CAMELOS TAMBÉM CHORAM

18 de julho de 2005

Indicado para o Oscar da categoria, este é um documentário diferente, que tem todas as chances de fazer sucesso no circuito de arte especializado. Até por ser diferente e novo. Ao mesmo, tem um lado encantador.

Foi realizado por uma dupla, Byambasuren Davaa e Luigi Falorni, e ganhou prêmios de melhor documentário nos festivais de Buenos Aires, Bavária, Indianápolis, Karlov Vary e outros. A história é muito simples: no deserto de Gobi, na Mongólia, uma família de nativos nômades percebe que uma mamãe camelo rejeita seu filho mais novo, o caçula, que acaba sendo um raro camelo branco.

Isso é claramente um problema grave para sua sobrevivência. Eles então recorrem a dois garotos, que farão uma longa viagem através do deserto, atrás de uma última esperança: trazer um músico, que poderá fazer ela mudar de idéia e aceitar o filho. O filme é basicamente isso. Feito com gente de verdade, com uma fotografia notável, faz pequenos apontamentos críticos (a modernidade chegando à região, na forma de computadores e jogos, sem esquecer a TV). Mas, naturalmente, é lento e especial. Arme-se de sensibilidade e paciência e desfrute-o

Por Rubens Ewald Filho