MARILYN MONROE - AGORA E SEMPRE

FOTO: DIVULGAÇÃOO Belas Artes (cinema recém reformado em São Paulo, um marco histórico da sétima arte) está exibindo - pelo menos até hoje - Quanto Mais Quente Melhor, eleito numa enquete a melhor comédia do cinema. Por coincidência no dia 2 passado (de junho de 2004) o filme abriu em Los Angeles uma sessão intitulada a 18ª Temporada dos Últimos Lugares Disponíveis, que vai até 7 de julho e exibirá ainda mais quatro clássicos, antecedidos por apresentações ao vivo. Mordedoras, de 1935, musical de Busby Berkeley. No palco, desfile musicado com vestidos da época. O mexicano La Otra (no Brasil chamou-se Irmãs Malditas, com Dolores Del Rio). Antes a platéia ainda assistirá à apresentação de uma cantora, Rebekah Del Rio, Aconteceu Naquela Noite, de Frank Capra. Uma orquestra tocará canções dos anos 30. Para culminar, O Expresso de Shangai, de Sternberg e Marlene Dietrich e no palco homenagem à atriz Anna May Wong (ela faz uma jovem chinesa educada na América de passado duvidoso), por um grupo de dança sino-americano. Coisa de Primeiro Mundo. Quando o anúncio foi publicado pelo jornal Variety, três semanas antes do início do evento, a lotação para o filme de Marilyn já estava esgotada!

O filme foi aqui reprisado em janeiro de 1967. Na época a distribuidora United colocou nos anúncios o nome de Marilyn em letras menores, abaixo de Tony Curtis e Jack Lemmon. Mesmo com esse inexplicável rebaixamento, seu fascínio continua resistindo ao passar dos anos. O filme também, com sua reconstituição de época, a hábil concatenação do roteiro, a direção. O travestismo, habitualmente problemático, não ficou grotesco.

E só a entrada em cena de Sugar (MM), na plataforma da estação, assustando-se com o jato de vapor do trem, já valeria pelo filme inteiro.

Por Carlos Motta