05 de maio de 2006
Pena não ter assistido antes esta comédia que já fracassou injustamente perdida entre tantos lançamentos. Mas ela tem tudo para ser um êxito, principalmente por ser a melhor comédia romântica recente. Diferente até por ser européia. Não é preciso ter visto antes seu original, que foi O Albergue Espanhol (2002) disponível em DVD, do mesmo diretor e elenco, onde se mostrava como aquele grupo de amigos, de paises e origens diferentes conviveram numa mesma pensão em Barcelona, se tornando amigos para o resto da vida. Cinco anos depois ele se reencontram na ocasião do casamento de um deles, o inglês William que se apaixonou por uma bailarina russa e se mudou para São Petesburgo onde todos vão no casamento.
Tudo indica que a história é autobiográfica do diretor e que a maneira de Truffaut, seu Antoine Doinel, ou seja, seu alter ego é o ator Romain Duris com quem trabalha desde 93, e que apesar de sua mania de sempre aparecer pelado, acabou se tornando astro na França. Já adulto, ele consegue convencer como o jornalista que tenta ser escritor, trabalhando como ghost writer (ajuda uma modelo famosa a escrever suas precoces memórias) e tentando escrever um telefilme que ao virar co produção inglesa vai trabalhar junto com Wendy, irmã de William e também do grupo/filme anterior.
O filme foi feito em sistema digital e mantém o gosto do diretor de mostrar lugares diferentes de cidades, com um lado turístico com imagens inusitadas de Paris e agora de São Petesburgo. Tem uma narrativa mais complicada, porque o herói esta contando a história no seu notebook (o que provoca mais de um final) e há alguns vai e vens. Só que os personagens são tão simpáticos, os atores legais, as situações divertidas e humanas que o filme se torna irresistível. A única coisa que discuto é a escolha do titulo,que se refere sobre aquelas bonecas que existem na Rússia, uma escondida dentro das outras. Pode ser uma bonita metáfora, mas não retrata bem como o filme é bom de se ver.
Ganhou o premio César de coadjuvante para Cécila de France (que faz a amiga lésbica), tendo sido indicado ainda para montagem e outra coadjuvante (a inglesa Keilly Reilly)
Por
Rubens Ewald Filho