9 CANÇÕES

06 de julho de 2005

Já ouviu falar neste filme britânico que tem cenas de sexo explicito? Pois nem queira.

A reputação do diretor Michael Winterbottom que estava em alta (ele fez fitas interessantes como Bem-vindo a Sarajevo, Com ou Sem Você, Riqueza Perdida) acaba desmoronando nesta fita sem rima ou razão, só explicada porque no fundo todo diretor é um voyeur e acaba querendo fazer uma fita pornográfica (mesmo que invente álibis para se justificar). Não há muita lógica para coisa alguma, com a desculpa de que estão fazendo poesia com a banalidade. Besteira.

Seria sobre um pesquisador de regiões geladas (um certo Kieran O´Brien, que é bem dotado sexualmente mas tem aparência de oriental, o que faz pensar que ele seja paquistanês. E esteve antes em A Festa Nunca Acabou do mesmo diretor, numa carreira bem longa de 24 trabalhos). Bom, ele está tendo um caso com uma jovem americana bem alta e magra, quase sem seio, a estreante Margo Stilley). Eles conversam, fazem sexo e vão assistir um show de bandas de rock (que mal se vê, as bandas aparecem de longe por alguns minutos; teve gente que nem percebeu que eram várias bandas e só notou que ao final era um pianista, na verdade o grande compositor dos filmes de Peter Greenaway, Michael Nyman). Então fica assim, uma cena de sexo, um diálogo banal, um pouco de show. Depois outro e assim por diante, até quando a moça diz que vai voltar para os EUA e pronto. O sexo é explicito porém nada excitante (naturalmente isso é particular e longe de mim querer ditar regras sobre assunto tão polêmico).

O filme, muito curto, parece interminável. Com a desculpa de arte, nem sacanagem conseguem fazer direito.

Por Rubens Ewald Filho