Sua
alma inquieta só é comparável
a de Duke Ellington, para pegar um exemplo no mesmo
universo do jazz. Aos 62 anos de idade, Chick Corea
ainda tem fôlego suficiente para testar instrumentos
eletrônicos, participar de duetos – sempre
com músicos incontestáveis, como atesta
sua trajetória – e compor. Talvez sejam
exatamente a obstinação e a versatilidade
que expliquem o porquê de Chick Corea ser considerado
um artista comercial, porém longe da superficialidade.
Porque superficial nunca será alguém
que, mais do que ter tido parceiros como Miles Davis
e Gary Burton, pôde criar o selo próprio
e promover a carreira de jovens músicos, muitos,
então, fadados ao ostracismo.
Nascido
Armando Anthony Corea na cidade de Chelsea, Massachusets,
em 12 de junho de 1941, Chick começou
a estudar piano logo aos quatro anos de idade. De cara,
as influências iniciais foram as dos discos de
Charlie Parker, Dizzy Gillespie, Lester Young, Horace
Silver e Bud Powell. As primeiras incursões
profissionais se deram nas bandas de Mongo Santamaria,
Willie Bobo e Blue Mitchell, nos anos 60. Pouco depois,
tocou bebop e standards acompanhando Sarah Vaughan
por um ano, até ser cooptado pela banda do mítico
Miles Davis, para tocar piano elétrico. Ficou
com o autor de Kind of Blue de 1968 a 1970 – exatamente
o fértil período de transição
para o jazz-rock, tendo participado dos álbuns
Filles de Kilimanjaro, In a Silent Way e Bitches Brew.
Depois
da inigualável experiência de ter
trabalhado com Miles Davis, Chick Corea criou o próprio
grupo, Circle, quando tocou com o baixista Dave Holland,
o baterista Barry Altschul e o saxofonista Anthony
Braxton. Após três anos, Chick mudou radicalmente
o estilo na criação do Return to Forever,
que se tornou, rapidamente, uma das bandas mais influentes
do gênero. O surgimento do Return to Forever
representou um marco importante na história
do jazz, por incorporar o fusion. A primeira formação
teve, além de Chick, Flora Purim nos vocais,
seu marido Airt na bateria, Joe Farrell no sopro e
Stanley Clark no baixo. Após dois discos com
esta configuração, Chick incorporaria
o baterista Lenny White e o guitarrista Bill Connors.
Com
algumas variações, o RTF chegaria
ao fim em 1975, quando, a partir de então, Chick
se embrenhou em projetos dos mais ecléticos,
envolvendo solos de piano, acústicos e música
clássica, com artistas como Herbie Hancock e
Gary Burton. Nos meados da década de 80, Chick
Corea formou a Elektric Band, outro grupo de estilo
fusion. Pouco depois, criou a Akoustic Band, e chegou
a reagrupar o RTF, para uma turnê, no início
dos anos 80.
Em
1992, Chick Corea conseguiu, junto com o empresário
Ron Moss, tornar realidade a criação
do próprio selo, a Stretch Records. Por meio
dele, foram lançados projetos de Bob Berg, John
Patitucci, Eddie Gómez e Robben Ford. O primeiro
trabalho de Chick na Stretch foi um tributo ao pianista
Bud Powell. Pouco depois, Chick gravou com a St. Paul
Chamber Orchestra, tendo Bobby McFerrin como condutor,
num trabalho intitulado The Mozart Sessions, pela Sony
Classical.
Em 1996, Ron Moss produziu Music Forever & Beyond,
box com cinco discos contendo o melhor de Chick desde
1964. No mesmo ano, a Strecht tornou-se subsidiária
da Concord Records. No ano seguinte, Chick voltou a
gravar com Gary Burton, depois de um intervalo de 20
anos. O resultado foi o álbum Native Sense – The
New Duets, lançado pela Stretch Records, que
representou o nono prêmio Grammy na carreira
de Chick.
Com
o desejo de retomar suas performances acústicas
no piano, Chick Corea decidiu formar nova banda, em
1998. Surgia a Origin, cuja estréia aconteceu
no Blue Note Club, em Nova York. O êxito da empreitada
possibilitou o posterior lançamento de Origin – Live
at the Blue Note, box com seis discos, contendo três
das quatro primeiras apresentações da
banda.
Paralelamente, Chick sempre teve a determinação
pessoal de escrever, ele próprio, um concerto
de piano. Num período de dez anos, ele se apresentou
com diversas orquestras em Nova York, Japão
e Itália, mas nunca teve a oportunidade de realizar
o sonho. Em 1998, foi convidado para atuar em Viena
com a Orquestra Filarmônica de Londres para um
evento especial. A apresentação, muito
elogiada, fez com que Chick, os membros do Origin e
a Orquestra Filarmônica de Londres fossem à capital
inglesa para, enfim, realizarem a gravação
de Piano Concerto No.1.
O
DVD Chick Corea – A Very Special Concert traz
uma apresentação feita em 1982, durante
uma temporada na Califórnia, quando o lendário
pianista integrava a banda Return to Forever. O DVD
traz quatro dos maiores sucessos do grupo: L’s
Bop, Why Wait, 500 Miles e Guernica. Um lançamento
imperdível para os amantes do jazz.
Neste
show, o palco e a iluminação são
bem simples.
A
banda é ótima, entendem muito de seus
intrumentos, fazendo um grande show.
É
um ótimo show para os amantes do jazz. São
só 4 músicas, mas são bem longas.
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