18
de julho de 2004
O pessoal
de cinema está animado porque quase todos os filmes recentes
estão fazendo ou fizeram sucesso. Ou não desapontaram.
Mas há exceções, como a grande estréia
deste fim de semana, certamente o pior blockbuster da temporada,
um certo A Batalha de Riddick (The Chronicles of Riddick - um
título misterioso em português, já que Riddick é um
personagem, o herói. Geralmente a Batalha é um
lugar e não uma pessoa). Estrelado pelo ator menos interessante
e mais canastrão (para não mencionar sua desagradável
figura) desde Steven Seagal: Vin Diesel. O mais curioso é que
esta é uma continuação de uma fita pequena
e talentosa chamada Eclipse Mortal (Pitch Black - 2000), do mesmo
ator e diretor David Twohy (poucos viram, então uma edição
especial em DVD está sendo relançada). Mas tem
pouco ou nada a ver (tanto que existe um desenho animado chamado
The Chronicles of Riddick: The Dark Fury, 2004, de Peter Chung,
que pretende fazer a ligação entre os dois filmes,
explicando um pouco melhor as coisas que aconteceram nos 5 anos
entre os dois fatos.)
O absurdo é que esse desenho foi
lançado apenas depois da estréia do filme. Portanto
quem for ver o filme, não vai entender muita coisa. Dos
filmes recentes é dos que menos faz sentido, não
tem pé nem cabeça, pior que filme de David Lynch,
quando eles trocam os rolos. O conselho é esquecer o original
e tentar enfrentar o filme como está (mas só se
você não tiver outra alternativa). Sua única
qualidade é o visual, o desenho de produção,
a direção de arte (Holger Gross) que é espetacular.
Lembra um pouco o antigo Duna, mas é sempre intrigante,
estranho, espetacular, sempre no bom sentido (ou seja, o filme é bonito,
ainda que tolo). Na verdade, acho que a própria Universal
achou isso porque o poster do filme também não
quer dizer nada, não vende nada. No melhor estilo space
opera, o filme conta a história de uma raça, os
Necromongers, que estão dominando o mundo, dopando as
pessoas com uma droga que os deixa mansos. Riddick, que continuou
fugindo de mercenários que o perseguiam nesses cinco anos,
acaba sendo capturado também, mas resiste às pressões
para eventualmente derrubar o líder daquela seita, Lord
Marshal (naquelas lutas absurdas onde era muito mais fácil
matar o sujeito do que ficar brigando a socos).
Confesso
que tive dificuldade de ficar ligado no filme, que me pareceu
empolado,
por vezes ridículo (e disso não escapa nem a ilustre
Judi Dench, de uma raça de elementais, espíritos/fantasmas).
Ainda assim vou tentar um resumo: Riddick, depois de escapar
dos mercenários, vai para Hellion II, onde procura o velho
amigo (do filme anterior) Iman - Keith David - descobrindo que
este o traiu. Descobre também que o garoto do filme anterior,
Jack, é uma garota, Kyra (Alexa Davalos substituindo Diana
Griffith do original que foi considerada leve e frágil
demais para o papel. Mas como ninguém lembra mesmo, faz
pouca diferença), que teria sido abandonada por Riddick.
Agora ela faz parte do planeta penitenciária. Vendo a
brutalidade dos Necromongers, ele eventualmente irá enfrentá-los.
Riddick custou 105 milhões de dólares e rendeu
nos EUA apenas 54. De qualquer forma, é dinheiro jogado
fora.
Por Rubens Ewald Filho
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