SYLVIA - PAIXÃO ALÉM DAS PALAVRAS (Sylvia)

 

Com Gwyneth Paltrow, Daniel Craig, Jared Harris, Blythe Danner, Michael Gambon, Amira Casar, Andrew Havill, Lucy Davenport

 

Diretor

Duração

Produção

Christine Jeffs

113 minutos

2003, Inglaterra

Gênero(s)

Distribuidora

Data de Lançamento

Drama

Imagem Filmes

14/07/2004 (locação)

SOM & IMAGEM
FILME
EXTRAS & MENUS
GERAL
DVD DISPONÍVEL APENAS PARA LOCAÇÃO
Áudio
Legendas
Vídeo
Região

Inglês (DD 5.1 e DD 2.0) e Português (DD 2.0)
Inglês, Português

Sinopse

SYLVIA conta a história verdadeira de um relacionamento de paixão, porém trágico, entre os poetas Sylvia Plath e Ted Hughes, considerados dois dos melhores poetas do século XX. Começando com o namoro dos dois, ainda como estudantes em Cambridge, o filme segue seu curso até o casamento, passando por um misto de amargura, infidelidade e até violência – uma seqüência de eventos, que dentro de um período de apenas alguns meses produziu tanto as poesias surpreendentes que fariam Plath famosa, quanto seu profundo distúrbio mental, que a levaria à trágica morte, aos 30 anos, por suas próprias mãos.

Comentários

O esforço da diretora Christine Jeffs para captar a personalidade angustiada e angustiante da poetisa norte-americana Sylvia Plath tropeça nos aspectos burocráticos de sua linguagem cinematográfica. O academicismo narrativo de Sylvia, paixão além das palavras (Sylvia; 2003) se evidencia a cada fotograma e é um estorvo para que o filme mergulhe sem pudores no inferno interior de sua personagem.

Os lances da vida de Sylvia são bastante conhecidos, especialmente depois que Ted Hughes, o poeta inglês com quem ela foi casada e teve duas filhas, abriu o jogo numa autobiografia publicada há alguns anos. Sylvia morreu aos trinta anos, asfixiando-se com gás num forno de cozinha enquanto seus filhos pequenos dormiam no andar de cima da casa. O motivo aparente seria a não superação de sua separação de Ted, que a teria trocado por outra. Sylvia se teria aproximado de Ted após apaixonar-se por uma das poesias dele; a paixão da alma veio antes da paixão física, antes mesmo do conhecimento físico (ver o corpo), assim como a atriz sueca Ingrid Bergman se interessou pelo cineasta italiano Roberto Rossellini inicialmente ao assistir a uma de suas realizações neo-realistas. Enfim, identidades espirituais.

Apesar de seu ranço burocrático, o filme não impede que nos interessemos pelo que haveria de obscuro e inquietante na figura literária de Sylvia Plath. Alguns excertos de textos poéticos de Sylvia dão imagens da dimensão de sua obra e de sua maneira de ser. É pena que os limites lingüísticos dum filme evidentemente voltado para compromissos comerciais abafe uma descida mais profunda à danação de Sylvia.

Gwyneth Paltrow apresenta altos e baixos em sua caracterização como Sylvia: às vezes resgata a loucura da personagem, outras deixa subir às suas faces um incômodo estrelismo a que seu público estaria mais acostumado. Cuido que Nicole Kidman, vivendo outra escritora suicida, a inglesa Virginia Woolf, em As horas (2002), de Stephen Daldry, se despe com mais rigor dos artifícios de estrela para atingir o interior da personagem. Isto para não falar no dueto Judi Dench—Kate Winslet que compõe um retrato da ficcionista inglesa Iris Murdoch em Iris (2001), de Richard Eyre, de maneira perfeita (embora o filme não sai não seja tão perfeito assim). Voltando às interpretações de Sylvia, Daniel Craig como Ted Hughes deixa mais a desejar que sua parceira, pois suas expressões faciais se mantêm sempre um tanto quanto duras e sem sangue; pode-se alegar a fleuma britânica, mas eu já vi fleumas melhor desenhadas numa tela de cinema.

Entre suas escassas virtudes e seus muitos problemas, a realização de Christine Jeffs ao que parece vai fazendo um certo público graças à natural curiosidade que cerca a curta e trágica vida de sua protagonista. Entre outras coisas, o filme semeia uma discussão polêmica, de cunho feminista: teria Ted Hughes sido uma atrapalhação no desenvolvimento poético de Sylvia Plath, que vivia muito à sua sombra na sociedade machista da época e só foi produzir uma grande obra depois que o marido a abandonou? O suicídio de Sylvia atribuído ao desprezo sentimental de Ted reforça esta mensagem de que ele foi uma pedra ruim no caminho dela. Enfim, coisas meio à margem da narrativa, algo que o filme não explora com a devida eloqüência cinematográfica e que este intérprete vai jogando seus ditos meio não-diegeticamente, isto é, em off em relação àquilo que de fato está no trabalho de Christine Jeffs. (Eron Fagundes. Leia mais críticas do colunista em Cinemania)

 

Chegaram a iniciar uma débil tentativa de fazer campanha para Gwyneth Paltrow ser indicada ao Oscar por sua interpretação neste drama biográfico que foi total fracasso nos EUA. Mas não foi adiantou, nem era o caso. Estranhamente Paltrow anda passiva e desinteressada, até mesmo num filme e personagem interessantes. A poetisa americana Sylvia Plath 1932-63 (The Bell Jar) lembrada tanto por seus textos depressivos quanto por seu suicídio. Realizado por uma mulher Christine Jeffs, neozelandesa que tinha estreado com uma fita inédita aqui, Rain (2001).

O filme não chega a ser ruim. É frio, não dá uma idéia clara do talento da escritora (poema é uma coisa difícil de traduzir mas pelo jeito o que torpedeou o projeto foi o fato de que a filha de Sylvia, Frieda recusou cooperar com o projeto não permitindo que nenhum poema da mãe fosse usado no filme. Além de denunciar o projeto) mas faz questão de relatar a vida depressiva de Sylvia, estudante americana em Cambridge que se casa com um outro poeta e professor o inglês, Ted Hughes, que lhe é extremamente infiel. Talvez com certa razão porque não parece fácil suportá-la. No papel está o inglês Daniel Craig, revelado em Lara Croft I e Caminho para Perdição.

É engraçado como tendo assistido o filme em DVD americano há algumas semanas, ele me deixou poucas lembranças. Tem Blythe Danner, mãe de Gwyneth fazendo a mãe de Sylvia.

Mas muita coisa não é dita. Hughes ficou como culpado da morte da heroína (principalmente pelos fãs póstumos dela. Em vida, Sylvia foi pouco lida) embora viesse a ser depois O Poeta Laureado da Inglaterra. Depois ele se casou com sua amante (que eventualmente também se suicidou!). Queimou os diários de Sylvia e editou seus poemas. (talvez mexendo neles). Como biografia de escritores eu certamente prefiro outros (como o recente Íris). Mas é difícil encontrar alguém que como Sylvia, a vida e a obra, estejam tão interligados e tão superficialmente explicados na tela. (Rubens Ewald Filho. Leia mais críticas e artigos de REF na coluna Clássicos)

Extras

Há, logo no início do DVD, os trailers de Kill Bill Vol. 1, Duplex, Leis da Atração, todos com cerca de 2 minutos.

- Filmografias: ds atores Gwyneth Paltrow, Daniel Craig, Jared Harris e Blythe Danner.ão há nem ao menos uma biografia básica de cada um.

- Trailer

- Galeria de Fotos: cerca de 40 fotos de cena do filme.

- Novidades: mais alguns trailers, de “Um Certo Carro Azul”, “minha Vida Sem Mim”, “Moça com Brinco de Pérolas”, “Osama”, “O Enviado” e “No Frio da Escuridão”.

Críticas ao DVD

Um filme apenas razoável, que, surpreendentemente, está ótimo tecnicamente, pois desta vez a distribuidora Imagem Filmes o colocou a imagem no formato original em wide, assim como o áudio em bons 5.1 canais e dublagem em Português, mesmo que com apenas 2 canais. Os menus estão OK, os extras são mínimos. É um bom DVD para locação. E só.

Menus
Resenha publicada em 11/08/2004
Por REF e Eron Fagundes (filme) e Edinho Pasquale (DVD)

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