Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban – O Filme

Por Elenise Peruzzo dos Santos*

A estréia mundial de Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban na sexta-feira última (4/junho/2004), o terceiro tão esperado filme baseado no livro de J.K. Rowling, foi para a juventude o que O Senhor dos Anéis representou para os adultos quando do lançamento do filme. A fantasia criada por hobbits, elfos, bruxos e Cavaleiros Negros, ecoa em Harry Potter com a mesma força em novas figuras, como lobisomens, bichos-papões, hipogrifos e Dementadores, estas últimas criaturas talvez mais assustadoras do que o próprio Lord Voldemort. Talvez seja pela semelhança dos personagens que J.K. Rowling também esteja conquistando um público mais maduro.

Atendendo às expectativas, o Prisioneiro de Azkaban é, sim, o mais ágil e melhor dos três filmes. Diga-se a propósito, o terceiro livro foi para mim o mais intrigante, desde o aparecimento do Sinistro até a perseguição dos Dementadores (fantasmas maltrapilhos com mãos podres, guardiões da prisão dos bruxos – Azkaban – e que, ao darem um beijo na sua vítima, arrancam-lhe a alma, as boas lembranças e a vida). Mais uma vez, a coragem característica dos alunos da Grifinória reuniu Harry, Hermione e Rony na busca das respostas espalhadas pelo sombrio castelo de Hogwarts.

Esta terceira história apresenta um bruxo pré-adolescente, que descobre que Sirius Black, que vem a ser seu padrinho, fugiu da prisão e pretende matá-lo. Desta vez, o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Remo Lupin, oferece-lhe ajuda face à ameaça latente, ao contrário dos anteriores, que eram o próprio perigo. O filme retrata perfeitamente o livro e tem muitas cenas externas: do casebre de Hagrid, da floresta, do Salgueiro lutador, da pequena vila de Hosgmeade coberta de neve (na realidade, quilos e mais quilos de sal serviram para a fotografia da vigorosa atmosfera invernal).

O diretor privou o público das cansativas cenas do jogo de quadribol e explorou outros pontos da obra literária, como a materialização do “Mapa do Maroto” e do feitiço expecto patronum, o mais aprimorado de todos. Até a excêntrica Professora de Adivinhação, Sibila Trelawney, vivida por uma Emma Thompson irreconhecível, mereceu o contentamento da platéia, que, tal e qual acontecera com as cenas do Nôitibus Andante, não poupou suas gargalhadas.

Indubitavelmente, o característico infantil que fez parte de “A Pedra Filosofal” e “Câmara Secreta” deu espaço a um clima sombrio digno de filmes de terror. Embora não tenha sobrado espaço para os primeiros suspiros de Harry em relação a Cho, já restou subentendido o interesse pouco pueril de Hermione por Rony. Em termos de efeitos especiais, merecem destaque o Livro dos Monstros usado nas aulas de Hagrid (que, para ser aberto sem riscos, deve ser antes acariciado!) e o hipogrifo Bicuço, criatura mágica metade cavalo, metade grifo, de grande importância na trama.

Mesmo havendo uma pequena releitura de certos capítulos – exemplo disso é o momento em que Potter vem a ganhar uma vassoura Firebolt – surpreende a lealdade do longa-metragem, merecendo o diretor Alfonso Cuarón todos os louros. Fica na curiosidade o que será a filmagem de Harry Potter e o Cálice de Fogo, obra extensa e sob responsabilidade de Mike Newell. É sabido que uma de suas preocupações será a personificação do terrível Voldemort, pois não há uma boa história sem um herói justo e um implacável vilão.

Para finalizar, esta terceira aventura superou a bilheteria de estréia dos anteriores, arrecadando 92,6 milhões de dólares só nos EUA!

* Advogada, colaboradora ostensiva da DVD Magazine e fã do bruxinho Harry Potter.


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