A VILA (The Village)

 

Com Joaquin Phoenix, Bryce Dallas Howard, Adrien Brody, William Hurt, Sigourney Weaver, Brendan Gleeson, Cherry Jones, Jayne Atkinson

 

Diretor

Duração

Produção

M. Night Shyamalan

108 minutos

2004, EUA

Gênero(s)

Distribuidora

Data de Lançamento

Suspense

Buena Vista

09/05/2005

SOM & IMAGEM
FILME
EXTRAS & MENUS
GERAL
Áudio
Legendas
Vídeo
Região

Inglês (DD 5.1), Português (DD 5.1), Espanhol (DD 5.1)
Inglês, Português, Espanhol

Sinopse

"Do escritor e diretor indicado ao Oscar® e atual mestre do suspense M. NIGHT SHYAMALAN (Melhor Diretor, Melhor Roteiro Original - "O Sexto Sentido" - 1999), "A VILA" é um filme emocionante, estrelado por um elenco extraordinário. Uma isolada e pequena comunidade vive aterrorizada por um opressivo e demoníaco Ser, que vive na floresta. Um determinado homem (JOAQUIN PHOENIX) decide enfrentar o desconhecido e mudar para sempre o futuro dessa vila."

Comentários

Alguém ainda acredita em Shyamalan? Ele que parecia um gênio depois do sucesso de O Sexto Sentido (1999), foi perdendo a reputação com as sucessivas besteiras de Corpo Fechado (2000) e principalmente Sinais (2002). Finalmente quebrou a cara. Este A Vila foi massacrado pela crítica americana e depois de uma estréia brilhante (mais de US$ 50 milhões no fim de semana inicial) caiu 70% na segunda semana. Sinal de que o público ficou insatisfeito e não gostou nada do final surpresa, uma resolução que nega tudo que foi mostrado antes. Mas de que não podemos falar mais para não estragar o prazer de quem quiser se arriscar. Basta lembrar que já apareceu uma escritora acusando-o de plágio (ele teria se inspirado no livro Running Out of Time, que tem o mesmo final). Shyamalan é bom mesmo em fazer trailers intrigantes e misteriosos. Quando chega a hora de decifrá-los, já não é tão esperto. Porque, no fundo, A Vila é um blefe, não chega nem a ser fita de terror. O que deixa todo mundo irritado. Mas não achei tão ruim. É uma alegoria, um apólogo e não tem muito a ver com outras fitas do gênero. Parece um pouco aqueles contos de fadas antigos, com sabor de Rússia ou Polônia.

É sobre uma aldeia (meio Amish) que vive atormentada pela presença de um Povo de que não se diz o nome, Criaturas que os atacam de vez em quando, mas têm que ser mantidos fora de suas fronteiras por tochas e respeito mútuo. Tem até sentinelas, já que em determinado momento elas aparecem e são figuras altas com roupa vermelha (uma cor que é proibida na aldeia), unhas longas e afiadas. A trama central é sobre uma garota cega (a promissora Bryce Dallas Howard, que é ruiva e sardenta como o pai, o diretor Ron Howard) que está para casar com Joaquin Phoenix, mas este é apunhalado por Adrien Brody (que está desperdiçado no papel do Bobo da Aldeia), apaixonado por ela. Bryce tem que ir então até a cidade mais próxima em busca de ajuda (e remédios). E mais não digo.

A moral da história é de que se mantém o povo calado através do medo. Basta concluir que o filme é bem dirigido (nada de câmera na mão, planos discretos e distantes, entrecortados com alguns detalhes). Mas sempre bem eficiente como, por exemplo, quando Phoenix é apunhalado, o que vemos através de seu rosto. E temos a surpresa depois. Enfim, não chega a ter grandes sustos e vai decepcionar os que esperavam outra invasão de Ets. Mas é uma fita sóbria e discreta, até interessante.

Vamos mencionar também no elenco: William Hurt (como o pai de Bryce, melhor do que de costume) e Sigourney Weaver (como a mãe de Joaquin). Mal aproveitados. O diretor indiano desta vez faz uma pontinha bem pequena, como um chefe policial, que é visto apenas no reflexo de um vidro (no fundo isso é o auge do ego, porque se mostra, mas obriga as pessoas a prestarem atenção). Lembram-se de quando Adrien Brody ganhou o Oscar® e comentei que infelizmente não ia adiantar nada, porque ele não teria papéis à sua disposição, que iria cair em tipos esquisitos e virar coadjuvante de luxo. Pois já aconteceu: aqui neste filme ele faz o papel do village idiot, do bobo da aldeia, um deficiente mental que entra na história sem maior aprofundamento, puro clichê, que podia ter sido feito por qualquer um.

Na verdade, o problema aqui é que posso falar muito pouco do filme sem estragar sua proposta. (Por Rubens Ewald Filho, publicado em 04 de setembro de 2004 na coluna Clássicos)

 

Em A vila (The village; 2004) o realizador indo-americano Manoj Night Shyamalan atreve-se a contrariar as regras do cinema comercial em que se insere seu esquema de produção para chegar a um nível plástico e místico bastante pessoal. Em sua filmografia já conhecida por aqui (o idolatrado O sexto sentido, 1999; e os igualmente triviais Corpo fechado, 2000, e Sinais, 2002), o cineasta já exercitava uma lentidão indiana e preocupações com discussões religiosas mais sérias; mas os compromissos com a indústria o empurravam para concessões capazes de agradar ao público, como a visão de mundo superficial e a contemplação banal de episódios curiosos.

Não direi que ele se tenha libertado inteiramente dos pecados comerciais em A vila. Mas ousou artisticamente muito mais: daí o fracasso nas bilheterias já anunciado. A incisiva plasticidade e um vagar narrativo cheio de símbolos e detalhes são o que de mais notável o espectador pode desfrutar no novo trabalho de Shyamalan; finalmente, ele merece a referência que alguns faziam ao cinema refinado do inglês Alfred Hitchcock, pois há em A vila uma metafísica de filmar meio hitchcokiana na maneira como o cineasta se aproxima do tema do medo e da culpa sem motivos, tal como ocorria em Os pássaros (1963), de Hitch: uma pequena comunidade fechada é assombrada por criaturas trevosas; uma garota cega, um “bobo da aldeia” e um jovem destemido que é um pouco uma espécie de consciência narrativa são os entes centrais dum universo às vezes surrealista que mereceria outra aproximação, com o cineasta espanhol Luis Buñuel; uma cruzada de amor e morte entre os entes centrais aludidos vai iluminar um pouco os mistérios de almas que o filme quer expor.

É bem verdade que no tratamento dos mistérios o diretor escorrega com relativa facilidade para saídas ingênuas; mas talvez ele queira com isto aproximar suas intenções da inocência primitiva do ser que é um dos assuntos circundantes de sua câmara nesta realização.

De qualquer maneira, com este belo A vila, Shyamalan logra vencer o preconceito que se vinha formando, o de que ele, apesar de sua elaboração visual indiana, não passava de um artesão de Hollywood. A vila revela o autor por trás desta máscara. (por Eron Fagundes, publicado em 13 de setembro de 2004 na coluna Cinemania)

Extras

- A Vila em Detalhes: um completo making of, dividido em 6 partes, abordando todos os aspectos, desde a concepção até os dados mais técnicos do filme (como direção de arte, trilha sonora, efeitos especiais etc.), com depoimentos, cenas de bastidores e algumas curiosidades. No total (há a opção de assisti-lo de uma só vez), tem 25 minutos.

- Cenas Cortadas: num total de 4 cenas, comentadas pelo diretor em 11 minutos no total.

- Diário de Bryce: um extra diferente, original,com um depoimento da atriz Bryce Dallas Howard contando, com imagens de fundo, seu dia-a-dia nas filmagens, com trechos como se fosse de um diário. 5 minutos que valem a curiosidade do inusitado.

- Filme Caseiro de M. Night:uUm curta-metragem de 3 minutos realizado por Shyamalan quando era criança, com uma introdução. Interessante, mas bem distante de um Spielberg...

- Galeria de Fotos: 38 fotos de bastidores.

Críticas ao DVD

Um filme que agrada a alguns e desagrada em muito a outros. Talvez o sucesso de “O Sexto Sentido” nos faça assistira este com um pouco mais de boa vontade. O DVD, o mesmo para venda e locação, salvo algumas modificações na embalagem, tem todos os requisitos desejáveis de um ótimo produto, como uma excelente qualidade de imagem (as imagens mais escuras não apresentam granulação) e som, com seus bem distribuídos 5.1 canais nos três idiomas. Menus animados, extras de bom tamanho, ou seja, bastante coerente com o tipo de filme, até com uma inovação. Talvez falte um trailer. No geral, para quem gosta deste tipo de filme e aprecia a obra de Shyamalan, vale sua locação e aquisição para os mais interessados em ter uma DVDteca. Mas um conselho: nada como esperar uma boa promoção de R$ 19,90...

Menus
Resenha publicada em 21/06/2005
Por REF e Eron Fagundes (filme) e Edinho Pasquale (DVD)

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