04
de março de
2005
Pela
primeira vez em sua existência a Fox enviou para os cinemas,
as cópias do filme sem o rolo final, na tentativa de preservar
o final surpresa. Não sei se era para tanto. O final (claro
que não vou revelar) não é assim tão
surpreendente, diante de muitos outros que tem conclusão
semelhante (basta dizer que alguns deles são muito famosos).
Nem por isso, a fita foi especialmente bem de bilheteria (chegando
perto dos 50 milhões) e foi vista como mais um passo na
decadência progressiva, mas firme de Robert De Niro como ícone.
Eu tenho uma teoria a respeito. Lembram-se de quando ele teve
um problema com câncer, que aparentemente foi curado? Pois é,
dali em diante ele tem feito tudo que é filme, bom mau,
regular, comédia, drama, até comercial da Amex...
Acho que de repente se deu conta de sua mortalidade e como tem
muito filho pensou. Vou deixar ao menos um pé de meia...
Por que não pode haver outra explicação
para suas más interpretações em filmes duvidosos.
Este aqui se parece muito com outro recente (vou ser legal e
não dizer qual) que tem a mesma reviravolta final. Implico
logo de cara, com a escalação de elenco. De Niro
parece mais o avô da menina e não seu pai (nenhum
dialogo explica o fato da menina ter 11 anos no máximo,
ainda brinca de boneca e os pais serem sessentões, no
caso de Amy Irving obviamente foi escolhida para parecer esposa
de De Niro). Era papel para ator de trinta e poucos. Há outras
bobagens no roteiro (uma delas é o policial não
ver sinais da janela quebrada e os restos da confusão
no chão, ainda mais ele sendo tão meticuloso).
Mas basicamente conta-se uma história mais de suspense
do que de terror, sobre uma menina (a excelente Dakota , que
está morena o que valoriza seus impressionantes olhos.
Ela já é veterana mas nunca esteve mal em fita
alguma). Ela perde a mãe que se suicidou na banheira (Amy)
e vai morar com o pai psicólogo numa casa nas montanhas
meio deserta (coisa de cinema, se alguém precisa melhorar,
que tal ficar na cidade grande e se distrair?). Ali ela arranja
um amigo invisível (na verdade, o titulo em inglês
acentua a temática que seria a brincadeira de esconde-esconde
que ela gostava de fazer com a mãe) chamado Charlie, que
aparentemente a faz aprontar atos vingativos contra o pai (como
afogar o gato na banheira!). De Niro obviamente faz o pai, com
aquela boca de dor de estomago que usa tanto para comédia
quando drama. O papel até que lhe dá chances, mas
está longe de aproveitá-las. Menos oportunidades
têm as mulheres, com Elisabeth Shue no tipo de papel ingrato
que você já sabe o destino desde a primeira cena
e a interessante Fanke Janssen que é a psicóloga
da menina. O diretor Polson foi ator e fez sucesso com aquele
fraquinho Swinfan. Bastante curto, um pouco lento, sem ponto
de vista ou personalidade, o filme não chega a ser ruim.
Vai funcionar melhor em home vídeo.
Por Rubens Ewald Filho
|