Matrix Reloaded

Fui hoje à cabine de imprensa do tão esperado Matrix Reloaded aqui em São Paulo (estamos no dia 15 de maio de 2003). Confesso que somente passadas várias horas é que consegui "digerir" o filme. O filme tem seus méritos, no geral será um grande sucesso mas... Não sei se devido a todo aparato de segurança, onde pela primeira vez fui revistado em uma sessão de cinema até para ir ao banheiro para ver se eu não portava câmeras ou algo do gênero, confesso que já não gostei do evento logo de cara. Pode até ser que um dia eu mude de opinião, revendo muitas e muitas vezes o filme e o futuro DVD. Mas não posso deixar de ser sincero e dizer que esperava MUITO, mas MUITO mais do filme. Ele tem realmente cenas maravilhosas, de uma pirotecnia assustadora, onde os efeitos especiais realmente surpreendem. Mas, na minha opinião, ficou devendo no roteiro. Sim, eu sou do tempo onde uma história bem contada ainda valia mais do que mil efeitos especiais. Achei os diálogos supérfluos, algumas cenas sem sentido (mostrarei algumas mais adiante, com fotos, pasmem, distribuidas pela Warner... não sei o porquê do aparato todo de segurança...) e o final decepcionante. Claro que não cometer a insensatez de contá-lo ou mesmo de revelar aspectos importantes que estraguem a expectativa de se assistir ao filme, mas convenhamos que, embora saibamos que em novembro o filme terá uma continuação, é frustrante ter como crédito final a frase "to be continued", ou seja, continua no próximo filme. e quem não assistiu ao primeiro (e esse sim revolucionário em termos de estória) com certeza não compreenderá nada deste. Daí a minha queixa.

O filme começa estraçalhando em termos de efeitos visuais e ação, começa com a adrenalina lá no alto. Depois da cena inicial é que começa o enredo propriamente dito (se bem que por razões óbvias não posso contar que é uma das cenas principais do filme). Depois, o filme consegue surpreender com as famoas cenas de ação, já presentes no primeiro filme, mas com certeza mais elaboradas neste. Mas acho que até demais. Confesso que o excesso por vezes não me atrai, se torna banal. Vejam as cenas de luta (depois de várias cenas "parecidas" em termos de novidade tecnológica) e me digam se na última já não deu o que tinha que dar... Claro que o espírito do filme é esse, até por personagens que geram esta inquietação, do repetido, da rotina. Mas achei que exageraram na dose. E confesso que há uma cena que me remeteu aos filmes dos anos 50, onde o filme claramente mostra que a cena de fundo é uma projeção (montagem), estou me referindo à cena do caminhão.

Claro que tem cenas maravilhosas, como as de perseguição de carros e moto, estas sim espetaculares. Mas não dá pra engolir o personagem principal por vezes transformado em super-homem, com direito à vôo e tudo. Os atores estão robotizados, com um olhar frio, como as máquinas que eles querem tanto combater. Claro que há mais sensualidade do que no primeiro, mas até nisso há exageros para justificar o seu final. Vejam a cena da "dança coletiva" (repito que não revelarei detalhes do roteiro) e me digam se ela não está solta, perdida, apesar de plasticamente exuberante.

Aliás, isto resume o que pensei do filme. Visualmente até perfeito, mas com o conteúdo a desejar. E com muitas referências, repito, na minha opinião, que não se justificam, misturando Matrix (o original), com Super-Homem e até Guerra nas Estrelas ou Aliens. Não gostei da cena do arquiteto, muito piegas e previsível. Mas o que interessa? Será um sucesso e pronto. E com certeza verei a continuação. Talvez gostando mais deste. Quem sabe.

 

Edinho Pasquale

Ps. Qualquer repetição aqui escrita ainda é influência do filme.

Imagens do filme:


A CENA INICIAL


A DANÇA


O "SUPER-HOMEM" NEO


A CENA DO ARQUITETO


E AS DEMAIS (NÂO ESTÃO NA MESMA SEQUÊNCIA DO FILME, PARA NÃO REVELAR O ROTEIRO)

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