Luciano
Pavarotti é, ao lado de Plácido Domingo e
José Carreras, o mais festejado tenor da segunda
metade do século XX. Mesmo aproximando-se dos 70
anos de idade, Pavarotti dá mostras de ser um incansável
pela busca de uma técnica cada vez mais refinada.
Não é à toa que, em entrevistas, costuma
dizer que quando vai interpretar uma nova récita,
estuda cuidadosamente todos os tenores que cantaram aquela
peça específica, para só depois lhe
imprimir o próprio estilo. Mais do que isso, ainda
faz viagens esporádicas pelo mundo, depois de um
tour de apresentações em estádios e
em grandes ambientes, a partir do final dos anos 90, quando
lutou para tentar tornar a música erudita menos erudita,
no sentido de popularizar o público potencial deste
gênero tido como sofisticado.
Em
suma, são mais de 40 anos agradando audições
de Modena a São Paulo, embora alguns críticos
resistam às apresentações mais recentes,
de altos e baixos, conseqüência de um estômago
maltratado por excesso de remédios tomados para sanar
um problema na perna.
De família humilde, filho único de um padeiro,
Pavarotti nasceu na cidade italiana de Modena, em 12 de
outubro de 1935. Quando criança, a primeira paixão
foi o futebol, para o qual sempre demonstrou talento e aptidão.
Chegou, inclusive, a fazer parte do time local, sempre assumindo
uma postura de liderança e carisma. O amor pela música
veio em seguida, estimulado pelos discos de Enrico Caruso,
Giovanni Martinelli e Beniamino Gigli, sempre presentes
no ambiente do lar, graças à paixão
do pai por canto lírico.
O debute na ópera aconteceu em abril de 1961, no
Teatro de Reggio Emilia, quando Pavarotti interpretou Rodolfo
de La Bohème. Na ocasião, foi visitado nos
camarins por ninguém menos que Titto Schipa, talvez
o maior nome da música erudita na época. Imediatamente,
iniciou uma longa viagem pela Europa, proporcionando aos
públicos de Amsterdã, Viena, Zurique, Barcelona,
Londres e outras cidades os primeiros rascunhos do talento
pelo qual seria reconhecido mundo afora, poucos anos depois.
A estréia em terreno americano aconteceu em fevereiro
de 1965, numa produção em Miami de Lucia di
Lammermoor, com a soprano Joan Sutherland, com quem estabeleceria,
a partir de então, uma parceria histórica.
As elogiadas apresentações de Pavarotti em
San Francisco e em Nova York logo o promoveram como a maior
promessa entre os tenores de sua geração.
E a transformação da promessa em realidade
teve data: 17 de fevereiro de 1972. A produção
de La Fille du Regiment, no badalado Metropolitan, em Nova
York, colocou Pavarotti definitivamente entre os maiorais
da música erudita.
A persona midiática de Pavarotti, sempre presente
em documentários, talk shows e programas diversos
da TV mundial, ajudaram na popularização de
seu nome e na própria divulgação da
música lírica, arte esta invariavelmente associada
a um público restrito. Em março de 1977, o
tenor voltou a interpretar Rodolfo de La Bohème,
numa apresentação transmitida ao vivo.
O
evento representou uma das maiores audiências da história
da TV envolvendo um concerto de ópera.
Foi a partir dos anos 80 que Pavarotti começou a
ser questionado por algumas vozes da crítica, esta
influenciada, talvez, pelas declarações de
uma soprano italiana, Renata Scotto, de que o compatriota
era pouco entendido em música e, especialmente, em
canto lírico. Em 1990, juntou-se a Plácido
Domingo e José Carreras para o concerto Os Três
Tenores, organizado pelo empresário Tibor Rudas.
Era uma espécie de celebração pela
recuperação de Carreras que, três anos
antes, havia sofrido um transplante de medula, por causa
de uma leucemia. O show viria, inclusive, ao Brasil, em
julho de 2000, num megaevento realizado no estádio
do Morumbi, em São Paulo, que custou cerca de R$
3,5 milhões, na primeira apresentação
do trio na América Latina.
Em 1993, Pavarotti deu início à série
de concertos beneficentes anuais, intitulada Pavarotti &
Friends, em Modena, sua cidade natal, sempre transmitidos
para a TV italiana e alguns países. O último,
realizado em junho deste ano, reuniu Bono Vox (vocalista
do U2), Ricky Martin, Queen, Eric Clapton, Andrea Boccelli
e Liza Minelli, tendo arrecadado 2 milhões de euros.
O dinheiro será utilizado pela ONU (Organização
das Nações Unidas) para reintegrar cerca de
20 mil iraquianos que vivem exilados no Irã.
“Sem sombra de dúvida, Luciano Pavarotti é
um dos mais consagrados tenores dos últimos tempos,
cuja fama é comparada ao dos astros de Hollywood.
Nesta apresentação especial em DVD, vamos
conhecer alguns fatos importantes e marcantes sobre a carreira
e sobre a vida: sua infância na Itália, seus
primeiros sucessos como tenor, o amor pelo futebol, tudo
reunido para mostrar o homem e o artista de uma forma jamais
vista em vídeo. Nesta apresentação
digital, você poderá apreciar alguns dos melhores
momentos do grande tenor, com participações
ao vivo cantando clássicos populares ccomo Ave Maria,
La Donna e Mobille, O Sole Mio e Nessun Dorma. Não
perca a oportunidade de conhecer mais e melhor Luciano Pavarotti.
E isso é apenas o começo”.
O DVD é composto de uma longa entrevista com o cantor
e no meio vão sendo mostradas execuções
completas de músicas de Pavarotti, todas ao vivo.
Sucessos como La Donna é Móbile, O Sole Mio
e Nessum Dorma são algumas dessas canções.
Todo o DVD está com as falas dubladas em inglês,
o que pode ser bom para quem fala inglês, mas com
certeza se estivesse com as vozes originais seria melhor.
No DVD Luciano fala sobre o que é ser tenor, sua
primeira apresentação, seus personagens de
ópera favoritos. Também aparecem depoimentos
de seu professor de canto e de seu pai.
Ele conta diversos detalhes de sua vida e personalidade.
Fala sobre a amizade, sobre Deus, seus músicos favoritos,
sobre o prazer que tem em comer, etc...
É um bom DVD para os fãs do cantor e os que
tem curiosidade em saber mais sobre ele.
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