Com: Freddie Prinze Jr., Sarah Michelle Gellar, Matthew Lillard, Linda Cardellini, Rowan Atkinson

"Scooby Doo! Cadê você, meu filho?". Se você não morou em Marte nos últimos 20 anos com certeza conhece essa frase célebre, dita num memorável sotaque nordestino, e que marcou a nossa infância (e provavelmente a de nossos pais também!). O dogue alemão Scooby Doo e seus amigos da Mistérios S/A fizeram sua carreira desvendando casos pra lá de esquisitos, e sempre descobrindo o bandido por trás do fantasma, no final.

Porém, depois de resolverem o Caso do Fantasma da Lua, a equipe se abala. Eles acabam entrando em atrito e se separando. Scooby e Salsicha (Matthew Lillard) ficam com o furgão e partem pra férias permanentes. Fred (Freddie Prinze Jr.) escreve um livro sobre si mesmo, Velma (Linda Cardellini) passa por uma série de terapias em grupo e Daphne (Sarah Michelle Gellar) aprende artes marciais.

Um dia todos eles recebem uma carta do misterioso sr. Emile Mondavarius, pedindo ajuda para resolver um mistério em seu parque temático, a "Ilha do Espanto". Logo, a Mistérios S/A está reunida outra vez para resolver um caso nunca visto antes, que está afetando as pessoas que vão ao parque.

Na época em que Scooby Doo estava no cinema muitos criticaram, disseram que não era o que esperavam de um bom filme. Mas eu, pessoalmente, achei bem divertido. O imortal cão medroso criado por Hanna & Barbera participou de seu filme "live-action" como um modelo em CG (muito bem feito, por sinal), e pareceu transmitir aquela mesma emoção e malandragem vista nos desenhos. Infelizmente o Scooby virtual não combinou muito com o cenário "de verdade" a seu redor, mas, embora essa diferença seja muito evidente, não é o bastante para quebrar o clima cartoon do filme.

O elenco é de atores relativamente desconhecidos, mas que se saíram bem. Destaques para Matthew Lillard e Linda Cardellini (que, aliás, faz jus ao nome).

Aliás, isto nos traz um outro ponto fraco: o cão que dá nome ao filme não passa de um personagem secundário, se for comparado ao outros. Mas tudo bem. Não podemos analisar tão friamente o filme, uma vez que ele é feito em moldes de um desenho animado! Essa visão pode explicar a triste participação de Scooby Loo e o final meio nonsense, por exemplo.

Outro ponto a destacar: a dublagem em português! Fãs, podem respirar aliviados: a dublagem é a mesma do desenho, e está excelente, com todos os efeitos e boas atuações que nós precisamos. Enfim, uma boa pedida, pra quem não é "chato" de só gostar de filmes cult.

Cenas Adicionais: Um clipe com 7 cenas eliminadas da versão original. De início pode-se escolher assistir às cenas com ou sem comentários. Claro, o recomendável é sem, pois não há nenhuma legenda para os comentários. As cenas são:

- Abertura Alternativa - Uma abertura feita em desenho animado e CG com cel-shade, apresentando os personagens, e já remetendo o público ao clima de desenho. Eu, pessoalmente, preferi esta entrada do que a que ficou no filme.

- Recordações - Uma extensão da cena em que todos se encontram no aeroporto. Cada personagem tem um flashback do que fizeram de "importante" nos últimos dois anos.

- Bulevar do Pesadelo - Uma passeio num trenzinho na Ilha do Espanto. Nada de muito especial, exceto pelos segundos finais, onde vemos Scooby sem os tratamentos finais da computação gráfica. Vale como curiosidade.

- A Canção de Velma - Versão estendida da cena do bar, onde Velma bebe. Nesta versão ela sobe no piano e canta "I Love you, Baby". Para aqueles que, como eu, viraram fãs repentinos da Linda Cardellini depois de ver o filme.

- Vestiário - Daphne vai ao vestiário feminino e encontra Velma e mais algumas garotas "dominadas".

- O Espírito de Daphne - Na hora em que Salsicha entra na caverna atrás de Scooby, ele presencia o espírito de Daphne sendo retirado. Logo após, ele corre até o caldeirão com os vários espíritos.

- Ataque Cardíaco - Enquanto Scooby esteve preso aguardando a cerimônia, ele simula um ataque cardíaco em sua cela.

Documentário - Making Of muito legal de assistir, mostra aquilo que todo bom documentário deve ter: depoimentos de todos os atores, vários processos de animação de Scooby, vários comentários sobre a produção e filmagem, truques (como por exemplo, os usados pelos atores ao contracenar com Scooby - ou seja, com o "ar"), e assim vai. 22min.

Comentários em Áudio - O filme todo comentado pelos produtores e pelo elenco. Com certeza seria uma ótima pedida, se tivesse legendas em qualquer língua. Mas não; outra mancada da Warner.

Vídeo Musical Outkast - Vídeo bem estranho, pra uma música mais estranha ainda. Mas é legal. 4m24s

Lugares Assustadores - Um especial falando sobre a produção dos cenários. A preocupação em fazê-los assustadores, verossímeis e, ao mesmo tempo, cartoonizados. 4m24s

A Máquina do Mistério - Um curta sobre a produção do furgão da Mistérios S/A. 1m04s

Cena de Luta de Daphne - Mostra todo o processo usado para a citada cena. Todas as técnicas de cabos e "cordinhas" são explicadas pelo treinador de artes marciais. 2m29s

Eita! - No segundo menu de extras, há uma plaquinha à esquerda com esta inscrição. É um curta falando sobre com ao equipe teve que lidar com as chuvas torrenciais no local de filmagem, uma ilha tropical. 1m18s

Nada de novo a se destacar. Scooby Doo é um DVD como a maioria é (ou deveria ser). Seus menus estáticos estilizados como a Ilha do Espanto podem desdenhar um pouquinho a tecnologia gráfica e visual usada no filme. O som e a imagem estão muito bons, e um dos maiores alívios que tive ao conferir este título foi a dublagem em português, muito bem feita, com gírias, rimas e as mesmas vozes do desenho.

Os extras também são bons, mas, como muitos outros, deixam aquela sensação de "quero mais". Com certeza mais detalhes sobre a produção, ou biografias seriam muito bem vindos. E, CADÊ o TRAILER de CINEMA??

A lástima ainda fica por conta dos tais comentários em áudio, SEM legenda nenhuma! É como se o DVD ficasse faltando um pedaço!

No mais, não há muito a declarar. Não é nada que se diga "Minha nossa, como esse DVD é bom!", mas com certeza este está acima da média. É um bom título, sem dúvida, e uma boa pedida em DVD, claro, se você ao menos gostou do filme como eu.

De: Este
Esqueceu de reclamar da "mutilação" do filme, tornando-o fullscreen. Existe tanto filme por aí com os dois formatos no mesmo disco, fico sem entender o porquê de sacanear os amantes dos filmes em formato original (widescreen). Aposto que venderia muito mais se as distribuidoras procurassem agradar a todo mundo. É o meu protesto.