DVD MAGAZINE: O que foi a primeira coisa que lhe veio à cabeça quando te pediram para retornar à franquia?
PAUL WALKER: A primeira pergunta que eu me fiz foi: “Quantas vezes podemos revisitar a mesma franquia sem que a prolongássemos demais?”
- O que o ajudou a perceber que era uma boa idéia?
O que me ajudou mais foi saber que os fãs queriam mais. Muito teve haver com o entusiasmo verdadeiro do estúdio pelo projeto, que foi claro assim que eu ouvi o quanto estavam planejando gastar com o filme. Eles não estavam falando em amenizar, mas em acrescentar, e isso é dizer muito, porque é bem literalmente, colocar o dinheiro onde sua boca está. Eu sabia que se eles acreditavam no projeto tanto assim valeria a pena. E valeu!
- Como é trabalhar com o Vin?
Vin gosta de botar seus dedos no máximo de botões possíveis, é orientado por detalhes e muito específico pelo o quer. Não é só sobre o filme com ele, mas sobre a franquia inteira, porque ele sempre vê o quadro como um todo. Ele é como um pequeno mini estúdio!
- O quanto você é diferente dele?
Eu sou mais relaxado e mais sobre o que está acontecendo organicamente. Eu estou normalmente só tentando deixar as pessoas felizes. Somos bem diferentes e acho que é por isso que trabalhamos tão bem juntos.
- E como é trabalhar com Michelle Rodriguez e Jordana Brewster?
Michelle pode ser um pouco incompreendida, porque por trás de sua forte armada existe uma pessoa realmente doce. Ela é linda e uma doçura. E Jordana é um anjo, e genuinamente de coração puro.
- Como ficou o clima no set quando os quatro atores do elenco original se reuniram? Vocês passaram muito tempo juntos?
O clima foi ótimo, mas não pudemos ficar tanto tempo juntos assim. Vin e eu estamos na mesma cena apenas alguma vezes, já que estamos correndo um contra o outro na maior parte do filme. Na maioria das vezes nós vínhamos trabalhar em dias diferentes.
-Foi uma filmagem difícil?
Foi meio intimidante porque mesmo que o filme tenha tido um orçamento consideravelmente grande, o dinheiro estava sendo gasto rápido; então, voltar para regravações não era uma opção. Nós tínhamos uma cronograma para terminar o filme.
-Esta responsabilidade caiu na maior parte nos ombros de Justin Lin, sendo o diretor?
Sim, mas sabíamos perfeitamente bem o que ele queria. Eu acreditei nele assim que eu percebi que por baixo de Justin “o diretor“, existe uma pessoa muito boa. Ele fala o que pensa e isso é tudo que se pode pedir de uma pessoa. O sucesso não o mudou.
- O seu personagem, Brian O‘Conner, mudou?
Não muito, porque ele era um idealista originalmente - e queria ser um policial e prender criminosos - até que ele percebeu que alguns criminosos tinham corações muito bons. Isso aconteceu quando ele conheceu Dominic Toretto no primeiro filme, e isso não mudou.
- Existe um pouco de Dominic em Brian?
Com certeza! Existe uma bela linha que separa um policial de um criminoso.
- Então o que você acha que molda um bom policial?
Eu acho que os melhores policiais são precisamente aqueles que conseguem pensar como criminosos, o que é como eles podem pega-los. Para ser um detetive muito bom, é preciso ter uma mente criminosa. É por isso que Brian e Dominic são como irmãos, porque eles possuem a mesma mente. E eles dividem a mesma paixão por carros.
- Que é uma paixão da qual você, Paul Walker, divide na vida real… Certamente! O carro azul que eu dirijo no filme foi minha escolha.
- Que tipo de carro é?
É o R34 Nissan Skyline, e nunca foi vendido nos Estados Unidos. É um de meus carros preferidos de todos os tempos, muito bem balanceado e divertido de se dirigir. Na verdade eu sou dono de dois: um branco e um vermelho. Meu personagem, Brian, o dirigiu na primeira sequência, + Velozes + Furiosos, o que mostra sua afinidade por aquele carro. Ele é um cara de GTR!
- O que faz dessa franquia e deste filme especiais e diferentes de outros filmes com carros?
É uma panela tão derretida [do termo “melting pot”, analogia americana sobre como sociedades heterogêneas se tornam homogêneas], onde múltiplas culturas e perspectivas são representadas, e tem coração. Eu tive a experiência ao viajar em volta ao mundo, todos conhecem esta franquia. Eu nunca vou esquecer da vez - por volta de dois anos atrás - quando eu estava em El Salvador e conheci esta família de medidas humildes, mas ainda assim tinham um pôster de “Velozes e Furiosos” em casa.
- E como isso o deixou sentindo?
Foi incrível; eu estava muito empolgado!
- Qual é o principal tema de “Velozes e Furiosos 4“ para você? Para mim o tema principal é: a família vem primeiro - seja biológica ou escolhida.
- Você gostaria de voltar para esta família?
Eu gostaria, mas eu prefiro tomar um passo de cada vez e ver como este filme se sai. Para mim voltar tem que sentir bem; como foi em “Velozes e Furiosos 4“.
(LEIA A RESENHA DO DVD VELOZES E FURIOSOS 4)