26
de janeiro de 2006
Ted
Griffin escreveu o roteiro e começou a filmar
quando o estúdio insatisfeito resolveu despedi-lo
substituindo-o na ultima hora pelo mais experiente
Rob Reiner, que não estava vivendo um bom
momento profissional, mas que ao menos tem experiência
com este gênero de comédia romântica
(mesmo que um pouco fora de comum). Griffin deve
ter começado cronologicamente as filmagens
porque os primeiros minutos são especialmente
ruins. Há cenas completamente gratuitas e
improváveis (como o casal querendo transar
no banheiro do avião, o que é mal feito
e sem graça). Problemas técnicos graves
(no começo, há falhas de continuidade
de plano a plano e na cena do aeroporto é incrível
que tenham deixado passar um reflexo de luz na câmera,
coisa que poderia ter sido corrigida em computador
na pós produção). Felizmente
depois de uns 15 minutos melhora mesmo sem conseguir
dar certo, ate porque tem a resolução
errada (será que Jennifer realmente ama a
pessoa que ela escolhe? Será que dá para
esquecer certas coisas? Duvido muito). Ou seja, o
filme é muito menos do que se poderia esperar.
Mas não adianta culpar Reiner porque ele não é culpado.
Como
projeto para o estrelato de Jennifer depois do final
de Friends e do casamento com Pitt, o filme é também
fraquinho. Ela não esta tão errada
quanto no anterior Derailed (onde faz mulher fatal
mas interpreta igualzinho a seu personagem na série
de teve). Mas não acrescenta grande coisa,
nem chega a ter maior magnetismo pessoal. Mas francamente
o roteiro não ajuda.
O
boato, ou rumores como agora resolveram dizer copiando
o inglês, é que o livro de Charles Webb
que deu origem ao filme A Primeira Noite
de um Homem (The
Graduate) é inspirado em fatos reais,
sucedidos no subúrbio rico de Los Angeles
chamado de Pasadena. Então quando Jennifer,
uma jornalista iniciante que vive em Nova York e
mora com um advogado bem sucedido com quem deve ser
casar logo (Mark Ruffalo) retorna para casa para
o casamento da irmã menor (Mena Suvari de
Beleza Americana) descobre através de uma
amiga de sua falecida mãe (Kathy Bates, não
creditada e muito loira) que o filme teria sucedido
em sua própria família. Ou seja, Anne
Bancroft seria sua própria avó (Shirley
MacLaine) e o protagonista (Dustin Hoffman no filme)
teria transado tanto com ela, quanto a mãe
dela. Isso deixa a moça tão intricada
que vai atrás dele. Não com muita surpresa
descobrimos que ele agora é um super milionário
e feito por Kevin Costner (que até convence).
Será que devo contar o resto? Acho que não.
O fato é que a situação é inusitada
e embaraçosa e não do melhor gosto.
Mas ao menos o filme fica mais sofisticado (como
ambientes e produção), usa melhor as
canções (inclusive as de The Graduate)
e tem algumas confusões divertidas. Embora
de longe a melhor coisa da fita seja a presença
até curta de Shirley, que na sua nova linha
de fazer avós, nunca exagera, nas caras e
bocas, mas extrai todo o humor possível das
situações e certos momentos particulares.
E o filme precisa muito dela e a platéia agradece.
Por
Rubens Ewald Filho