Como
eu sou um cinéfilo crônico, incorrigível e incurável; lanço a seguinte pergunta
no site: quem gosta de assistir a um bom filme mais de uma vez, em mídias diferentes
(cinema, VHS e DVD) já pensou alguma vez que estava maluco, achado que tinha
visto uma cena na telona e quando, viu novamente na telinha a mesma não existia?
Pois, é, finalmente confirmei categoricamente que a mutilação de filmes não
se resume apenas nos "extras" mas na película em si (clara que agora não se
pode falar em película para todos os filmes pelo fato do Star Wars: Episódio
II ter sido rodado em formato inteiramente digital).
Cito alguns exemplos: "Notting
Hill", "O Casamento do meu Melhor Amigo", "Thomas Crown: A Arte do Crime", e
o exemplo mais gritante que conheço, "De Volta para o Presente". Para um espectador
atento, a cena de uma das candidatas a substituir o amor de Hugh Grant por Julia
Roberts de Notting Hill que aparece nos Extras estava lá na telona. No Casamento
do Meu Melhor Amigo, toda vez que assistia ao começo do filme em VHS na música
dos créditos iniciais, achava que quando a noiva mordia o lenço, ocorria um
barulho parecido com um assobio. Quando chegou em DVD, ele estava lá, não era
alucinação de cinema não!!!
Em Thomas Crown..., o VHS
corta a cena em que Pierce Brosnam (o nome dele é por aí) aposta que repetiria
a tacada de golfe de acertar o buraco em apenas uma tacada, o que acabara de
fazer. Não sei se no DVD ela aparece, mas se alguém souber, dê um toque, pois
no VHS cortaram a cena no meio sem piedade.
No DVD do De Volta para o
Presente é mais chocante. A Warner simplesmente estripou todo o filme, ao formatá-lo
da telona para o VHS. Uns 5, pasmem, CINCO minutos de filmes simplesmente sumiram
na versão desta mídia. Olha que foram partes que davam um charme ainda maior
ao filme. Como eu o comprei nesta semana, foi só agora que finalmente constatei
que não estava louco não, as distribuidoras açogueiras estão a toda.
Enfim, venho à DVDmagazine
colocar a minha insatisfação quanto a conduta de mutilar filmes ou tirar trilhas
e efeitos sonoros na hora de passar de um formato de mídia para outro. Essa
absurda realidade está aí e cabe à nós, consumidores, estabelecer se queremos
produtos de qualidade e exigi-los, ou ficar a mercê das Distribuidoras (Essa
pequena amostra foi de quatro distribuidoras diferentes: Warner, Fox, Columbia
- até tus -, e Universal). Ressalta-se também as péssimas traduções, feitas
"nas coxas", vistas tão freqüentemente no nosso querido disquinho.
Um abraço a todos.
BRAYAN RANGEL
Brasília/DF.