VÍTIMAS DA TORMENTA (Sciuscià)

 

Com Emma Gramatica, Brunella Bovo, Francesco Golisano, Paolo Stoppa

 

Diretor

Duração

Produção

Vittorio De Sica

95 minutos

1946, Itália

Gênero(s)

Distribuidora

Data de Lançamento

Clássico

Versátil

07/08/2003

Cotação:

Sinopse

Pela primeira vez no Brasil, Milagre em Milão é uma fábula inesquecível premiada com a Palma de Ouro de Melhor Filme no Festival de Cinema de Cannes. Uma mulher adota um bebê abandonado em sua horta. Depois de sua morte, o garoto é enviado para o orfanato. Ao completar 18 anos, Totó (Francesco Golisano) vai para Milão, onde passa a morar num terreno ocupado por miseráveis, mudando a vida de todos com sua bondade. Após descobrirem petróleo, os moradores são ameaçados pelo proprietário, que manda a polícia desocupar o local. Quando tudo parece perdido, Totó recebe uma ajuda dos céus, começando a fazer muitos milagres. Milagre em Milão marca o apogeu da parceria do roteirista Cesare Zavattini e o cineasta Vittorio de Sica, que juntos fizeram Ladrões de Bicicleta, Umberto D, Vítimas da Tormenta, entre outros clássicos do neo-realismo italiano.

Comentários Sobre o Filme

Vítimas da tormenta é seguramente um dos mais belos filmes do italiano Vittorio de Sica, cujo estilo neo-realista de filmar teria, segundo o dicionarista cinematográfico George Sadoul, passado de moda por volta de 1950, por não evoluir. A influência de De Sica no cinema é inquestionável, todavia.

Mais ligado afetivamente às suas personagens e menos a uma visão abrangentemente histórica como aquela de Roberto Rosselini em suas crônicas de guerra, De Sica põe em cena a figura dos meninos engraxates que vivem seus momentos difíceis (especialmente de fome) num reformatório napolitano. Opressivo, cruel, amargo, emocionante, realista: adjetivos que logo saltam ao cérebro de quem se abalança a pensar sobre este grande filme.

As pequenas demências sociais criadas em torno dos garotos criam o paralelo entre a situação miserável destes pequenos indivíduos e a responsabilidade familiar com todo o contexto. A cena de julgamento a que são submetidos os meninos é característica e reveladora: ao serem julgados por seus delitos contra civilidade de normas que rege o reformatório, quem os julga? Amigos, familiares. A trama de ternura e desespero de Vítimas da tormenta seria depois refilmada em alguns instantes em Pixote, a lei do mais fraco (1981), de Hector Babenco; por exemplo, a seqüência do incêndio provocado e o assassinato dum garoto por outra, cena desesperadora e quase apocalíptica.

A despeito de suas intenções sociais, De Sica abre seu filme com um letreiro em que afirma que a ambientação e as personagens são imaginárias. Creio que ele está falando do imaginário neo-realista, de que foi um dos mestres edificadores.

Áudio
Legendas
Vídeo
Região

Italiano (DD 2.0)
Português

(Aspecto original do cinema: 1.37:1)
Extras

- Apresentação do Diretor: 5 páginas de textos com um depoimento interessante de De Sica

- Vida e Obra de Vittorio de Sica: 9 páginas com uma biografia do Diretor e sua filmografia completa.

- Breve História do Neo-Realismo: 37 páginas contendo uma excelente fonte de informação sobre este período do cinema italiano, com um ótimo texto e imagens de época. Conclui com uma filmografia básica sobre o movimento. (por Edinho Pasquale)

Críticas ao DVD

A imagem não foi "remasterizada", ou seja, não foi refeita através de tecologias de recuperação de filmes mais antigos. Mas a matriz é de boa qualidade, com uma imagem bastante satisfatória. Idem com relação ao áudio.

Os menus são estáticos e condizentes com o tema, com cores em preto e branco, assim como o filme.

Infelizmente não há muitos extras, apenas em textos, bons. Mas os mesmos encontrados em outros filmes da distribuidora dirigidos por De Sica. Mas valem a pena serem lidos.

Msia um exemplo onde a importância da obra cinematográfica sobrepõe alguma falha da qualidade técnica, ou seja, um fime importante em um DVD correto. (Edinho Pasquale)

Este DVD foi gentilmente cedido pela Versátil.

Menus
Resenha publicada em 06/10/2003
Por Eron Fagundes e Edinho Pasquale

 



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