Depois de exibido no Festival de Cinema Argentino,
que começou
dia 6 de maio de 2005 no HSBC Belas Artes, em São Paulo, e
incluiu raridades e inéditos,
está em cartaz no HSBC, Coração
de Fogo (Corazón de Fuego),
de Diego Arsuaga, cineasta ainda não conhecido aqui.
Mais outro filme acima da média
vindo dos pampas, à altura dos excelentes O
Filho da Noiva (que ficou um ano em cartaz em São
Paulo), Cleópatra
e Histórias Mínimas.
Tudo gira em torno de três
vovôs (um deles, nosso conhecido Hector Altério
- do Filho da Noiva e outros), ferroviários que seqüestram
uma locomotiva, por eles considerada patrimônio nacional,
impedindo que ela deixe o Uruguai (onde o filme se passa) e
assim evitar que ela seja vendida aos americanos pelo novo
dono. Com eles vai um menino, como auxiliar de foguista. São perseguidos pela polícia e pelo proprietário,
mas encontram apoio da população.
O filme, com menos de 90 minutos (um milagre, tendo em vista
a produção atual), é humano, tem humor,
corre bem azeitado nos trilhos, graças ao elenco, direção,
e a um roteiro enxuto, sem delongas. Cada geração
com sua cultura.
Ao ver a locomotiva, Alterio exclama: Minha Sofia Loren! Quem?
pergunta o menino. E Alterio, atualizando rápido: Maddona.
Carlos M. Motta