Com Edward Norton, Brian Cox, Philip Seymour Hoffman, Barry Peper, Rosário Dawson

O indicado ao Oscar Edward Norton lidera um grande elenco neste filme do aclamado diretor Spike Lee (Faça a Coisa Certa). Em apenas curtas 24 horas, Monty Brogan (Norton) irá para a prisão por sete anos. Ele está prestes a dizer adeus à sua vida.. Neste último dia de liberdade, Monty tenta reencontrar seu pai (Brian Cox - X-Men 2) e dois grandes velhos amigos, Jacob (Philip Seymour Hoffman - Quase Famosos) e Slaughterry (Barry Peper -À Espera de um Milagre). E também rever sua namorada, Naturelle (Rosário Dawson - MIB Homens de Preto), quem provavelmente (ou não) o dedurou aos policiais. Monty não tem muitas certezas sobre estes dias, mas o tempo está correndo, há escolhas a serem feitas enquanto ele se esforça por se redimir na última noite.

Como Martin Scorsese e Woody Allen, o diretor negro norte-americano Spike Lee estrutura sua obra cinematográfica em torno da ação que a imponente Nova York exerce sobre sua cabeça (cidadão, indivíduo da cidade). Se Scorsese busca um clima de estranheza na violência das ruas da metrópole americana e Allen ambienta suas narrativas nos refinados diálogos da classe intelectual nova-iorquina, Lee parece mais terra a terra com o povo de sua urbe, o que confere a seus filmes aspectos inusitadamente sensoriais de filmar.

A última noite (25 th hour; 2002) é o mais recente exercício de crítica social do cineasta. Mas está longe da conseqüência de películas como Faça a coisa certa (1989) ou O verão de Sam (1999). Seu rebuscado tom popularesco e fácil demais se aproxima das características desconjuntadas de A hora do show (2000).

Filmando uma Nova York deprimida depois da destruição de um de seus símbolos-base, as torres gêmeas do World Trade Center, em 11 de setembro de 2001, Lee coloca em cena um condenado em sua última festa (noite) antes de se dirigir para a prisão (Edward Norton, correto): suas relações com seu pai, com a namorada porto-riquenha, com os amigos (um reprimido professor de inglês, tentado por sua bela aluna, e um arrivista corretor de bolsa de valores) são vasculhadas linearmente pelo realizador.

O mundo dos traficantes e marginais de Nova York e a sensualidade das noites aparecem insistentemente em A última noite, num esforço de cativar o público de sempre. Todavia, o novo Spike Lee se distancia bastante duma visão acurada da violência ianque, como aquela que podemos desfrutar em Gangues de Nova York (2002), um Scorsese que deverá muito em breve transformar-se num clássico do cinema. (Eron Fagundes)

- A Evolução de um Cineasta Americano: misto de documentário e making of, mostrando, através de depoimentos de diretores (como Scorcese) e atores (como Denzel Washington), a trajetória do diretor Spike Lee, até que na parte final temos depoimentos com cenas de bastidores mais específicos deste “A Última Noite”. Bem realizado, vale ser visto.

- Cenas Inéditas: 7 cenas, muito interessantes.

- Comentários do Diretor

- Comentários do Roteirista

- O Marco Zero: imagens, musicadas e sem textos (nem precisa deles...) do local onde estava o World Trade Center, depois de sua horripilante tragédia, com as obras que estão sendo realizadas no eu imenso espaço vazio deixado, com 5min30s. Tocante.

Todos os extras estão legendados.

Um filme de Spike Lee bastante acessível e por vezes tocante, num DVD tecnicamente perfeito, com exelente qualidade de imagem e áudio, onde a até a dublagem em português está em 5.1 canais. Com menus muito bem realizados e animados, extras muito bons, devidamente legendados. Uma dica: assista ao filme em Português com legendas dos comentários, QUem sabe assim eles se tornam mais acessíveis (muitos não gostam de rever o filme diversas vezes só para ouvir os comentários. Este pode ser uma boa opção). Um DVD muito bom, de um filme que deve ser visto e por vezes até revisto.