Com
Silvia Pinal, Fernando Rey, Francisco Rabal, Jose
Calvo, Margarita Lozano
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91 minutos
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SOM & IMAGEM |
FILME |
EXTRAS & MENUS |
GERAL |
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Áudio
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Legendas
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Vídeo
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Região
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Espanhol (DD 2.0)
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Português
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Sinopse
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Vencedor
da Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes,
Viridiana é um dos filmes mais polêmicos
dos anos 60. Este DVD para colecionador apresenta
este cult-movie contundente em versão restaurada
e remasterizada no formato widescreen. À s
vésperas de ser ordenada freira, Viridiana
passa uns dias na mansão do seu pervertido
tio, que, obcecado com sua beleza, tenta seduzi-la
de todas as maneiras. Com a morte repentina dele,
ela desiste da vida religiosa, indo morar na mansão.
Movida pelo espírito de caridade cristã,
abriga e alimenta todos os mendigos da região.
Porém, os necessitados não se comportam
do jeito que ela esperava... Uma das obras-primas
do mestre Luis Buñuel (A Bela da Tarde), Viridiana
traz uma das cenas mais famosas da história
do cinema: a Santa Ceia dos mendigos, uma paródia
genial da pintura de Leonardo Da Vinci. Obrigatório
na coleção de qualquer cinéfilo. |
Comentários
Sobre o Filme
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Viridiana (1961) é uma
espécie de síntese da obra cinematográfica
do espanhol Luis Buñuel. E representa igualmente
uma virada em sua vida e em seu cinema. Significa
a sua volta à Espanha, depois do longo exílio
mexicano. E, após filmes de franca crítica
social como Os esquecidos (1950)
e Nazarin (1959), Buñuel
passa a introduzir elementos de sutileza psicológica
que ele depuraria extraordinariamente em obras-primas
como Tristana, uma paixão mórbida (1970)
e Esse obscuro objeto de desejo (1977).
Mas há uma grande unidade de pensamento e
rigor estético em todos estes trabalhos citados;
o estilo de Buñuel tem algumas constantes
que o tornam inconfundível, e é de
suas variações possíveis que
o cineasta extrai a sedução com que
ele invade a intimidade mais secreta do espectador.
A
história da uma jovem madre que, objeto de
desejo de seu tio (um velho e lascivo burguês
como tantos do universo de Buñuel), abandona
o convento e se mete a utilizar os dogmas da Igreja
no seio de primitivos mendigos, tem uma perversidade
exemplar. Não espanta que o filme tenha sido
interditado na Espanha franquista; se em Nazarin o
padre fere os mandamentos clericais ao fazer certas
opções de vida, mas não erradica
de si o espírito piedoso do catolicismo, em Viridiana a
ex-freirinha, sem embargo de promover no cenário
da burguesia (o casarão de seu tio, que se
suicidou porque ela não aceitou seu louco
amor) uma ceia de mendigos, é suficientemente
cruel em seu interior para que Buñuel estabeleça
uma devastação da religiosidade humana.
Em Viridiana há cenas
bastante estranhas que, isoladamente, deveriam ser
pesadelares. Mas Buñuel filma tudo com desenvoltura
que dá aparência natural a seqüências
desorientadoras, como a dos mendigos no cenário
burguês. Um filme meio louco, meio ingênuo,
que não assume o papel de farsa a que é tentado.
Nos signos católicos de que se vale Buñuel
não existe a atmosfera farsesca a caricatural
de um Federico Fellini; a cruz e a coroa de espinhos
guardadas na caixa da virgem, assim como suas orações
com os mendigos, não tem a grandiloqüência
barroca da cena que abre A doce vida (1960),
o épico contemporâneo de Fellini (a
estátua de Cristo sobrevoa Roma, dependurada
de um helicóptero), nem o clima místico
de certas sessões espíritas deste mesmo
filme.
A
atmosfera erótica de Viridiana é um
dos pontos máximos da inventividade de Buñuel.
Estávamos então longe da liberação
sexual do cinema dos anos 80 em diante. Buñuel
sempre se confessou um pudico. E incapaz de matar
uma aranha. Mas sua capacidade de sugerir o lado
perverso do comportamento sexual humano supera qualquer
fantasia sexual contemporânea. O detalhe de
um joelho de Sylvia Pinal, uma troca de olhares em
primeiro plano, uma sugestão do diálogo,
tudo é conduzido para que a criação
de uma sexualidade sufocada, reprimida transpareça
por baixo da imagem. Esta sexualidade asfixiada,
que se abre reveladora no momento em que a câmara
avança sobre o rosto da virgem narcotizada
por seu tio que quer possuí-la, vai mesmo
explodir na cena final, em que a criada e a virgem
parecem disputar num jogo de cartas a posse do filho
burguês do suicida.
Talvez
Buñuel não seja mesmo um homem decididamente
cruel. O que deve ser mesmo cruel é o mundo
segundo a ótica de Buñuel, que procura
utilizar uma linguagem de símbolos para entender
este mundo. Mundo de significados complicados, mas
transformado em imagens aparentemente realistas,
naturais, onde Buñuel dissimula os truques
usados para contar sua história. (Eron
Fagundes)
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Extras
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Galeria de Pôsteres: alguns pôsteres
(4 em média) e/ou “lobby cards” de
13 filmes de Buñel.
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Vida e Obra de Buñuel: bom texto
sobre o diretor, com sua biografia completa, em
17 páginas de textos.
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Biografias: dos atores Silvia Pinal (8
páginas de textos, com filmografia selecionada),
Fernando Rey (13 páginas de textos, com
filmografia selecionada) e Francisco Rabal (15
páginas de textos, com filmografia selecionada).
-
Viridiana em Cannes: 4 páginas
de texto sobre a Palma de Ouro do filme.
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Críticas
ao DVD
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Um
dos principais filmes deste importante cineasta,
um dos mais importantes do cinema mundial. Tecnicamente
um DVD correto, nada espetacular. Sua imagem está boa
para os padrões dos filme não hollywoodianos
desta época, mantendo o formato original de
cinema em widescreem. O áudio também
está razoável, não há a
dublagem em Português para os mais exigentes.
Os
menus são estáticos, simples, mas sem
erros e limpos. Os extras resumem-se a textos e uma ótima
galeria de pôsteres. Confesso que extra “Viridiana
em Cannes” eu havia imaginado ser algum pequeno
filme ou documentário de época, mas é apenas
um rápido texto.
Mais
um DVD importante da distribuidora, que tem nos brindado
com edições difíceis de se encontrar
(até no mercado internacional) de clássicos
do cinema não americano. Se não é tecnicamente
brilhante (mas não decepciona), é obrigatório
para quem quer conhecer a história do cinema.
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Menus
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Resenha
publicada em 09/03/2004 |
Por
Eron Fagundes e Edinho Pasquale
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