22 de junho de 2005
Nessa
imensa indústria cinematográfica que
existe pelo planeta, existem inúmeras produções
sem nenhuma pretensão autoral, feitas apenas
para entreter e ganhar dinheiro. Nem por isso menos
válidas. Mesmo quando vão na cola de
um grande sucesso. Como O GUARDIÃO
(The Libarian: Quest for the Spear), um filhote da
saga Indiana Jones. Mas o rótulo não
é pejorativo. Apenas uma referência.
Esse TV-movie que já tem uma continuação
planejada para 2006 tem certa originalidade no humor
e na ação.
O personagem central é também alguém
ligado a arqueologia. No caso, o estudante Flynn Carsen
querendo se impor nessa área. Mas é
preciso ganhar a vida e ele vai atrás de um
emprego em uma estranha biblioteca. Vence uma centena
de candidatos. Começa então uma jornada
mágica repleta de perigos, já que se
vê incumbido de assegurar a sobrevivência
da Terra, ameaçada por gente do mal. Para isso,
ele tem que encontrar uma lança sagrada antes
dos criminosos que se movimentam com a mesma intenção.
Nessa busca, o herói se vê em diferentes
locais do planeta. Até mesmo perto das montanhas
nevadas de Porto Velho, na região amazônica.
É isso mesmo que o leitor leu. Não existem
nenhum respeito ou coerência geográfica
nesta aventura maluca que mescla o Santo Graal com
a espada de Excalibur, a caixa de Pandora, a bomba
atômica... Uma salada. Previsível no
seu rumo, mas gostosa de se ver.
Se esse lançamento da Flashstar diverte é
porque o diretor Peter Whinter, em seu primeiro longa,
foi hábil não só em se ajeitar
com os poucos recursos cênicos a disposição,
mas também na forma como explorou o jeito quase
sempre perplexo de Noah Wyle no papel principal. O
ator, que se tornou conhecido na série Plantão
Médico, não se preocupou em oferecer
aquele heroísmo tradicional. Em vez disso,
empenhou-se em realçar ao máximo o lado
aparvalhado de Flynn Carnsen. Dessa maneira, colaborou
para fazer de O GUARDIÃO uma boa sessão
pipoca.
Por
Alfredo Sternheim