SEDUÇÃO DA CARNE (Senso)

 

Com Alida Valli, Farley Granger, Massimo Girotti, Heinz Moog, Rina Morelli

 

Diretor

Duração

Produção

Luchino Visconti

115 minutos

1954, Itália

Gênero(s)

Distribuidora

Data de Lançamento

Clássico

Versátil

09/08/2004

SOM & IMAGEM
FILME
EXTRAS & MENUS
GERAL
Áudio
Legendas
Vídeo
Região

Italiano (DD 2.0 mono)
Português
Sinopse

A Versátil apresenta, pela primeira vez no Brasil, a belíssima versão restaurada e remasterizada de Sedução da Carne, o clássico em que o mestre Luchino Visconti transformou o cinema em ópera e melodrama. 1866. Veneza permanece sob ocupação da Áustria. O movimento pela unificação da Itália está prestes a lançar uma guerra pela libertação da região. Neste cenário turbulento, a Condessa Serpieri, uma nobre italiana que participa da resistência, apaixona-se perdidamente pelo tenente austríaco Franz Mahler. Ilustrado pelos temas musicais de Anton Bruckner e de Giuseppe Verdi, este amor proibido mudará para sempre suas vidas. Tal como O Leopardo, Sedução da Carne é uma superprodução suntuosa de impressionante beleza plástica. Sem dúvida, um dos marcos da filmografia viscontiniana.

Comentários

Ver Sedução da carne (Senso; 1954), do italiano Luchino Visconti, é um prazer para os olhos e para o coração. Poucos cineastas têm a capacidade de, como o faz Visconti neste filme, extrair duma singela história de amor tantas observações sobre uma época (metade do século dezenove) e uma classe social (a decadência da aristocracia européia). A sutileza do realizador para compor cenários e semear o comportamento de suas personagens é sempre arrebatadora; o caso de amor entre a condessa Lívia (casada com outro) e o garboso oficial austríaco Franz percorre um caminho de sonhos (para ela) e despenca, assim como as ilusões de status das classes sociais a que pertencem os dois apaixonados. Ela, uma aristocrata que com seu dinheiro compra o amor dele, um desertor, um covarde, um terrível cafajeste; Visconti joga com estes elementos de maneira brilhante.

Visconti é mesmo um seduzido pela baixeza humana, que ele retrata com muito refinamento, passando esta sedução ao espectador. Uma certa encenação operística e teatral se reflete na linguagem cinematográfica de Visconti, da manipulação dos atores à utilização dos cenários; mas é um cinema cerebral, estético, tudo é brilhantemente resolvido visando a dar profundidade às emoções encenadas.

O impressionismo das cores e da realização em si reforça a idéia da decadência. E Visconti é um dos últimos artistas que cantam o fim da aristocracia européia. Pode-se concluir, vendo ou revendo seus filmes, que a relação de Visconti com o cinema é autenticamente crítica. (Eron Fagundes. Leia mais críticas do colunista em Cinemania)

 

Uma perfeição de enquadramentos, de tratamento de cor, de bom gosto em cenário e figurinos. Visconti se inspirou num livro de Camillo Boito (1883) sobre a paixão trágica de uma condessa por um oficial. Mas no original não há nenhuma preocupação em situar um momento histórico. Foi Visconti que resolveu localizar a ação na época do Ressurgimento, quando a Itália enfrenta a Áustria, que ocupa ainda Veneza. Só que o filme não é um painel documentário, mas o retrato da paixão trágica. Por amor, Livia a condessa, trai seu marido, sua classe, sua nação, sacrificando tudo ao homem que ama, um oficial austríaco. A paixão segundo Visconti levada às últimas conseqüências é sempre destrutiva. Foi uma pena Visconti não ter podido contar com os atores que pretendia. (Rubens Ewald Filho. Leia mais críticas e artigos de REF na coluna Clássicos)

Extras

- Trailer de Cinema (legendado)

- Lembranças dos Bastidores: é difícil situar o que é este featurette, pois não há nenhuma referência sobre sua data ou origem. É uma espécie de mistura de sinopse com cenas do filme, depoimento e cenas do filme, em 3 minutos. Parece estar incompleto. Legendado.

- Senso, de Camillo Boito: textos sobre o livro que deu origem ao filme. Contém uma biografia do autor, com 4 páginas e um ótimo ensaio sobre o livro e sua adaptação, por Fernando Brito, com 10 páginas.

- Galeria de Fotos & Pôsteres: composto por “Fotografias de Bastidores” (sete fotos devidamente legendadas) e “Pôsteres” (9, de vários países).

- Il Risorgimento - A Unificação da Itália: texto bem explicativo situando o filme no seu contexto histórico, com 11 páginas e uma galeria de imagens (8), com mapas, gravuras e pinturas de personalidades deste trecho da história italiana.

- Verdi & Bruckner: “Biografia de Giuseppe Verdi” (14 páginas com um ótimo texto biográfico e imagens sobre o compositor), “Biografia de Anton Bruckner” (5 páginas de texto), “Il Trovatori, de Verdi” (11 páginas com um texto explicativo sobre a ópera e imagens diversas, muito interessantes), “A Sétima Sinfonia de Bruckner” (texto explicativo de 4 sobre a composição).

- Fortuna Crítica: 12 páginas em texto de trechos de críticas sobre o filme.

- Ensaios Sobre o Filme e a Música: dois ensaios, “O Papel da Música em Senso”, de Giani Rondolini (18 páginas) e “Senso”, de João Bernard da Costa (16 páginas).

- Vida e Obra de Visconti: excelente biografia do cineasta com sua filmografia completa, com 14 páginas.

- Biografias: dos atores Alida Valli, Farley Granger, Massimo Girotti e suas filmografias selecionadas.

Críticas ao DVD

Mais uma vez a Versátil nos traz uma excelente obra de Visconti, com tratamento em DVD de primeira qualidade. A imagem está ótima (no formato original de cinema, neste caso em 1.33:1), com cores que realçam a fotografia excepcional do filme. O áudio está correto, original, sem ruídos aparentes. Os extras são muito bons. No caso de filmes clássicos europeus, é muito importante a presença de textos explicativos, ainda mais como estes, tão completos sobre o enredo do filme e seu contexto histórico e cultural. Um ótimo complemento, exemplo de como se utilizar boa informação, afinal a escrita ainda é uma das mídias mais importantes. Um DVD que será muito apreciado pelos cinéfilos, em especial para os que gostam desta fase de Visconti. E mais uma bela chance de se conhecer um trecho da História internacioinal.

Menus
Resenha publicada em 25/08/2004
Por REF e Eron Fagundes (filme) e Edinho Pasquale (DVD)

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