Boleiros 2: Vencedores e Vencidos
 


18 de abril de 2006

AAdmirador incondicional do primeiro Boleiros, fiquei decepcionado com a continuação.

É visível a falta de recursos no set acanhado e feio do novo bar (a idéia é curiosa, reformando o velho bar, mas é mal executada e mal aproveitada. Também não parecem à vontade rodando em Digital, já que chega a haver problemas de foco). Infelizmente como quase toda continuação, esta também é mais fraca que o original. Ainda mais vindo quatro anos depois, noutra Copa.

Agora temos uma história central e apenas três “causos”, três histórias que estariam sendo escritas por um jornalista (o bom Cássio Gabus Mendes). A trama básica é sobre um jogador famoso que joga no exterior, mas que mesmo assim ainda tem tempo para visitar o antigo bar do qual virou sócio (quem o dirige é o famoso locutor esportivo Silvio Luiz, que até que se sai bem como ator, até porque tem uma ótima figura). Em torno dessa visita tem algumas tramas paralelas: o meio irmão do jogador que está na cadeia e usa uma advogada para extorquir dinheiro em troca de seu silêncio para a imprensa, a mãe de seu filho, que vem pedir aumento na pensão; as fãs vem tentar a sorte; um ex-promissor jogador (do primeiro filme) e que agora virou ladrão, vem lhe dar um presente roubado.

Há também a imprensa (alguns poucos jornalistas), e os velhos freqüentadores que reclamam das mudanças, mas continuam fiéis a relembrar histórias. A melhor delas, é sobre o ajudante do treinador Lima Duarte, que tem falta de sorte e toma as decisões erradas para sua carreira (todos estão ótimos na fita, Duda Lamberti como o infeliz herói e Lima outra vez dando show. Além de Denise Fraga fazendo uma juíza de futebol). Mas o resto do filme não tem grande impacto.

Mal amarrado, tem elenco irregular (em particular os jovens, e alguns coadjuvantes) e só funciona quando tem a  participação dos grandes coadjuvantes de sempre Flavio Migliaccio, Adriano Stuart e Otávio Augusto.

Teria sido melhor ter centrado a continuação neles, em vez de perder tempo em situações menos interessantes ou menos bem sucedidas.

Por Rubens Ewald Filho

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