A ROSA PÚRPURA DO CAIRO (The Purple Rose of Cairo)

 

Com Mia Farrow, Jeff Daniels, Danny Aiello

 

Diretor

Duração

Produção

Woody Allen

72 minutos

1984, EUA

Gênero(s)

Distribuidora

Data de Lançamento

Comédia

Fox

20/02/2002

SOM & IMAGEM
FILME
EXTRAS & MENUS
GERAL
Áudio
Legendas
Vídeo
Região

Inglês, Português e Espanhol (DD 1.0)
Inglês, Português e Espanhol

Sinopse

Durante a Grande Depressão americana, a solitária garçonete Cecília (Farrow) é perdidamente viciada em filmes hollywoodianos. Cativada por seu mais novo favorito, A Rosa Púrpura do Cairo, Cecília fica totalmente surpresa quando o astro principal (Daniels) repentinamente sai da tela para conhecê-la. Encantada por seu charme, Cecília se apaixona por ele, até que ela encontra o ator de verdade que o interpreta. Enamorada tanto pelo personagem fictício, quanto pelo famoso astro, Cecília luta para estabelecer a linha entre a fantasia e a realidade, apenas para descobrir que tal linhas, às vezes, está apenas à distância de uma batida do coração.

Comentários Sobre o Filme

A partir de determinado ponto de sua carreira o comediógrafo norte-americano Woody Allen passou a revelar uma preocupação latente em suas narrativas: a função do cinema. Difícil definir onde Allen começou a substituir aos seus complexos de judeu nova-iorquino intelectual esta discussão mais ampla, este questionamento de sua própria atividade de cineasta; foi ali por meados dos anos 80, em pleno domínio dos seus meios de expressão, esbanjando maturidade artística, ele entrou a surpreender seus críticos mais severos.

Zelig (1983) utilizava a forma documentária para analisar estas relações do filme com o espectador; se Zelig, a personagem, adquiria a aparência de seu meio para melhor conviver, Zelig, o filme, parecia um verdadeiro documentário para com mais facilidade passar sua idéia ao assistente. Mas foi, finalmente, em A rosa púrpura do Cairo (1985) que Woody Allen chegou a situações bastante estranhas para expor as obsessões metalingüísticas de uma certa fase de sua trajetória pelo mundo do cinema; enquanto Zelig apela para o documentário, como maneira de pôr em xeque o relacionamento da realidade com a ficção, em A rosa púrpura do Cairo Allen trata a mesma temática, mas valendo-se de um novo gênero, algo a que se poderia chamar ultra-ficção, onde as linhas ficcionais são propositadamente exageradas (exageração que é fonte do sarcasmo habitual do diretor).

A metalinguagem é um evento estético cuja larga utilização pela arte contemporânea nem sempre tem sido crítica, muitas vezes a gratuidade é sua característica. Sendo um elemento estético característico do século XX, a metalinguagem teve precursores tão antigos e geniais quanto Dom Quixote (1615), de Miguel de Cervantes, ou Tristram Shandy (1767), de Laurence Sterne; a função essencial da metalinguagem é discutir o próprio meio de expressão, e o fracasso de muitos em suas investigações metalingüísticas dá-se pelo desconhecimento desta função essencial.

Voltando ao cinema e ao extraordinário A rosa púrpura do Cairo, pode dizer-se que Allen dissecou de maneira fantástica o comportamento dos espectadores diante do cinema. Misturando com grande criatividade o universo do filme a que Cecília assiste com o universo “real” em que vive Cecília, atingindo uma excitante confusão na análise das relações entre o ator e a personagem que ele cria, mas sobretudo demonstrando profundidade e senso crítico ao nos atirar na cara a mais pura estranheza conosco mesmos e com a fita que estamos vendo, Woody Allen leva às mais inusitadas conseqüências as possibilidades de uma fantasia crítica no cinema. (Eron Fagundes)

Extras

Trailer

Críticas ao DVD

Pequena obra-prima, uma deliciosa homenagem ao cinema. Quem é cinéfilo sempre quis entrar na tela, participar de alguma trama, fantasiar. E Allen nos brinda com maestria e nos faz entrar neste desejo. Um DVD tecnicamente bom. A tela está em widescreen, mantendo o original de cinema. Há a dublagem em Português, porém todos os áudio estão em apenas 2 canais.

Quanto aos extras, nada, apenas o trailer (e sem legendas). Menus simples complementam o DVD (o título do filme está em inglês!). Como produto, deixa um pouco a desejar. Mas o filme é excelente, para quem gosta de Allen este é dos melhores. Vale a pena conhecer, mesmo se você não é um Woddyaliano.

Menus
Resenha publicada em 29/01/2004
Por Eron Fagundes e Edinho Pasquale


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