SYLVIA conta a história verdadeira de um relacionamento
de paixão, porém trágico, entre
os poetas Sylvia Plath e Ted Hughes, considerados
dois dos melhores poetas do século XX. Começando
com o namoro dos dois, ainda como estudantes em Cambridge,
o filme segue seu curso até o casamento, passando
por um misto de amargura, infidelidade e até violência – uma
seqüência de eventos, que dentro de um
período de apenas alguns meses produziu tanto
as poesias surpreendentes que fariam Plath famosa,
quanto seu profundo distúrbio mental, que
a levaria à trágica morte, aos 30 anos,
por suas próprias mãos.
|
O
esforço da diretora Christine Jeffs para captar
a personalidade angustiada e angustiante da poetisa
norte-americana Sylvia Plath tropeça nos aspectos
burocráticos de sua linguagem cinematográfica.
O academicismo narrativo de Sylvia, paixão
além das palavras (Sylvia; 2003)
se evidencia a cada fotograma e é um estorvo
para que o filme mergulhe sem pudores no inferno
interior de sua personagem.
Os
lances da vida de Sylvia são bastante conhecidos,
especialmente depois que Ted Hughes, o poeta inglês
com quem ela foi casada e teve duas filhas, abriu
o jogo numa autobiografia publicada há alguns
anos. Sylvia morreu aos trinta anos, asfixiando-se
com gás num forno de cozinha enquanto seus
filhos pequenos dormiam no andar de cima da casa.
O motivo aparente seria a não superação
de sua separação de Ted, que a teria
trocado por outra. Sylvia se teria aproximado de
Ted após apaixonar-se por uma das poesias
dele; a paixão da alma veio antes da paixão
física, antes mesmo do conhecimento físico
(ver o corpo), assim como a atriz sueca Ingrid Bergman
se interessou pelo cineasta italiano Roberto Rossellini
inicialmente ao assistir a uma de suas realizações
neo-realistas. Enfim, identidades espirituais.
Apesar
de seu ranço burocrático, o filme não
impede que nos interessemos pelo que haveria de obscuro
e inquietante na figura literária de Sylvia
Plath. Alguns excertos de textos poéticos
de Sylvia dão imagens da dimensão de
sua obra e de sua maneira de ser. É pena que
os limites lingüísticos dum filme evidentemente
voltado para compromissos comerciais abafe uma descida
mais profunda à danação de Sylvia.
Gwyneth
Paltrow apresenta altos e baixos em sua caracterização
como Sylvia: às vezes resgata a loucura da
personagem, outras deixa subir às suas faces
um incômodo estrelismo a que seu público
estaria mais acostumado. Cuido que Nicole Kidman,
vivendo outra escritora suicida, a inglesa Virginia
Woolf, em As
horas (2002), de Stephen Daldry, se
despe com mais rigor dos artifícios de estrela
para atingir o interior da personagem. Isto para
não falar no dueto Judi Dench—Kate Winslet
que compõe um retrato da ficcionista inglesa
Iris Murdoch em Iris (2001), de
Richard Eyre, de maneira perfeita (embora o filme
não sai não seja tão perfeito
assim). Voltando às interpretações
de Sylvia, Daniel Craig como Ted
Hughes deixa mais a desejar que sua parceira, pois
suas expressões faciais se mantêm sempre
um tanto quanto duras e sem sangue; pode-se alegar
a fleuma britânica, mas eu já vi fleumas
melhor desenhadas numa tela de cinema.
Entre
suas escassas virtudes e seus muitos problemas, a
realização de Christine Jeffs ao que
parece vai fazendo um certo público graças à natural
curiosidade que cerca a curta e trágica vida
de sua protagonista. Entre outras coisas, o filme
semeia uma discussão polêmica, de cunho
feminista: teria Ted Hughes sido uma atrapalhação
no desenvolvimento poético de Sylvia Plath,
que vivia muito à sua sombra na sociedade
machista da época e só foi produzir
uma grande obra depois que o marido a abandonou?
O suicídio de Sylvia atribuído ao desprezo
sentimental de Ted reforça esta mensagem de
que ele foi uma pedra ruim no caminho dela. Enfim,
coisas meio à margem da narrativa, algo que
o filme não explora com a devida eloqüência
cinematográfica e que este intérprete
vai jogando seus ditos meio não-diegeticamente,
isto é, em off em relação àquilo
que de fato está no trabalho de Christine
Jeffs.
(Eron Fagundes.
Leia mais críticas do colunista
em Cinemania)
Chegaram
a iniciar uma débil tentativa de fazer campanha
para Gwyneth Paltrow ser indicada ao Oscar por sua
interpretação neste drama biográfico
que foi total fracasso nos EUA. Mas não foi
adiantou, nem era o caso. Estranhamente Paltrow anda
passiva e desinteressada, até mesmo num filme
e personagem interessantes. A poetisa americana Sylvia
Plath 1932-63 (The Bell Jar) lembrada tanto por seus
textos depressivos quanto por seu suicídio.
Realizado por uma mulher Christine Jeffs, neozelandesa
que tinha estreado com uma fita inédita aqui, Rain (2001).
O
filme não chega a ser ruim. É frio,
não dá uma idéia clara do talento
da escritora (poema é uma coisa difícil
de traduzir mas pelo jeito o que torpedeou o projeto
foi o fato de que a filha de Sylvia, Frieda recusou
cooperar com o projeto não permitindo que
nenhum poema da mãe fosse usado no filme.
Além de denunciar o projeto) mas faz questão
de relatar a vida depressiva de Sylvia, estudante
americana em Cambridge que se casa com um outro poeta
e professor o inglês, Ted Hughes, que lhe é extremamente
infiel. Talvez com certa razão porque não
parece fácil suportá-la. No papel está o
inglês Daniel Craig, revelado em Lara
Croft I e Caminho para Perdição.
É engraçado
como tendo assistido o filme em DVD americano há algumas
semanas, ele me deixou poucas lembranças.
Tem Blythe Danner, mãe de Gwyneth fazendo
a mãe de Sylvia.
Mas
muita coisa não é dita. Hughes ficou
como culpado da morte da heroína (principalmente
pelos fãs póstumos dela. Em vida, Sylvia
foi pouco lida) embora viesse a ser depois O Poeta
Laureado da Inglaterra. Depois ele se casou com sua
amante (que eventualmente também se suicidou!).
Queimou os diários de Sylvia e editou seus
poemas. (talvez mexendo neles). Como biografia de
escritores eu certamente prefiro outros (como o recente Íris).
Mas é difícil encontrar alguém
que como Sylvia, a vida e a obra, estejam tão
interligados e tão superficialmente explicados
na tela. (Rubens Ewald Filho. Leia
mais críticas e artigos de REF na coluna Clássicos)
|
Há, logo no início do DVD, os trailers
de Kill Bill Vol. 1, Duplex, Leis da Atração,
todos com cerca de 2 minutos.
-
Filmografias: ds atores Gwyneth Paltrow, Daniel Craig,
Jared Harris e Blythe Danner.ão há nem
ao menos uma biografia básica de cada um.
-
Trailer
-
Galeria de Fotos: cerca de 40 fotos de cena do filme.
-
Novidades: mais alguns trailers, de “Um Certo
Carro Azul”, “minha Vida Sem Mim”, “Moça
com Brinco de Pérolas”, “Osama”, “O
Enviado” e “No Frio da Escuridão”.
|