Com
Kyle MacLachlan, Michael Ontkean, Mädchen Amick, Dana
Ashbrook, Richard Beymer, Lara Flynn Boyle, Sherilyn Fenn
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David Lynch, Mark Frost, Vários
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429
minutos
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SOM & IMAGEM |
FILME |
EXTRAS & MENUS |
GERAL |
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Áudio
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Legendas
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Vídeo
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Região
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Inglês (Dolby Surround 2.0 no piloto e nos extras, Dolby Digital
5.1 nos episódios)
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Inglês, Português e Espanhol
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Sinopse
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Na pequena cidade de Twin Peaks, na costa noroeste
dos EUA, próxima à fronteira com o
Canadá, a queridinha da cidade Laura Palmer
(Sheryl Lee) aparece morta à beira de um lago,
enrolada em um saco plástico. Na autópsia
fica constatado que Laura, antes de ser morta, foi
brutalmente espancada e violentada. O agente do FBI
Dale Cooper (Kyle MacLachlan) chega para comandar
a investigação. Cooper, além
de esquisitão (é viciado em tortas
de cereja e sempre deixa registrados os seus pensamentos
para a secretária, Diane, em um gravador portátil),
possui um método de investigação
absurdo, baseado na intuição e na solução
de charadas recebidas em sonhos surrealistas. Surpreendentemente
o método do agente funciona, e aos poucos
ele vai descobrindo que Laura possuía um lado
obscuro, como a própria cidade. Perversões
sexuais, tráfico de drogas e fraudes financeiras
ocultam-se na sociedade local. E para complicar as
coisas, durante as investigações a
mãe de Laura tem visões de um espírito
maligno chamado Bob.
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Comentários
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Não é sempre que o sucesso acompanha
a arte, e a conjunção destes dois fatores,
em se tratando de TV, pode ser considerado algo bem
raro. Mas que eventualmente acontece, e Twin
Peaks,
série cuja primeira temporada a Paramount
lançou em DVD no Brasil em setembro, é a
prova disso. No final dos anos 80, a rede norte-americana
de televisão ABC necessitava urgentemente
de um grande sucesso de audiência, e deu carta
branca ao diretor, produtor e roteirista de TV Mark
Frost para criar algo novo e criativo. Frost convenceu
seu amigo David Lynch a embarcar no projeto, e finalmente
no dia 08 de abril de 1990 foi exibido o episódio-piloto
de Twin Peaks. Por obrigação contratual
com um investidor europeu, Lynch e Frost deram um
desfecho ao episódio piloto, para que ele
fosse lançado de forma independente na Europa.
Essa versão alterada chegou a ser lançada
em VHS no Brasil pela Warner.
O
piloto foi um grande sucesso, e a ABC encomendou
mais sete episódios,
dando total liberdade criativa a Frost e Lynch. Ao
final do sétimo episódio a trama estava
longe de sua conclusão, e a emissora produziu
mais 22 episódios tão surpreendentes
quanto esquisitos, com direito a conspirações
alienígenas e ao agente do FBI travesti Dennis/Denise
Bryson – interpretado por ninguém menos
que David Duchovny, que posteriormente em Arquivo
X viveu outro agente do FBI que pode ser considerado
um descendente direto de Dale Cooper: Fox Mulder.
Envolvido à época com as filmagens
de Coração Selvagem, longa com o qual
viria a ganhar a Palma de Ouro no Festival de Cannes,
Lynch delegou a vários profissionais as tarefas
de dirigir e escrever a série. Um programa
de computador com as diretrizes básicas do
enredo e as características dos personagens
era seguido por todos, o que manteve a unidade da
trama.
Em
suma, mesclando suspense policial, melodrama, deformidades
físicas e mentais, humor negro
e terror sobrenatural, a dupla Frost/Lynch apresentou
ao público algo definitivamente novo e provocativo,
tudo acompanhado pela essencial trilha sonora de
Angelo Badalamenti. Em abril de 1991 a série
começou a ser exibida (ou melhor dizendo, “destruída”)
pela Rede Globo, que para variar relegou Twin
Peaks às
noites de domingo, após o Fantástico.
E pior, fez cortes que deixaram a trama e seu desfecho
sem pé nem cabeça. Menos mal que, anos
depois, a série foi reprisada na íntegra
por emissoras independentes. Em 1992, David Lynch
lançou nos cinemas o longa Twin Peaks
- Os Últimos
Dias de Laura Palmer, uma prequel que apresentava
fatos anteriores aos da série, com quase todo
o elenco original.
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Extras
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Temos comentários de áudio em cada
episódio (exceto no piloto), todos com legendas
em português, normalmente com o diretor ou
outra pessoa envolvida em sua produção.
Infelizmente Lynch não quis gravar depoimentos
nos episódios por ele dirigidos, alegadamente
porque não gosta de comentar seu próprio
trabalho. Aliás, em nenhuma parte do material
adicional ouvimos a voz de Lynch ou vemos o seu rosto.
Adicionalmente, cada episódio pode ser assistido
com uma introdução “filosófica” da
Senhora do Tronco, que apesar de curiosa não
acrescenta muito – e a qualidade do vídeo
igualmente não ajuda. A versão da Artisan
lançada nos EUA também incluía
uma opção para assistir os episódios
com acesso a “notas de script”, relativas
a cenas ou diálogos eliminados, porém
este recurso está ausente da edição
nacional. Também ausentes estão os
easter eggs de cada episódio (erros de gravação
ou entrevistas com membros da equipe), porém
se eles estiverem por lá escondidos e você achá-los,
me avise. Os principais extras estão reunidos
no quarto disco, em uma seção chamada “O
Tibet”, e são os seguintes:
Entrevista
de Mark Forst à Revista Wrapped
in Plastic – Como o nome indica é uma
entrevista de Mark Frost aos dois fundadores de uma
revista dedicada a Twin Peaks. Apesar de ser uma
tolice – ela foi feita por telefone, as imagens
alternam entre Frost e os dois caras e no início
há um “importante” aviso alertando
que as tomadas originais com os caras da revista
tiveram de ser refeitas – há várias
informações interessantes sobre a série;
Aprendendo
a Falar na Sala Vermelha – Este
extra é completamente bizarro, digno da série.
Nele o ator Michael J. Anderson, o anão daquele
antológico sonho de Cooper, nos ensina a falar
de trás para a frente. Gravado com equipamento
precário, não deixa de ser divertido
(é o único extra não legendado);
Uma
Introdução a David Lynch – Vários
depoimentos de profissionais e membros do elenco
sobre Lynch e seu estilo característico;
17
Pedaços de Torta: Filmagens na Lanchonete
Mar T (ou RR) – Extra de utilidade duvidosa, é uma
entrevista em vídeo com a proprietária
do restaurante onde foram filmadas as cenas do piloto,
nas quais Cooper se delicia com as tortas de cereja
locais;
Conversas
com o Elenco – Extra com imagem wide
16x9, é composto por uma série de vídeos
com integrantes do elenco e da equipe de produção,
não obrigatoriamente sobre a série.
O ator Richard Beymer, por exemplo, narra por vários
minutos uma viagem mística que fez ao Amazonas,
onde se pintou de azul, andou nú e se drogou
com um cipó. Já Sheryl Lee (a Laura
Palmer em pessoa) também narra uma viagem
que fez para a África, e divide conosco suas
profundas opiniões sobre auto-descoberta e
ecologia (ou seja, alguns desses vídeos parecem
intermináveis!).
E,
pelo que descobri, é só. A edição
nacional também perdeu, neste quarto disco,
filmografias e biografias de todos os membros do
elenco. No entanto, isto também pode estar
escondido em algum easter egg, afinal no universo
de Twin Peaks nada é o que parece...
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Críticas
ao DVD
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Os quatro discos do box-set vêm acondicionados
em uma embalagem digipack envolta por uma luva plástica
transparente, que em sua face apresenta a foto de
Laura Palmer. Como toda regra tem exceção, às
vezes os DVDs lançados no Brasil vêm
com algo a mais do que as versões lançadas
lá fora, e no caso de Twin Peaks há uma
adição essencial ao box-set: além
dos sete episódios da primeira temporada,
a edição nacional inclui o episódio
piloto original que estava ausente na versão
da Artisan, lançada na Região 1 em
2001. Nota-se que o piloto não recebeu o mesmo
tratamento de áudio e vídeo dos episódios
seguintes, apresentando uma imagem mais escura, de
menor contraste e cores um tanto esmaecidas. O áudio,
apesar de bom, é Dolby Surround 2.0. Mesmo
assim a inclusão do piloto merece ser festejada,
pois ele é essencial para a correta compreensão
da série. Já os sete episódios,
a exemplo do piloto, são apresentados em tela
cheia (1.33:1) mas com qualidade de imagem bem superior,
como resultado da remasterização neles
feita. O áudio é Dolby Digital 5.1
de ótima qualidade, mas aqui temos uma desvantagem
em relação à versão estrangeira,
que também oferecia uma excelente faixa de áudio
DTS 5.1. Para compensar a Paramount poderia ter incluído
a dublagem original em português, mas deixou
de fazê-lo por alguma razão. Também,
ao contrário da versão Região
1, apesar dos episódios serem divididos em
capítulos (de 08 a 10) não há um
menu para a seleção de cenas. De resto,
achei os menus estáticos da edição
nacional pobres e feios, apesar de reconhecer que
estão de acordo com o clima bizarro da série.
As legendas estão disponíveis em português,
inglês e espanhol. A Paramount já anunciou
para o início de 2005 outras duas caixas com
os 22 episódios restantes.
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Menus
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Resenha
publicada em
20/10/2004
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Por
Jorge Saldanha
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