Com
Giulietta Masina, Broderick Crawford, Richard Basehart, Franco Fabrizi, Xenia
Valderi
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104
minutos
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SOM & IMAGEM |
FILME |
EXTRAS & MENUS |
GERAL |
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Áudio
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Vídeo
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Região
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Italiano (DD 2.0 mono)
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Português
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Sinopse
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Dando continuidade ao projeto de lançar as
obras-primas de Fellini em DVD, a Versátil
apresenta A Trapaça, em impecável versão
restaurada e remasterizada.
Na Itália dos anos 50, três desiludidos
vigaristas vivem de pequenos golpes, aproveitando-se
da ingenuidade dos camponeses. O líder do
grupo, Augusto, começa a mudar sua atitude,
quando percebe que sua filha precisa de sua ajuda
para continuar os estudos.
Mesclando drama, suspense e comedia, Fellini realizou
um filme poderoso, valorizado pelas interpretações
de Giulietta Masina (Noites de Cabíria) e
Broderick Crawford (Oscar de melhor ator por A Grande
Ilusão).
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Comentários
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Há uma ligação muito forte entre
a amargura final da personagem de Anthony Quinn em
A estrada da vida (La strada; 1954) e o abandono
irreversível a que é jogado o velho
golpista de quarenta e oito anos nos momentos conclusivos
do filme seguinte do italiano Federico Fellini, A
trapaça (Il bidone; 1955): se a criatura de
A estrada da vida amarga uma ponta de culpa rolando-se
na areia à lembrança do descaso com
que abandonou sua patética companheira de
apresentações de variedades de rua,
o trapaceiro, que na seqüência final de
A trapaça tenta golpear seus camaradas de
esperteza, é agredido e abandonado à beira
duma estrada, este trapaceiro está expiando
desesperadamente solitário seus pecados numa
agonia que Fellini filma com agudo senso de precisão
e ironia.
Ainda
filiado ao neo-realismo, com marcações cênicas mais
ou menos habituais naquela escola, A trapaça realça a graça
de filmar de Fellini, especialmente em algumas cenas de dança, tudo muito
ajudado pela música de Nino Rota. O espectador sente-se hipnotizado diante
de algumas roliças mulheres fellinianas que se soltam neste eterno baile
de imagens e sons que é qualquer filme de Fellini.
A
estrutura de roteiro e idéias, conquanto ainda singela, já revela
a capacidade de fragmentação narrativa de Fellini. Ele vai acumulando
os golpes de suas personagens centrais, desde quando estão travestidos
de religiosos no início para enganar as velhinhas de um asilo até o última
malandragem exposta pela narrativa, a aplicação do conto num pai
de família em que uma filha é semiparalítica; Fellini vai
juntando os episódios para expor as dificuldades da vida na Itália
nos anos 50, um retrato social neo-realista. Os golpistas não escapam
aos olhares de suas famílias: um deles, casado, é descoberto em
sua profissão escusa quando leva sua mulher a uma festa de fim de ano
do grupo, e os gestos de exprobração de Giulietta Masina para seu
par na saída da comemoração é bastante sem volta;
o velho golpista, o abandonado no final à beira da estrada, descobre-se
para sua filha quando a leva a um cinema e dá com uma de suas vítimas;
o choro da filha adolescente ao espiar o pai ser conduzido num carro de polícia é igualmente
sem volta. Cedo ou tarde, a máscara cai, mesmo aquela usada por uma
personagem de Fellini.
Amargo, às vezes desesperado em sua visão de mundo, Fellini, é claro,
está longe do existencialismo soturno do italiano Michelangelo Antonioni;
mas A trapaça descortina novamente seu poder de sedução
diante do observador.
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Extras
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- Cinejornal da Época: interessante reportagem
de época com um pequeno acidente que ocorreu
com o ator Franco Fabrizi durante as filmagens, com
quase 1 minuto.
-
Vida e Obra de Fellini: breve biografia do diretor,
com sua filmografia completa, em 11 páginas
de textos.
-
Biografias: dos atores Giulletta Masina e Broderick
Crawford, ambos com uma breve biografia e filmografia
selecionada em textos.
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Críticas
ao DVD
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Um DVD com uma boa qualidade de áudio (em
2 canais, mas em mono) e imagem (no formato original
de cinema da época, bem digitalizado, embora
por vezes um pouco granulado, não sei se do
original ou da transcrição para o formato
digital). Um belo filme de Fellini, com poucos extras
em textos, razoavelmente informativos, mas com uma
preciosidade de época, o “telejornal”. É muito
difícil se conseguir um vasto material em
vídeo (ou película) de filmes europeus,
mas louva-se aqui a pesquisa e o empenho da Versátil.
Sei que a maioria não gosta de textos como
extras, mas para filmes clássicos eu acho
ser interessante, como material de consulta para
os mais novos e para quem quer ter maiores referências
sobre a história do cinema. Para os cinéfilos,
uma bom produto. Para os “fellinianos”,
obrigatório.
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Menus
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Resenha
publicada em
18/08/2004
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Por
Eron Fagundes (filme) e Edinho Pasquale (DVD)
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