Com
Burt Lancaster, Silvana Mangano, Helmut Berger
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121
minutos
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SOM & IMAGEM |
FILME |
EXTRAS & MENUS |
GERAL |
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Áudio
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Legendas
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Vídeo
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Região
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Inglês (DD 2.0)
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Português
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Sinopse
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Roma, anos 70. Um professor aposentado vive solitariamente,
cercado por quadros e livros, numa luxuosa mansão.
Sua rotina é quebrada quando aluga o andar
superior para uma marquesa, que traz com ela o amante,
a filha e seu namorado. Com suas atitudes vulgares,
incômodas e inusitadas, os inquilinos transformam
a monótona vida do professor num caos.
Em Violência e Paixão, Visconti reflete,
de maneira brilhante, sobre a solidão, o conflito
de gerações e a idéia de família.
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Comentários
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Uma obra-prima da fase final da filmografia do italiano
Luchino Visconti, Violência e paixão (Gruppo di famiglia in un interno; 1974) foi rodado
pelo cineasta já em adiantado estado da doença
que pouco depois o mataria. Retratando-se na figura
do professor magnificamente vivido por Burt Lancaster,
Visconti reelabora intelectualmente seu cinema à luz
dos movimentos de contestação política
de 1968 em Paris e no mundo todo, sem todavia fazer
uma referência mais aprofundada aos episódios
daquele ano.
A
personalidade do professor que vive sozinho num apartamento
entre livros, quadros, discos, idéias
e simbólicas recordações da
juventude, aparece com inegável clareza e
profundidade no filme de Visconti. A família
que invade o universo do protagonista durante uma
oferta dum antiquário sobre uma pintura à venda
acaba por ativar a força do professor como
ser humano, provocando-o nos conflitos da vida, dos
quais ele se esforçava por manter-se afastado
permanecendo eternamente entre seus bem-comportados
livros e quadros.
Filmado
em estúdio, Violência e paixão
não esconde a afeição de Visconti
pela linguagem cênica teatral; passando-se
basicamente entre dois apartamentos, o da personagem
central e o da família que entra na intimidade
dele, o filme, apesar das alusões históricas
características da obra de Visconti, tem uma
narrativa intimista em que quem parece determinar
o estilo de filmar é o espírito contemplativo
da criatura de Lancaster.
Na
verdade, a realização de Visconti
busca reflexionar sobre a inutilidade do intelectual
no mundo de hoje. O intelectual deixou de ser o sábio
do passado, capaz de influenciar o comportamento
das gerações (o último modelo
parece ter sido o francês Jean-Paul Sartre,
que outro intelectual, o mexicano Octavio Paz, ironizou
aludindo a algo como “o tagarela e a conversa
fiada”). Segundo Visconti, o universo flaubertiano
do professor tem de vir abaixo para que se queime
a capa que impede o conhecimento da realidade.
A
grande habilidade do realizador para fazer fluir
palavras e cenários diante de sua câmara
permite ao observador desfrutar, em Violência
e paixão, um filme-ponte entre literatura,
cinema e teatro em que as reflexões sobre
a morte são menos duras que no italiano Michelangelo
Antonioni e não tão indigeríveis
quanto no sueco Ingmar Bergman. Para isto, Visconti
conta com sua paixão por certos artifícios
do espetáculo da ópera, que ele incrusta
em sua linguagem sem perder a noção
do espetáculo cinematográfico. (Eron
Fagundes)
P.S.:
As orações acima foram extraídas
dum texto que escrevi em 23.01.81, quando eu era
um jovem cinéfilo de vinte e cinco anos. Por
falar em filmes de Visconti, seria de bom alvitre
o lançamento em DVD de Ludwig, a paixão
de um rei, um Visconti que infelizmente nunca tive
o prazer de ver.
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Extras
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- Entrevista com Gilda Melo e Souza: concedida para
o programa de TV “Belas Artes”, da TVE
em 1992, a professora de Filosofia da USP nos traz
um ótimo depoimento sobre o filme, agradará principalmente
quem aprecia a obra de Visconti, com 16 minutos.
-
Trailer de Cinema.
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Lembranças de Bastidores: trecho do documentário “Luchino
Visconti”, de Carlo Lizziani, com pouco mais
de 3 minutos, extraindo exatamente o pedaço
sobre este filme, com cenas de bastidores. O documentário é ótimo,
está presente na sua íntegra no DVD “Rocco
e Seus Irmãos”, também da Versátil.
Pena que aqui só há um aperitivo.
- “Conversation Piece”, Um Gênero
de Pintura: há um ótimo ensaio sobre
o tema (8 páginas), com uma extensa galeria
de quadros pertencentes ao gênero (32 pinturas).
-
Uma Palavra de Visconti: trechos de entrevistas do
diretor, com 12 páginas. Ótima compilação.
-
Mário Praz o “professor” da
Vida real: ótimo ensaio de Alessandro Bencivenni
sobre personagem real interpretado por Lancaster
e a comparação com o filme.
-
As Duas Versões: texto explicativo sobre
o idioma falado no filme. Interessante.
-
Fortuna Crítica: trechos de alguns textos
publicados na imprensa Européia, com 8 páginas.
-
Biografias: dos atores Helmut Berger, Burt Lancaster
e Silvana Mangano. Bons textos, com algumas curiosidades
e as filmografias selecionadas de cada um.
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Vida e Obra de Visconti: outra biografia, desta vez
do diretor, com um bom texto e sua filmografia
completa.
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Críticas
ao DVD
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Um belo filme do cineasta, uma de suas obras-primas,
numa boa edição em DVD. A imagem está boa
(um pouco esverdeada, confesso que não me
lembro se o original era assim), respeitando o formato
original do filme e quem tem TV em wide. O áudio,
em inglês, está com ótima qualidade,
ainda que em 2 canais (mono). Os extras são
um pouco acima da média para os filmes italianos,
quem aprecia a obra de Visconti deverá gostar
dos textos, não muito apreciados pelo público
em geral. Neste caso são importantes e interessantes,
um bom complemento. No geral, um clássico.
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Menus
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Resenha
publicada em
10/10/2004
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Por
Eron Fagundes (filme) e Edinho
Pasquale (DVD)
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Seu comentário
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