Havia um carrinho de criança estacionado numa das salas
do Arteplex Unibanco, em São Paulo na primeira sessão
vespertina (legendada) de Garfield - O Filme da última
segunda-feira. Seria já resultado da nova portaria sobre
ingresso de menores nas salas de cinema que exibem filmes acima
da faixa etária? Ou menos provavelmente, imitação
das sessões para mães que não podem deixar
seus bebês, que existem em Nova York, sobre o que escrevemos
há algum tempo aqui? De qualquer forma nos pareceu que
Garfield não é exatamente um filme para crianças,
menores ou mais crescidas. Nem para adultos. Não é nem
isso, nem aquilo. Confessamos nossa ignorância a respeito
desse gatão, não lemos as tirinhas, mas esperávamos
pelo menos um espetáculo engraçado. Mas Garfield,
salvo um ou outro momento (ih!, agora já nem lembramos
quais!) é neutro e nada muito original. A Globo mesmo,
alguns dias antes havia exibido á tarde um filme infantil,
Rusty, O Grande Resgate, sobre a operação salvamento
de animais por outros.
Garfield deve ser muito pior na versão
dublada, o que é o mesmo que exibir um filme brasileiro
dublado em outra língua. O gato em questão foi
dublado por Antonio Calloni, excelente ator, mas o preferimos
(a menos que duble desenho brasileiro) em pessoa numa minissérie
brasileira ou telenovela, ou no teatro. A voz original, apropriadamente, é de
Bill Murray, um ator que não necessita nem ficar perdido
na tradução para parecer eternamente aborrecido.
Por sinal, um crítico do jornal Variety escreveu que
embora sua escolha parecesse em tese promissora Murray, mesmo
soltando piadinhas ou insultos, lhe pareceu desinteressado
e até mesmo entediado.
por Carlos Motta