Milton
Nascimento é filho de Maria do Carmo Nascimento,
mas foi adotado logo nos primeiros meses de vida
pelo casal Josino Brito Campos e Lília Silva
Campos. Nascido em 26 de outubro de 1942, no Rio
de Janeiro, Milton fez o caminho inverso ao de João
Bosco, ao adotar Minas Gerais como a terra de coração.
A família trocou a Cidade Maravilhosa pela
pacata Três Pontas quando Milton tinha apenas
dois anos de idade.
A
incursão de Milton na música começou
aos quatro anos, quando ganhou de presente uma pequena
sanfona de dois baixos. Mas a voz privilegiada para
o canto ele só passaria a usar aos 13 anos,
quando se tornou crooner, junto com o amigo e vizinho
Wagner Tiso, num conjunto de baile local. Dois anos
depois, organizou a própria banda, o Luar de
Prata, também junto com Tiso. Ainda em Três
Pontas, trabalhou em rádio, como DJ, locutor
e diretor.
Em
meados dos anos 60, montou outro grupo, os W’Boys,
composto por Wagner (Tiso), Waltinho, Wilson e Wanderley.
Para não destoar dos companheiros, passou a
ser, provisoriamente, Wilton. Nesta época, um
empresário que estava fundando uma gravadora
em Belo Horizonte convidou os W’Boys para gravarem
o compacto Dex Discos, que incluía a canção
Barulho de Trem, composta por Milton.
Na
capital mineira, Milton se estabeleceu, em princípio
para prestar vestibular em economia. Ali conheceu também
alguns de seus parceiros para toda a vida, casos de
Fernando Brant e Lô Borges. Integrou um conjunto
chamado Evolussamba e, em seguida, o Quarteto Sambacana,
este liderado por Paulo Mascarenhas, outro parceiro
que se tornaria importante.
Milton
voltou para a cidade natal, o Rio de Janeiro, em
1965, e foi ali que sua carreira começou
a decolar, especialmente com as participações
nos festivais de música. Em 1966, a soberana
Elis Regina gravou a música Canção
do sal, letra composta por Milton. No ano seguinte,
a canção Travessia, co-escrita com Fernando
Brant, ficou em segundo lugar na segunda edição
do Festival Internacional da Canção,
da TV Globo – Milton, ainda, levou o prêmio
de melhor intérprete.
Milton
Nascimento iniciou sua carreira internacional em
1968, estimulado por Eumir Deodato, que o levou
aos EUA, de onde saíram com o disco Courage,
que incluiu a gravação em inglês
de Travessia (Bridges). De volta ao país, emplacou
duas trilhas sonoras, para os filmes Os Deuses e os
Mortos, de Ruy Guerra, e Tostão, a Fera de Ouro,
de Ricardo Gomes Leite e Paulo Laender.
Ano
importante na carreira de Milton é o de
1970, que foi quando o músico realizou o show
Milton Nascimento e o Som Imaginário, no Teatro
Opinião, no Rio de Janeiro, que daria vazão,
pouco depois, ao álbum Milton, trazendo aqueles
que se tornariam seus mais célebres hits, como
Para Lennon e McCartney. Estabeleceu, com os dois volumes
de Clube da Esquina, a referência de toda uma
geração de músicos mineiros, integrada
pelos Borges (Lô e Márcio), mais Wagner
Tiso, Beto Guedes, Toninho Horta e Nivaldo Ornellas,
entre outros.
Em
1976, o mineiro por opção voltou aos
EUA para lançar o álbum Milton, com várias
interpretações em inglês de seus
maiores sucessos. No Brasil, um disco muito festejado
foi Sentinela – o primeiro pela gravadora Polygram –,
lançado em 1980, que trazia a faixa Canção
da América. No álbum subseqüente,
Caçador de Mim, novo êxito, com canções
que se tornariam imortais em seu repertório,
especialmente Nos Bailes da Vida. Em 1983, fez um show
em São Paulo, com a participação
de Gal Costa, que deu origem ao LP Milton Nascimento
Ao Vivo. Em 1990, doou parte dos valores de vendagem
do disco Txai para entidades indígenas – por
essas e outras iniciativas, seria premiado anos depois
pela Rain Forest, entidade internacional voltada à proteção
do meio ambiente.
Em
1996, apresentou em Nova York o show Amigos, acompanhado
por um coro de meninos e pela Orquestra Filarmônica
de Nova York – repetiria a dose em Londres, no
Royal Albert Hall, com a Royal Phillharmonic Concert
Orchestra. Dois anos depois, ganhou o mais glamouroso
prêmio da música pop, o Grammy, na categoria
World Music, pelo disco Nascimento, superando nomes
festejados da música contemporânea, como
a cabo-verdiana Cesaria Évora. Milton voltaria
a concorrer pelo prêmio em 2002, pelo disco Gil & Milton,
realizado em parceria com o atual Ministro da Cultura.
Em
1999, Milton Nascimento realizou o show Crooner,
revivendo o início de carreira dos idos anos
60, dos tempos de Automóvel Clube de Três
Pontas. O espetáculo daria vida ao CD homônimo,
que incluiu músicas tradicionais de baile, como
Only You (Buck Ram e Ande Rande), e as que projetaram
tanto ele quanto Wagner Tiso no início de carreira,
casos de Lágrima Flor (Billy Blanco) e Lamento
no Morro (Tom Jobim e Vinícius de Moraes). Por
fim, revitalizando sua obra, Milton Nascimento lançou
neste ano Pietá, num trabalho marcado pelos
arranjos de Eumir Deodato e pela bela participação
de Maria Rita, a talentosa filha de Elis Regina.
“Um
momento raro na carreira de um dos maiores cantores
e compositores da música popular brasileira.
Nesse show gravado em 1980, para seleta platéia
nos estúdios da TV Suíça, Milton
Nascimento e seu parceiro Wagner Tiso realizam um inesquecível
show acústico com os grandes sucessos de seu
repertório. Milton Nascimento toda a sua musicalidade
e talento, apresentando canções como
Maria, Maria, Travessia, Circo Marimbondo, San Vicente,
incluindo a bela Canção do Sal, primeiro
sucesso de sua carreira. Guarde para sempre esta rara
apresentação do mineiro de Três
Pontas, que saiu do interior para brilhar nos palcos
do mundo.”
O
show foi feito em um estúdio de TV. O lugar
não é grande e a iluminação é bem
simples.
Foram
utilizadas cerca de 3 câmeras, com tomadas
bem longas.
É
um show bem acústico, com Milton tocando violão,
acompanhado por Wagner Tiso no piano/teclado.
Milton
tem ótima voz e os dois tocam muito bem.
Alguns
sucessos do cantor estão no DVD, entre
eles Travessia, Para Lennon e McCartney e Maria
Maria.
Mas boa parte das músicas não é muito
conhecida pelo público em geral. De qualquer
maneira são boas músicas.
É
um DVD para os fãs do cantor que procuram material
diferente e não ligam de ser algo antigo, com
músicas menos conhecidas. Esse é o mesmo
título que foi lançado anteriormente
nas bancas de revista, mas a qualidade desse lançamento
deve ser superior.
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