Nenhum
de Nós foi lançada pela mídia
dentro de ‘um pacote’ com outras duas,
Inimigos do Rei e Uns e
Outros no início da
década de 90, apesar de já estar com
uma música estourada nas rádios em
todo o país, “Camila, Camila”.
Inicialmente, lembrada por misturar elementos regionais
ou propriamente ‘folk’, a banda se mantém
na ativa – ao contrário da grande maioria
representante da cena dos anos 80 – com os
mesmos fundadores, mas com uma sonoridade bem mais
próxima ao ‘pop’. As composições
seguem a temática juvenil, sem a preocupação
da revelação social ou sustentar a
polêmica. Letras fáceis, muitas vezes
sem a métrica necessária da rima, com
refrões repetidos e fortes. Precisa mais?
O
primeiro acústico, além de pioneiro
no formato no país (1994), foi cercado por grandes
expectativas pela banda, principalmente, pelo seu futuro
dentro da incerteza da música brasileira à época.
Com o alívio da ótima recepção
pela crítica e pelo público, a banda
incorporou mais ainda a face ‘folk’ e acústica
nos seus discos seguintes, “Mundo Diablo” (96)
e “Paz e Amor” (98). Deles, vários
hits transitaram nas rádios gaúchas,
como “Vou deixar que você se vá”, “Da
Janela” e “Você vai lembrar de mim”,
que não são por acaso, canções
excessivamente românticas: “Minha boca
encosta, Em tua boca que treme, Meus olhos eu fecho,
Mas os teus estão abertos”.
Durante
este período, o NDN permaneceu com temporadas
acústicas no próprio Theatro São
Pedro, sempre com casa superlotada, até chegarmos à inevitável
continuação deste formato em disco e
agora em DVD. Primeiro, montaram um repertório
completamente diferente do primeiro acústico,
centrado nos sucessos dos mais recentes discos (exceto
por “Das coisas que eu Entendo” de “Extraño” de
90) e numa inédita, “Um Girassol da cor
de seu Cabelo”, de Lô/Márcio Borges.
Depois trouxeram instrumentos exóticos e ‘folk’,
como sitar indiano em “Deixar o sol entrar” e “Junho
de 83”, bandolim, banjo, acordeon e harmônica
(apesar de discreta em “Notícia Boa”).
Tem piano e voz em “Eu Menti”. Como em
qualquer acústico, seus arranjos acabam fazendo
uma releitura das canções: “Fuga” ficou
irreconhecível (talvez para não repeti-la
simplesmente, pois é a única trazida
do primeiro). “Astronauta de Mármore” também
ficou diferente do acústico anterior, mas não
saiu no CD.
O
cenário do show é simples, mas precisamente
intimista. Os músicos estão à vontade,
porque o palco demais é conhecido por eles e
o público presente nas três apresentações
da gravação é fiel como poucos
em termos de bandas nacionais. Seus sucessos estão
na ponta da língua dos fãs, inicialmente,
encabulados, mas que acabam tomando conta gradativamente
da apresentação. Fora a repetição
exagerada de ‘firulas visuais’, a edição
de imagens é bacana, com diversas câmeras
que captam a intensidade do espetáculo.
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