
trata a mesma temática, mas valendo-se de
um novo gênero, algo a que se poderia chamar
ultra-ficção, onde as linhas ficcionais
são propositadamente exageradas (exageração
que é fonte do sarcasmo habitual do diretor).
A
metalinguagem é um evento estético
cuja larga utilização pela arte contemporânea
nem sempre tem sido crítica, muitas vezes
a gratuidade é sua característica.
Sendo um elemento estético característico
do século XX, a metalinguagem teve precursores
tão antigos e geniais quanto Dom Quixote (1615),
de Miguel de Cervantes, ou Tristram Shandy (1767),
de Laurence Sterne; a função essencial
da metalinguagem é discutir o próprio
meio de expressão, e o fracasso de muitos
em suas investigações metalingüísticas
dá-se pelo desconhecimento desta função
essencial.
Voltando
ao cinema e ao extraordinário A rosa
púrpura do Cairo, pode dizer-se que
Allen dissecou de maneira fantástica o comportamento
dos espectadores diante do cinema. Misturando com
grande criatividade o universo do filme a que Cecília
assiste com o universo “real” em que
vive Cecília, atingindo uma excitante confusão
na análise das relações entre
o ator e a personagem que ele cria, mas sobretudo
demonstrando profundidade e senso crítico
ao nos atirar na cara a mais pura estranheza conosco
mesmos e com a fita que estamos vendo, Woody Allen
leva às mais inusitadas conseqüências
as possibilidades de uma fantasia crítica
no cinema. (Eron Fagundes)
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Extras
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Trailer |
Críticas
ao DVD
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Pequena
obra-prima, uma deliciosa homenagem ao cinema. Quem é cinéfilo
sempre quis entrar na tela, participar de alguma
trama, fantasiar. E Allen nos brinda com maestria
e nos faz entrar neste desejo. Um DVD tecnicamente
bom. A tela está em widescreen, mantendo o
original de cinema. Há a dublagem em Português,
porém todos os áudio estão em
apenas 2 canais.
Quanto
aos extras, nada, apenas o trailer (e sem legendas).
Menus simples complementam o DVD (o título
do filme está em inglês!). Como produto,
deixa um pouco a desejar. Mas o filme é excelente,
para quem gosta de Allen este é dos melhores.
Vale a pena conhecer, mesmo se você não é um
Woddyaliano.
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Menus
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Resenha
publicada em 29/01/2004 |
Por
Eron Fagundes e Edinho Pasquale
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Seu comentário
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