16
de abril de 2004
Filmes
de terror tem um público limitado, ainda mais quando são
inspirados em quadrinhos. Mas para aqueles que, como eu, gostaram
de Blade II, recomendo esta aventura altamente estilizada, muito
bem dirigida e até original, Os Anjos da Noite (Underworld)
que fez muito sucesso nos Estados Unidos, onde já está em
produção sua continuação e previsto
para 2005, um terceiro capítulo, sinal de que realmente
criou um público fiel. Novamente com o diretor Len Wiseman
(que de mero de diretor de arte em Independence Day e Stargate,
virou roteirista e realizador com este filme e ainda por cima
está se casando com a mocinha da fita, a inglesa Kate
Beckinsale, de Pearl Harbor, e que curiosamente é caçadora
de vampiros no próximo Van Helsing).
Falei
em quadrinhos, mas quem escreveu a história original
foi um certo stuntman e ator negro) Kevin Grevioux (que no filme
faz o papel de Raze). Embora não tenha encontrado referências
de que Underworld tenha sido antes realmente uma história
em quadrinhos, sua influência fica clara em toda a narrativa.
Na verdade é bem um filme feito por um diretor de arte,
todo cheio de imagens, de visual, de desenho gráfico,
de concepção e mais fraco em personagens.
Mas
eu fiquei totalmente impressionado com o mundo subterrâneo
que ele conseguiu construir e também pela maneira que
conduz a narrativa. Mexendo a câmera, enquadrando sempre
de uma maneira perturbadora (mais que sustos, o filme tem deixa
sempre atento).
A história,
já acho bem curiosa. É sobre
uma estirpe de vampiros em luta contra seus radicais inimigos
os lobisomens (o filme é todo noturno, feito em estúdio
mas, felizmente, a fotografia é clara, dá para
se ver tudo, ao contrário de alguns filmes atuais, como
os de Clint Eastwood).
É uma
premissa difícil de se levar a sério.
Mas o filme consegue dar um ar mítico a tudo isso.
A heroína é Selene
(Kate, que está muito
bem) que, por uma série de circunstâncias, se apaixona
por um descendente de lobisomens (o ator de TV Scott Speedman,
de Felicity), no maior estilo Romeu e Julieta. Mas ela é guardiã de
segredos e está em conflito com um tal de Kraven (Shane
Brolly),que obviamente é um traidor e deseja o lugar do
chefe, que está adormecido durante este século
(quem faz o papel é o inglês Bill Nighy, de Love
Actually/Simplesmente o Amor e Still Crazy/Ainda Muito
Loucos).
Tudo isso numa sucessão de lutas, conflitos, brigas, todas
muito bem encenadas (os heróis usam capas longas de couro,
o que faz alguns pensarem em Matrix).
Tenho
certeza que não é um filme para todos os
públicos.
Curiosamente,
a crítica do Variety comentou que no filme
há uma grande quantidade de portas de carro que se abrem
e se fecham. Não sei, porém, e pelo jeito nem ele,
o que isso significa.
Vai
ver é o estilo do diretor. Ou fetiche. De qualquer
forma me parece que está nascendo um cineasta promissor.
Olho nele.
Por Rubens Ewald Filho
|