A VIAGEM DE CHIHIRO (Sen to Chihiro no Kamikakushi)

 

Com as Vozes de Rumi Hîragi, Miyu Irino, Takashi Naitô, Mari Natsuki, Yasuko Sawaguchi, Tatsuya Gashuin, Ryunosuke Kamiki, Yo Oizumi

 

Diretor

Duração

Produção

Hayao Miyazaki

125 minutos

2001, Japão

Gênero(s)

Distribuidora

Data de Lançamento

Anime, Animação, Aventura

Europa Filmes

15/12/2003

SOM & IMAGEM
FILME
EXTRAS & MENUS
GERAL
Áudio
Legendas
Vídeo
Região

Japonês (DD 5.1 e DD 2.0)
e Português (DD 5.1 e 2.0)
Português

OU OPÇÃO DE COMPRA:
Sinopse

Chihiro, uma menina esperta de 10 anos, e seus pais estão de mudança. Nos arredores do novo bairro, eles se deparam com um parque de diversões abandonado. Como num sonho ela começa a viver uma grande aventura num mundo encantado, habitado por fantásticas criaturas e passa a ser protegida por Haku, um menino com poderes mágicos. Para salvar seus pais e voltar ao nosso mundo, Chihiro terá de ter muita humildade, coragem e determinação.

Comentários Sobre o Filme

Quando se aposentou do jornalismo cinematográfico, que executara com brilho incomum ao longo dos anos, em 2001, o crítico gaúcho de cinema Tuio Becker me disse uma frase curiosa: “nunca mais, desenho animado!” Isto certamente significava que a animação cinematográfica por via de regra estava associada a aborrecimento na cabeça de Tuio; o grande analista de filmes só via animações por obrigação profissional, necessidade jornalística de opinar sobre tudo o que os cinemas exibiam. Um dia destes, numa sessão do Clube de Cinema, lá estava Tuio para ver o medíocre Procurando Nemo (2003), de Andrew Stanton e Lee Unkrich; se Ingmar Bergman não tem cumprido a promessa de abandonar o trabalho e aquietar-se em sua ilha como alardeou faz vinte e um anos, Tuio igualmente não é obrigado a cumprir o que disse num momento de descontração pós-aposentadoria.

É bom que assim seja, pois aparecem as surpresas. O desenho japonês A viagem de Chihiro (Sen to Chihiro no kanikakushi; 2001), de Hayo Miyazaki, recupera a dignidade e a inteligência do gênero, fazendo com que se esqueça toda a futilidade e os lugares-comuns adotados por algo como Procurando Nemo. Miyazaki abdica dos fricotes tecnológicos da atualidade para, por meio de imagens de raro senso cinematográfico, atingir uma beleza plástica que nunca deixará de encantar o espectador mais afinado com sensibilidades elaboradas.

A viagem de Chihiro trafega entre a realidade e o sonho com espantosa naturalidade. A partir do momento em que os pais da garotinha Chihiro pegam um atalho e desviam-se do caminho, este é um atalho para a imaginação e toda a fantasia (sombria e surrealista, é verdade) é possível, pois tudo se passa na mente da pequena protagonista. O filme segue a estrutura livre de um sonho, como poderia vir a ser a de qualquer filme, sonhar no escuro dos cinemas de olhos abertos; as excentricidades das imagens amontoam-se, obedecendo a um ritmo narrativo íntimo e subjetivo. Os pais da menina, de tanto comerem, viram porcos. Os mais estranhos seres aparecem em cena. Há um trem que anda por mar e terra, solitário, cruzando os cenários da narrativa. Chihiro sente-se solitária e opressiva diante dos monstros que estão à sua volta: apartada dos pais, ela é esmagada por seus excessos de imaginação, algo capturado com brilho pelo filme; vemo-la de serviçal dos opressores de sua mente, seres excêntricos de toda ordem. Até que a fantasia se desmancha e volta a “livre” realidade. Chihiro olha para trás, para a estrada de que ela e seus pais saem: sonhou? imaginou? que diabo foi isso? Nem tudo tem explicação racional nas imagens criadas pelo filme: como num sonho, há coisas meio secretas, que mais parecem captações de sentimentos do que mensagens lineares. Sim: A viagem de Chihiro adota certos conceitos experimentais de filmar; mas mesmo em seus instantes mais obscuros é bonito de ver.

Em suma, creio que A viagem de Chihiro mereceria que Tuio Becker revisasse nosso habitual preconceito contra os desenhos animados. Está próximo duma obra-prima, se é que o futuro não o chamará assim. O que pode estorvar sua plena fruição é uma certa aridez oriental a que o observador brasileiro não está habituado; vencidas estas asperezas, o deslumbramento se impõe. (Eron Fagundes)

Extras

- Sinopse: 3 páginas de texto.

- Notas Sobre o Diretor: 5 páginas de texto, com informações básicas e filmografia.

- Notas Sobre a Produção: 6 páginas, com um texto interessante.

- Making of: este sim um ótimo extra, abrangendo vários aspectos do filme, desde a criação, passando pelas vozes originais e desenhos de produção, música e outros importantes aspectos da elaboração e execução do desenho. Muito interessante verificar como é feito um anime, fora dos padrões americanos. Tem 47 minutos e 22 segundos.

- Prêmios: lista de 5 páginas de texto relatando as premiações.

- Trailer, devidamente legendado, com 2min16seg. (Edinho Pasquale)

Críticas ao DVD

Um desenho extremamente sensível, numa fábula por vezes até incompreensível para a cultura ocidental. Quando vi o filme no cinema, pude presenciar a dificuldade de algumas crianças em compreender o desenho. Mas agrada, em geral, à todas as crianças e adultos. Tecnicamente impecável, com imagem podendo ser escolhida entre o original de cinema, em widescreen, ou, para os menos acostumados com o formato, em tela cheia (Standard, preenchendo toda a tela de uma TV comum, mesmo que perdendo uma parcela considerável da imagem) e áudio original em japonês ou devidamente dublado, ambos com as opções de 2 canais para quem um home-theater ou em 5.1 canais para quem pode aproveitar este recurso.

Os menus, animados com cenas do filme e bem interessantes, estão bem adequados. O que incomoda um pouco é a falta de alguns extras lançados na versão americana, dupla.

Um desenho que merece ser visto, ganhou inclusive o Oscar® de melhor animação. Tem uma edição decente em português, em que pese a já dita falta de alguns extras. Mas vale á pena. (Edinho Pasquale)

Menus
Resenha publicada em 17/12//2003
Por Eron Fagundes e Edinho Pasquale


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