Com
as Vozes de Rumi Hîragi, Miyu Irino, Takashi
Naitô, Mari Natsuki, Yasuko Sawaguchi, Tatsuya
Gashuin, Ryunosuke Kamiki, Yo Oizumi
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125 minutos
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Anime,
Animação, Aventura
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SOM & IMAGEM |
FILME |
EXTRAS & MENUS |
GERAL |
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Áudio
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Legendas
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Vídeo
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Região
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Japonês (DD 5.1 e DD 2.0)
e Português (DD 5.1 e 2.0)
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Português
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Sinopse
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Chihiro,
uma menina esperta de 10 anos, e seus pais estão
de mudança. Nos arredores do novo bairro,
eles se deparam com um parque de diversões
abandonado. Como num sonho ela começa a viver
uma grande aventura num mundo encantado, habitado
por fantásticas criaturas e passa a ser protegida
por Haku, um menino com poderes mágicos. Para
salvar seus pais e voltar ao nosso mundo, Chihiro
terá de ter muita humildade, coragem e determinação. |
Comentários
Sobre o Filme
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Quando
se aposentou do jornalismo cinematográfico,
que executara com brilho incomum ao longo dos anos,
em 2001, o crítico gaúcho de cinema
Tuio Becker me disse uma frase curiosa: “nunca
mais, desenho animado!” Isto certamente significava
que a animação cinematográfica
por via de regra estava associada a aborrecimento
na cabeça de Tuio; o grande analista de filmes
só via animações por obrigação
profissional, necessidade jornalística de
opinar sobre tudo o que os cinemas exibiam. Um dia
destes, numa sessão do Clube de Cinema, lá estava
Tuio para ver o medíocre Procurando
Nemo (2003), de Andrew Stanton e Lee Unkrich;
se Ingmar Bergman não tem cumprido a promessa
de abandonar o trabalho e aquietar-se em sua ilha
como alardeou faz vinte e um anos, Tuio igualmente
não é obrigado a cumprir o que disse
num momento de descontração pós-aposentadoria.
É bom
que assim seja, pois aparecem as surpresas. O desenho
japonês A viagem de Chihiro (Sen
to Chihiro no kanikakushi; 2001), de Hayo Miyazaki,
recupera a dignidade e a inteligência do gênero,
fazendo com que se esqueça toda a futilidade
e os lugares-comuns adotados por algo como Procurando
Nemo. Miyazaki abdica dos fricotes tecnológicos
da atualidade para, por meio de imagens de raro senso
cinematográfico, atingir uma beleza plástica
que nunca deixará de encantar o espectador
mais afinado com sensibilidades elaboradas.
A
viagem de Chihiro trafega entre a realidade
e o sonho com espantosa naturalidade. A partir
do momento em que os pais da garotinha Chihiro
pegam um atalho e desviam-se do caminho, este é um
atalho para a imaginação e toda a
fantasia (sombria e surrealista, é verdade) é possível,
pois tudo se passa na mente da pequena protagonista.
O filme segue a estrutura livre de um sonho, como
poderia vir a ser a de qualquer filme, sonhar no
escuro dos cinemas de olhos abertos; as excentricidades
das imagens amontoam-se, obedecendo a um ritmo
narrativo íntimo e subjetivo. Os pais da
menina, de tanto comerem, viram porcos. Os mais
estranhos seres aparecem em cena. Há um
trem que anda por mar e terra, solitário,
cruzando os cenários da narrativa. Chihiro
sente-se solitária e opressiva diante dos
monstros que estão à sua volta: apartada
dos pais, ela é esmagada por seus excessos
de imaginação, algo capturado com
brilho pelo filme; vemo-la de serviçal dos
opressores de sua mente, seres excêntricos
de toda ordem. Até que a fantasia se desmancha
e volta a “livre” realidade. Chihiro
olha para trás, para a estrada de que ela
e seus pais saem: sonhou? imaginou? que diabo foi
isso? Nem tudo tem explicação racional
nas imagens criadas pelo filme: como num sonho,
há coisas meio secretas, que mais parecem
captações de sentimentos do que mensagens
lineares. Sim: A viagem de Chihiro adota
certos conceitos experimentais de filmar; mas mesmo
em seus instantes mais obscuros é bonito
de ver.
Em
suma, creio que A viagem de Chihiro mereceria
que Tuio Becker revisasse nosso habitual preconceito
contra os desenhos animados. Está próximo
duma obra-prima, se é que o futuro não
o chamará assim. O que pode estorvar sua plena
fruição é uma certa aridez oriental
a que o observador brasileiro não está habituado;
vencidas estas asperezas, o deslumbramento se impõe. (Eron
Fagundes) |
Extras
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Sinopse: 3 páginas de texto.
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Notas Sobre o Diretor: 5 páginas de texto,
com informações básicas e filmografia.
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Notas Sobre a Produção: 6 páginas,
com um texto interessante.
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Making of: este sim um ótimo extra, abrangendo
vários aspectos do filme, desde a criação,
passando pelas vozes originais e desenhos de produção,
música e outros importantes aspectos da elaboração
e execução do desenho. Muito interessante
verificar como é feito um anime, fora dos
padrões americanos. Tem 47 minutos e 22 segundos.
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Prêmios: lista de 5 páginas de texto
relatando as premiações.
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Trailer, devidamente legendado, com 2min16seg. (Edinho
Pasquale) |
Críticas
ao DVD
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Um
desenho extremamente sensível, numa fábula
por vezes até incompreensível para
a cultura ocidental. Quando vi o filme no cinema,
pude presenciar a dificuldade de algumas crianças
em compreender o desenho. Mas agrada, em geral, à todas
as crianças e adultos. Tecnicamente impecável,
com imagem podendo ser escolhida entre o original
de cinema, em widescreen, ou, para os menos acostumados
com o formato, em tela cheia (Standard, preenchendo
toda a tela de uma TV comum, mesmo que perdendo uma
parcela considerável da imagem) e áudio
original em japonês ou devidamente dublado,
ambos com as opções de 2 canais para
quem um home-theater ou em 5.1 canais para quem pode
aproveitar este recurso.
Os
menus, animados com cenas do filme e bem interessantes,
estão bem adequados. O que incomoda um pouco é a
falta de alguns extras lançados na versão
americana, dupla.
Um
desenho que merece ser visto, ganhou inclusive o
Oscar® de melhor animação. Tem
uma edição decente em português,
em que pese a já dita falta de alguns extras.
Mas vale á pena. (Edinho Pasquale)
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Menus
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Resenha
publicada em 17/12//2003 |
Por
Eron Fagundes e Edinho Pasquale
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