Jamie Foxx comenta seu personagem Nathaniel Ayers no filme O Solista.
Como Nathaniel lida com o que está ocorrendo com ele?
Foxx: Pelo que vi enquanto estávamos filmando, pareceu como se sua luz estivesse acessa. Ele era um cara que estava esperando alguma coisa boa acontecer por anos e aí ele conhece Steve Lopez e eles iniciam esta incrível jornada e agora este belo filme. Tenho certeza que ele está feliz sobre isso e acredito que isso o ajuda com sua situação.
Você disse que precisou de terapia por causa deste papel. Por quê?
Foxx: Quando eu tinha 18 anos na faculdade, alguém passou uma droga para mim dentro de uma bebida e me fez parar no hospital. Eu achava que estava enlouquecendo. Meu colega de quarto no momento conversaria comigo toda noite e diria que tudo estava bem. Então, quando eu fiz este filme, fez um paralelo com o que havia acontecido comigo. Eu tive um flashback para aquele momento e eu queria que um psiquiatra me explicasse porque eu estava tendo aqueles sentimentos. Ele então explicou que era transtorno de estresse pós-traumático, quando você deixa sua mente voltar para determinado espaço.
É verdade que você chorou quando leu o roteiro pela primeira vez?
Foxx: Eu só chorei lendo ele no avião. Eu estava a caminho de Londres para implorar Joe Wright [ o diretor] a me deixar participar do filme e não sei sou meloso ou se foi a altitude, mas trouxe lágrimas aos meus olhos.
Você ficou surpreso pela forma com que Joe retratou aquela parte de Los Angeles?
Foxx: Quando ele olhou para ela, ele olhou como se fosse de uma beleza. Eu olhei para aquilo de forma estranha. Eu costumava viver no centro, mas ele me fez entender o que de fato aquilo significava e quando eu conhecia as pessoas do centro, elas eram felizes e tinham um espírito diferente e era necessário para realizar um filme certo conhecer essas pessoas e andar com elas
Como foi filmar em Skid Row?
Foxx: Foi divertido estar lá embaixo. É o que é - nós todos vivemos nas nossas próprias diferentes circunstâncias e a maioria de nós estamos apenas há poucas circunstâncias de nos tornarmos desabrigados, mas eles não vêem as coisas como nós vemos. Eles sabem que é uma situação dura, mas ainda existem risadas lá. Ainda existe camaradagem e foi isso que me interessou.
Você já era familiarizado com Skid Row antes do filme?
Foxx: Quando eu estava iniciando minha carreira há uns 20 anos e não tinha dinheiro, era o lugar para ir onde se conseguia comida barata. Você acaba indo lá porque as coisas eram muito caras. Eu tinha um orçamento por dia de US$5,00 para comprar comida e eu conseguia lá em Skid Row.
Filmes sobre músicos são mais atraentes para você?
Foxx: Para esse filme o personagem era tão interessante e diferente e a música apenas adicionava. Mas não acredito que se possa compará-lo com um filme como “Ray“. São ambos completamente diferentes.
Como você se sentiu interpretando uma pessoa real ainda viva?
Foxx: Para mim, foi pegar a história desta pessoa e jogar uma luz sob ele, pois ele representa muito. Ele representa esperança. Ele representa tragédia, música, amizade. É uma história envolvente. Minha única preocupação era se as pessoas que o conheciam acreditariam na forma como eu o interpretei.
Como você adquiriu os maneirismos dele?
Foxx: Eu fui para o centro e o assisti à distância. Ele nem se quer sabia que eu estava lá. Eu estava com um pequeno chapéu e ele não sabia quem eu era. Eu o assisti por umas duas horas e o filmei com uma câmera enquanto ele conversava com outras pessoas. Todos te dizem que quando você está fazendo um personagem, o personagem virá.
Você ainda possui um papel dos sonhos?
Foxx: Sim. Eu adoraria interpretar Mike Tyson.
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(LEIA A RESENHA DO DVD "O SOLISTA ")